Chlorophyta de um lago artificial hipereutrófico no sul do Brasil

Autores

  • Carolina Davila Domingues
  • Lezilda Carvalho Torgan

Palavras-chave:

fitoplâncton, taxonomia, variação sazonal, clima subtropical

Resumo

Este estudo trata da composição taxonômica e da distribuição sazonal de representantes da divisão Chlorophyta no lago das Tartarugas, um sistema urbano, situado no Jardim Botânico da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Amostragens de fitoplâncton foram realizadas, mensalmente, em zona pelágica, no período de junho de 2007 a maio de 2008. São descritos 61 táxons específicos e infraespecíficos. Scenedesmaceae foi a família com maior riqueza específica (37,7%) precedida por Selenastraceae (34,4%). Desmodesmus e Monoraphidium foram os gêneros mais representativos (10 táxons cada). Chlorotetraedron incus (Teiling) Komárek & Kovácik, Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald var. armatus, Monactinus simplex (Meyen) Corda var. simplex, Monoraphidium contortum (Thuret) Komárkova-Legnerová, M. convolutum (Corda) Komárková-Legnerová e M. minutum (Nägeli) Komárková.-Legnerová, Pediastrum duplex var. rugulosum Raciborski e Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald estiveram presentes ao longo das estações do ano. Micractinium pusillum Fresenius foi registrada apenas no inverno, período de temperaturas mais baixas (13,6°C). Um total de 17% dos táxons são primeiros registros para lagos artificiais no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alves-da-Silva, S.M., Avila, I.R. 1995. O gênero Trachelomonas Ehr. emend. Defl. (Euglenaceae) do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul e do Jardim Botânico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 46:27-56.

Alves-da-Silva, S.M., Torgan, L.C. 1981. Nota sobre Euglenofíceas (Euglenaceae) de um açude no Morro Santana, Porto Alegre, RS, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 28:95-106.

Alves-da-Silva, S.M., Torres, J.R. 1992. Estudo taxonômico do gênero Lepocinclis Perty (Euglenaceae) no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul e no Jardim Botânico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 42:87-104.

Alves-da-Silva, S.M. & Torres, J.R. 1994a. O gênero Strombomonas (Euglenacea) no Parque Zoológico, Sapucaia do Sul e no Jardim Botânico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 44:15-32.

Alves-da-Silva, S.M.& Torres, J.R. 1994b. O gênero Euglena Ehr. de sistema lênticos do Parque Zoológico e Jardim Botânico, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biologia, 54(2):345-363.

American Public Health Association (APHA). 2005. Standard methods for the examination of water and wasterwater. American Public Health Associations, Washington, 1368p.

Bock, C., Pažoutová, M. & Krienitz, L. 2011. Phylogenetic position of Coronastrum ellipsoideum and description of Parachlorella hussii sp. nov. - Biologia (Bratislava) 66(4): 585-594.

Buchheim, M., Buchheim, J., Carlson, T., Braband, A., Hepperle, D., Krienitz, L., Wolf, M. & Hegewald, E. 2005. Phylogeny of the Hydrodictyaceae (Chlorophyceae): Inferences from rDNA data. Journal of Phycology, 41:1039-1054.

Buchheim, M.A., Michalopulos, E.A., Buchheim, J.A. 2001. Phylogeny of the Chlorophyceae with special reference to the Sphaeropleales: a study of 18S and 26S rDNA data. Journal of Phycology, 37:819-835.

Cecy, I.I.T., Moreira, I.M.V., Hohmann, E. 1976. Estudo ficológico e químico-bacteriológico da água do tanque do passeio público de Curitiba, Estado do Paraná – Brasil. Boletim do Museu de Botânica Municipal, 25:1-37.

Cole, G. A. 1994. Textbook of Limnology. Waveland Press Inc., Illinois, 412 p.

Comas González, A. 1996. Las Chlorococcales dulciacuícolas de Cuba. Bibliotheca Phycologica, 99:1-192.

Domingues, C.D. & Torgan, L.C. Fitoplâncton (exceto Chlorophyceae) de um lago artificial urbano no Sul do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 34(3):463-480.

Ferragut, C., Lopes, M.R.M., Bicudo, D. de C., Bicudo, C.E. de M., Vercellino, I.S. 2005. Ficoflórula perifítica e planctônica (Exceto Bacillariophyceae) de um reservatório oligotrófico raso (lago do IAG, São Paulo). Hoehnea, 32(2):137-184.

Flores, F.E.V. 1972. Lista dos gêneros de Chlorophyta de um lago artificial de Porto Alegre, RS, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 16:9-14.

Franceschini, I.M. 1992. Algues d’eau douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, 92:1-128.

Gentil, R.C., Tucci, A., Sant’Anna, C.L. 2008. Dinâmica da comunidade fitoplanctônica e aspectos sanitários de um lago urbano eutrófico em São Paulo, SP. Hoehnea, 35(2):265-280.

Hegewald, E. 2000. New combinations in the genus Desmodesmus (Chlorophyceae, Scenedesmaceae). Algological Studies, 96:1-18.

Hegewald, E., Coesel, P.F.M.& Hegewald, P. 2002. A phytoplankton collection from Bali, with the description of a new Desmodesmus species (Chlorophyta, Scenedesmaceae). Algological Studies, 105:51-78.

Hegewald, E. & Wolf, M. 2003. Phylogenetic relationships of Scenedesmus and Acutodesmus (Chlorophyta, Chlorophyceae) as inferred from 18S rDNA and ITS-2 sequence comparisons. Plant Systematics and Evolution, 241:185-191.

Hegewald, E., Wolf, M., Keller, A., Friedl, T. & Krienitz, L. 2010. ITS2 sequence-structure phylogeny in the Scenedesmaceae with special reference to Coelastrum (Chlorophyta, Chlorophyceae), including the new

genera Comasiella and Pectinodesmus. Phycologia, 49(4):325-335.

Hoek, C.van den, Mann, D.G., Jahns, H.M. 2002. Algae: an introduction to phycology. Cambridge University Press, Cambridge, 627p.

Komárek, J. & Fott, B. 1983. Chlorophyceae (Grünalgen), Ordiniung: Chlorococcales. In: Das Phytoplankton des Süsswasers: Systematik und Biologie(G. Huber Pestalozzi, H. Heynig & D. Mollenhauer,eds). Schwiezerbat’sche Verlagsbuchandlung, Stuttgart, Band 16, Teil 7. Hälfe 1, p. 1- 1044.

Krienitz, L. 1990. Coccal Green algae of the middle área of the river Elbe. Limnologica, 21(1):165-231.

Krienitz, L. & Bock, C. 2012. Present state of the systematics of planktonic coccoid green algae of inland water. Hydrobiologia, online firstTM, 30 March.

Krienitz, L., Ustinova, I., Friedl, T. & Huss, V.A.R. 2001. Traditional generic concepts versus 18S rRNA gene phylogeny in the Green algal family Selenastraceae (Chlorophyceae, Chlorophyta). Journal of Phycology, 37:852-865.

Martins, F.C.O. & Fernandes, V. de O. 2006. Fitoplâncton da lagoa do campus universitário da UFES (Vitória, ES): Estrutura da comunidade e considerações ecológicas. Neotropical Biology and Conservation, 1(2):101-109.

Menezes, M. 1999. Flora ficológica da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, Brasil: taxonomia e estratégias de Chlorophyceae flageladas em um lago artificial com déficit hídrico. Hoehnea, 26(2):107-120.

Menezes, V. C. de, Bueno, N.C., Bortolini, J.C., Godinho, L.R. 2011. Chlorococcales sensu lato (Chlorophyceae) em um lago artificial urbano, Paraná, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 66(2):227-240.

Mota, F.S. 1951. Estudos do clima do estado do Rio Grande do Sul, segundo o sistema de W. Koeppen. Revista Brasileira de Geografia, 13:107-116.

Moresco, C. & Bueno, N.C. 2007. Scenedesmaceae (Chlorophyceae – Chlorococcales) de um lago artificial urbano: Desmodesmus e Scenedesmus. Acta Scitiarum. Biological Scientia, 29(3):289-296.

Nogueira, I de S. 1994. Flora ficológica da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, Brasil: Chlorophyceae (Chlorococcales, senso lato) em um lago artificial com déficit hídrico. Hoehnea, 21(1-2):175-198.

Nogueira, I de S. & Leandro-Rodrigues, N.C. 1999. Algas planctônicas de um lago artificial do Jardim Botânico Chico Mendes, Goiânia, Goiás: Florística e algumas considerações ecológicas. Revista Brasileira de Biologia, 59(3):377-395.

Nogueira, I. de S., Nabout, J.C., Oliveira, J.E. & Silva, K. D. 2008. Diversidade (alfa, beta e gama) da comunidade fitoplanctônica de quatro lagos artificiais urbanos do município de Goiânia, GO. Hoenea, 35(2):219-233.

Peixoto, J.A, Huszar, V.L.M. 1983. Algumas espécies de algas da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro. Boletim do Museu Nacional do Rio de Janeiro, 67:1-8.

Perbiche-Neves, G., Ferrareze, M., Ghidini, A.R.,Brito, L. de & Shirata, M. T. 2007. Assembléias microfitoplanctônicas num lago urbano da cidade de Curitiba (estado do Paraná). Estudos Biológicos, 29(66):43-51.

Perez, M. del C.; Maidana, N.I. & Comas, A. 2009. Phytoplankton composition of the Ebro River estuary, Spain. Acta Bot. Croat. 68(1):11-27.

Rodrigues, L.C. & Train, S. 1993. Chlorococcales planctônicas do lago do Parque Alfredo Nyffeler, Maringá, Paraná, Brasil. Unimar, 15:19-35.

Rosa, Z.M., Aguiar, L.W. & Real, M.C. 1974. Nota sobre gêneros de algas continentais do município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 19:53-62.

Sant’Anna, C.L. 1984. Chlorococcales (Chlorophyceae) do estado de São Paulo, Brasil. Bibliotheca Phycologica, 67:1-348.

Sant’Anna, C.L., Azevedo, M.T. de P., Sormus, L. 1989. Fitoplâncton do lago das Garças, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, Brasil: Estudo taxonômico e aspectos ecológicos. Hoehnea, 16:89-131.

Silva, L.H.S. 1999. Fitoplâncton de um reservatório eutrófico (lago Monte Alegre), Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Biologia, 59(2):281-303.

Tucci, A., Sant’ Anna, C.L., Gentil, R.C. & Azevedo, M.T.P. 2006. Fitoplâncton do lago das Garças, São Paulo, Brasil: um reservatório urbano eutrófico. Hoehnea, 33(2):147-175.

Downloads

Publicado

2012-06-17

Como Citar

Domingues, C. D., & Torgan, L. C. (2012). Chlorophyta de um lago artificial hipereutrófico no sul do Brasil. Iheringia, Série Botânica., 67(1), 75–91. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/33

Edição

Seção

Artigos