Biophysical delineation of grassland ecological systems in the State of Rio Grande do Sul, Southern Brazil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21826/2446-82312023v78e2023001

Palavras-chave:

ecorregião, paisagem, planejamento ambiental, regionalização, vegetação

Resumo

Diferentes tipos de campos cobrem uma grande parte da superfície da Terra. Sob um olhar atento, estes campos apresentam características florísticas e biofísicas únicas e específicas. Seguindo uma abordagem ecossistêmica, propomos uma nova regionalização das paisagens campestres que correspondem a dois terços da superfície do estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil. Os fatores biofísicos que controlam a energia e a disponibilidade de água para os organismos vivos são a base de nossa análise. O macroclima dominante é subtropical úmido, mas em mesoescala, (1:250.000), condicionantes adicionais como relevo e solos modulam essa disponibilidade. Reclassificamos os dados de altitude, declividade e solos para relacionar os fatores biofísicos com a distribuição dos ecossistemas campestres. Com apoio de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) foi possível delimitar dez sistemas ecológicos campestres com base na descrição florística e sua relação com as respectivas características biofísicas. Nossa análise acrescenta os dados florísticos atualmente disponíveis sobre os campos aos mapas de vegetação previamente estabelecidos do mesmo território geopolítico. Portanto, amplificamos a compreensão da complexidade até agora limitada dos sistemas campestres. Os resultados acrescentam novos conhecimentos à regionalização da vegetação dos campos do sul do Brasil. A delimitação proposta fornece uma estrutura para vários propósitos, como estudos de biodiversidade e ecologia, estratégias de conservação e mitigação, e usos sustentáveis do solo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Heinrich Hasenack, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Departamento e Centro de Ecologia, e PPG Agronegócios.

Eliseu José Weber, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Departamento Interdisciplinar e PPG Senroriamento Remoto.

Ilsi Iob Boldrini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica.

Rafael Trevisan, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Botânica, Campus Universitário Prof. João David Ferreira Lima.

Homero Dewes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Departamento de Biofísica e PPG Agronegócios.

Referências

Almeida, H. A. 2016. Climatologia aplicada à geografia. Eduepb, Campina Grande. 317 p.

Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Gonçalves, J. L. M. & Sparovek, G. 2013. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift 22: 11-728.

Andrade, B. O., Bonilha, C. L., Ferreira, P. M. A., Boldrini, I. I. & Overbeck, G. E. 2016. Highland grasslands at the southern tip of the Atlantic Forest biome: management options and conservation challenges. Oecologia Australis 20: 37-61.

Andrade, B. O., Bonilha, C. L., Overbeck, G. E., Vélez-Martin, E., Rolim, R. G., Bordignon, S. A., Schneider, A. A., Ely, C. V., Lucas,

D. B., Garcia, E. N. dos Santos, E. D., Torchelsen, F., Vieira, M. S., Silva Filho, P. J. S., Ferreira, P. M. A., Trevisan, R., Hollas, R., Campestrini, S., Pillar, V. D. & Boldrini, I. I. 2019. Classification of South Brazilian grasslands: implication for conservation. Applied Vegetation Science 22: 168-184.

Andrade, B. O., Marchesi, E., Burkart, S., Setúbal, R. B., Lezama, F., Perelman, S., Schneider, A. A., Trevisan, R., Overbeck, G. E. & Boldrini, I. I.. 2018. Vascular plant species richness and distribution in the Río de la Plata grasslands. Botanical Journal of the Linnean Society 188: 250-256.

Bailey, R. G. 1987. Suggested hierarchy of criteria for multiscale ecosystem mapping. Landscape and Urban Planning 14: 313-319.

Bailey, R. G. 2009. Ecosystem geography: from ecoregions to sites. Springer, New York. 251 p.

Behling, H., Jeske-Pieruschka, V., Schüler, L. & Pillar, V. D. 2009. Dinâmica dos campos do sul do Brasil durante o Quaternário tardio. In Campos sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade (V. D. Pillar, S. C. Müller, Z. M. S. Castilhos & A. V. A. Jacques, eds.). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, p. 13-25.

Behling, H., Pillar, V. D., Orlóci, L. & Bauermann, S. G. 2004. Late Quaternary Araucaria forest, grassland (Campos), fire, and climate dynamics, studied by high-resolution pollen, charcoal and multivariate analysis of the Cambará do Sul core in southern Brazil. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology 203(3-4): 277-

Behling, H., Pillar, V. D. & Bauermann, S. G. 2005. Late Quaternary Araucaria forest, grassland (Campos), fire, and climate dynamics, studied by high-resolution pollen, charcoal and multivariate analysis of the São Francisco de Assis core in western Rio Grande do Sul (southern Brazil). Review of Palaeobotany and Palynology 133: 235-248.

Boldrini, I. I. 1997. Campos do Rio Grande do Sul: caracterização fisionômica e problemática ocupacional. Boletim do Instituto de Biociências 56: 1-39.

Boldrini, I. I. 2009. A flora dos campos do Rio Grande do Sul. In Campos sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. (V. D. Pillar, S. C. Müller, Z. M. S. Castilhos & A. V. A. Jacques, eds.). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, p. 63-77.

Boldrini, I. I., Eggers, L., Mentz, L. A., Miotto, S. T. S., Matzenbacher, N. I., Longhi-Wagner, H. M., Trevisan, R., Schneider, A. A. & Setúbal, R. B. 2009. Flora. In Biodiversidade dos campos do planalto das araucárias. (I. I. Boldrini, org.). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, p. 39-94.

Boldrini, I. I. & Longhi-Wagner, H. M. 2011. Poaceae no Rio Grande do Sul. Ciência e Ambiente 42: 71-92.

Boldrini, I. I. & Miotto, S. T. S. 1987. Levantamento fitossociológico de um campo limpo da Estação Experimental Agronômica, UFRGS, Guaíba, RS - 1ª etapa. Acta Botanica Brasilica 1(1): 49-56.

Boldrini, I. I., Miotto, S. T. S., Longhi-Wagner, H. M., Pillar, V. D. & Marzall, K. 1998. Aspectos florísticos e ecológicos da vegetação campestre do Morro da Polícia, Porto Alegre, RS, Brasil. Acta Botanica Brasilica 12(1): 89-100.

Boldrini, I. I., Trevisan, R. & Schneider, A. A. 2008. Estudo florístico e fitossociológico de uma área às margens da lagoa do Armazém, Osório, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 6(4): 355-367.

Bonan, G. 2015. Ecological Climatology: Concepts and Applications. Cambridge University Press, Cambridge. 754 p.

Bond, W. J. 2016. Ancient grasslands at risk. Science 351: 120-122. Cabrera, A. L. & Willink, A. 1980. Biogeografía de América Latina. OEA, Washington, D.C. 122 p.

Caporal, F. J. M. & Boldrini, I. I. 2007. Florística e fitossociologia de um campo manejado na Serra do Sudeste, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5(2-3): 7-44.

Chebataroff, J. 1968. Estepes, pradarias e savanas da América do Sul. Boletim Geográfico 27: 3-17.

Cordeiro, J. L. P. & Hasenack, H. 2009. Cobertura vegetal atual do Rio Grande do Sul. In Campos sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade (V. D. Pillar, S. C. Müller, Z. M. S. Castilhos & A. V. A. Jacques, eds.). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, p. 285-299.

Eastman, J. R. 2015. TerrSet geospatial modeling and monitoring system version 18.09. Clarklabs, Worcester.

EMBRAPA-Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 2018. Sistema brasileiro de classificação de solos. EMBRAPA, Brasília. 356 p.

ESRI-Environmental Systems Research Institute. 2014. ArcGIS 10.2.2. ESRI, Redlands.

Ferreira, P. M. A., Andrade, B. O., Podgaiski, L. R., Dias, A. C., Pillar, V. D., Overbeck, G. E., Mendonça, M. D. S. & Boldrini, I. I. 2020. Long-term ecological research in southern Brazil grasslands: Effects of grazing exclusion and deferred grazing on plant and arthropod communities. PLOS One 15: e0227706.

Ferreira, P. M. A., Müller, S. C., Boldrini, I. I. & Eggers, L. 2010. Floristic and vegetation structure of a granitic grassland in Southern Brazil. Revista Brasileira de Botânica 33(1): 21-36.

Flores, C. A., Hasenack, H., Weber, E. J. & Sarmento, E. C. 2007. Potencial edáfico da Serra Gaúcha, Brasil para viticultura. In Congreso Latinoamericano de Viticultura y Enología 11. Anales… Mendoza, Argentina.

Freitas, E. M., Boldrini, I. I., Müller, S. C. & Verdum, R. 2009. Florística e fitossociologia da vegetação de um campo sujeito à arenização no sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Acta Botanica Brasilica 23: 414-426.

Freitas, E. M., Schneider, A. A. & Boldrini, I. I. 2010. Floristic diversity in areas of sandy soil grasslands in Southwestern Rio Grande do Sul, Brazil. Revista Brasileira de Biociências 8(1): 112-130.

Hagan, J. E., Eastman, J. R. & Auble, J. 1999. Cartalinx the spatial data builder version 1.2. Clarklabs, Worcester.

Hirzel, A. H., Hausser, J., Chessel, D. & Perrin, N. 2002. Ecological-niche factor analysis: How to compute habitat-suitability without absence data? Ecology 83: 2027-2036.

Hueck, K. & Seibert, P. 1981. Vegetationskarte von Südamerika. Gustav Fischer, Stuttgart. 90 p.

IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1986. Folha SH.22 Porto Alegre e parte das folhas SH.21 Uruguaiana e SI.22 Lagoa Mirim. IBGE, Rio de Janeiro.

IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2004. Mapa de vegetação do Brasil (escala 1:5.000.000). IBGE, Rio de Janeiro.

IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Manual técnico da vegetação brasileira. IBGE, Rio de Janeiro.

Kämpf, A. N., Boldrini, I. I., Gianluppi, V. & Barreto, I. L. 1976. Composição botânica dos campos naturais das estações experimentais da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul: Parte I Estação Experimental de Tupanciretã. Anuário Técnico do IPZFO 3: 616-621.

Lindman, C. A. M. 1974. A vegetação no Rio Grande do Sul. Itatiaia/ USP, Belo Horizonte/São Paulo. 377 p.

Longley, P. A., Goodchild, M., Maguire, D. J. & Rhind, D. W. 2013. Sistemas ciência da informação geográfica. Bookman, Porto Alegre. 519 p.

Menezes, L. S., Ely, C. V., Lucas, D. B., Minervini-Silva, G. H., Vélez- Martin, E. Hasenack, H., Trevisan, R., Boldrini, I. I., Pillar, V. D. & Overbeck, G. E. 2022. Reference values and drivers of diversity for South Brazilian grassland plant communities. Anais da Academia Brasileira de Ciências 94(1): e20201079.

Menezes, L. S., Müller, S. C. & Overbeck, G. E. 2015. Floristic and structural patterns in South Brazilian coastal grasslands. Anais da Academia Brasileira de Ciências 87: 2081-2090.

Moeslund, J. E., Arge, L., Bøcher, P. K., Dalgaard, T., Odgaard, M. V., Nygaard, B. & Svenning, J. C. 2013. Topographically controlled soil moisture is the primary driver of local vegetation patterns across a lowland region. Ecosphere 4: 1-26.

Olson, D. M., Dinerstein, E., Wikramanayake, E. D., Burgess, N. D., Powell, G. V. N., Underwood, E. C., D’Amico, J. A., Itoua, I., Strand,

H. E., Morrison, J. C., Loucks, C. J., Allnutt, T. F, Ricketts, T. H., Kura, Y., Lamoreaux, J. F., Wettengel, W. W., Hideo, P. & Kassem,

K. R. 2000. Terrestrial ecoregions of the world: a new map of life on Earth. BioScience 51: 933-938.

Omernik, J. M. & Griffith, G. E. 2014. Ecoregions of the conterminous United States: evolution of a hierarchical spatial framework. Environmental Management 54: 1249-1266.

Oyarzabal, M., Clavijo, J., Oakley, L., Biganzoli, F., Tognetti, P., Barberis, I., Maturo, H. M., Aragón, R., Campanello, P. I., Prado, D., Oesterheld, M. & León, R. J. 2018. Unidades de vegetación de la Argentina. Ecología Austral 28: 40-63.

Pinto, M. F., Nabinger, C., Boldrini, I. I., Ferreira, P. M. A., Setúbal, R. B., Trevisan, R., Fedrigo, J. K. & Carassai, I. J. 2013. Floristic and vegetation structure of a grassland plant community on shallow basalt in southern Brazil. Acta Botanica Brasilica 27(1): 162-179.

Rambo, B. 1956. A fisionomia do Rio Grande do Sul: ensaio de monografia natural. Selbach, Porto Alegre. 471 p.

Romano, N. & Chirico, G. B. 2004. The role of terrain analysis in using and developing pedotransfer functions. In Development of pedotransfer functions in soil hydrology (Y. Pachepsky & W. J. Rawls, eds.). Elsevier, Amsterdam. p. 273-294.

SAA/RS-IBGE/SC-Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/ Unidade Estadual de Santa Catarina. 2003. Mapa de solos do Rio Grande do Sul, escala 1:250.000. SAA/RS-IBGE/SC, Florianópolis. Sangermano, F., Bol, L., Galvis, P., Gullison, R. E., Hardner, J. & Ross,

J. 2015. Habitat suitability and protection status of four species of amphibians in the Dominican Republic. Applied Geography 63: 55-65.

Sarmento, E. C., Giasson, E., Weber, E. J., Flores, C. A., Rossiter, D. G. & Hasenack, H. 2014. Caracterização de mapas legados de solos: uso de indicadores em mapas com diferentes escalas no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Ciência do Solo 38: 1672-1680.

Setúbal, R. B. & Boldrini, I. I. 2012. Phytosociology and natural subtropical grassland communities on a granitic hill in southern Brazil. Rodriguesia 63(3): 513-524.

Soriano, A., León, R. J. C., Sala, O. E., Lavado, R. S., Deregibus, V. A., Cahuepé, O., Scaglia, O., Velazquez, C. A. & Lemcoff, J. H. 1992. Río de la Plata grasslands. In Ecosystems of the world 8A: Natural grasslands. Introduction and Western Hemisphere. (R. T. Coupland, ed.). Elsevier, New York, p. 367-407.

Veldman, J. W., Buisson, E., Durigan,G., Fernandes, G. W., Le Stradic, S., Mahy, G., Negreiros, D., Overbeck, G. E., Veldman, R. G., Zaloumis, N., Putz, F. E. & Bond, W. J. 2015. Toward an old-growth concept for grasslands, savannas, and woodlands. Frontiers in Ecology and the Environment 13: 154-162.

Verburg, P. H. & Veldkamp, A. 2004. Projecting land use transitions at forest fringes in the Philippines at two spatial scales. Landscape Ecology 19: 77-98.

Waechter, J. L. 2002. Padrões geográficos da flora atual do Rio Grande do Sul. Ciência e Ambiente 24: 93-108.

Weber, E. J., Hasenack, H. & Ferreira, C. J. S. 2004. Adaptação do modelo digital de elevação do SRTM para o sistema de referência oficial brasileiro e recorte por unidade da federação. UFRGS-Centro de Ecologia, Porto Alegre.

White, R. P, Murray, S. & Rohweder, M. 2000. Pilot analysis on global ecosystems: grassland ecosystems. Washington, World Resources Institute. 69 p.

Wilson, J. P. & Gallant, J. C. (ed.) 2000. Terrain analysis: Principles and applications. John Wiley, New York. 479 p.

Wondzell, S.M., Cunningham, G.L. & Bachelet, D. 1996. Relationship between landforms, geomorphic processes, and plant communities on a watershed in the northern Chihuahuan Desert. Landscape Ecology 11: 351-362.

Downloads

Publicado

2023-02-17

Como Citar

Hasenack, H., Weber, E. J., Boldrini, I. I., Trevisan, R., Flores, C. A., & Dewes, H. (2023). Biophysical delineation of grassland ecological systems in the State of Rio Grande do Sul, Southern Brazil. Iheringia, Série Botânica., 78. https://doi.org/10.21826/2446-82312023v78e2023001

Edição

Seção

Artigos