Fenologia de espécies arbóreas em Floresta Atlântica da Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil

Autores

  • Tânia Sampaio Pereira
  • Maria Lúcia M. N. da Costa
  • Luiz Fernando D. Moraes
  • Cintia Luchiari

Palavras-chave:

fenologia, Mata Atlântica, floração, frutificação

Resumo

O conhecimento da fenologia de espécies arbóreas em comunidades naturais é uma ferramenta importante para a conservação das espécies, além de subsidiar ações de restauração ecológica como o planejamento da colheita de sementes e a produção de mudas. Este trabalho visa conhecer as características fenológicas de algumas espécies arbóreas em um remanescente de Floresta Ombrófila Densa legalmente protegido, a Reserva Biológica de Poço das Antas, no estado do Rio de Janeiro. Cinqüenta e oito espécies de importância ecológica e econômica, incluindo espécies potenciais para a restauração de áreas degradadas, foram selecionadas. Observações mensais durante o período de abril de 1994 a março de 1996 permitiram correlacionar os dados climáticos com as fenofases de floração e frutificação, bem como determinar os padrões de mudança foliar, floração e frutificação das espécies observadas. A maioria das espécies apresentou ciclo anual de floração e frutificação. A floração apresentou marcada sazonalidade associada aos períodos de altas pluviométricas e de temperaturas. A frutificação predominou em períodos que precediam o início da estação chuvosa, entretanto existe disponibilidade de recursos alimentares para a fauna durante todo o ano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AIDE, M. 1993. Synchronous leaf production and herbivory in juveniles of Gustavia superba. Oecologia, n. 88, p. 511-514.

ADLER, G.H.; KIELPINSKI, K.A. 2000. Reproductive phenology of a tropical canopy tree, Spondias mombim. Biotropica, n. 32, p. 686-692.

ALVIN, P.T.; ALVIN, R. 1976. Relation of climate to growth periodicity in tropical trees. In: TOMLINSON, P.B.; ZIMMERMANN, M.H. (Ed.). Tropical trees as living systems. London: Cambridge University Press. p. 445-464.

BARROSO, G.M.; MORIM, M.P.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F. 1999. Frutos e sementes. Morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Viçosa: Ed. da Universidade Federal de Viçosa. 443p.

BAWA, K.S. 1974. Breeding systems of tree species of a lowland tropical community. Evolution, v. 28, n. 1, p. 85-92.

BAWA, K.S.; KANG, H.; GRAYUM, M.H. 2003. Relashiopnship amosng time, frequency, and duration of flowereing in tropical rain forest. American Jounal of Botany, v. 90, n. 6, p. 877-887.

BENCKE, C.S.C.; MORELLATO, L.P.C. 2002. Estudo com-

parativo da fenologia de nove espécies arbóreas em três tipos de floresta atlântica no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 25, n. 2, p. 237-248.

BORCHERT, R. 1994. Soil and stem water storage determine phenology and distribution of tropical dry forest trees. Ecology, n. 75, p. 1437-1449.

BORCHERT, R. 1999. Climate periodicity, phenology, and cambium activity in tropical dry forest trees. Iawa Journal, n. 20, p. 239-247.

BUDOWSKI, G. 1965. Distribution of tropical americam rain forest species in the light of successional processes. Turrialba, n. 15, p. 40-42.

BULLOCK, S.H.; SOLIS-MAGALLANES, A. 1990. Phenology of canopy trees of a tropical deciduous forest in Mexico. Biotropica, v. 22, n. 1, p. 22-35.

CAMACHO, M.; OROZCO, L. 1998. Patrones fenológicos de doce especies arbóreas del bosque montano de la Cordillera de Talamanca, Costa Rica. Revista de Biologia Tropicale, v. 46, n. 3, p. 533-542.

COSTA, M.L.M.N.; ANDRADE, A.C.S.; PEREIRA, T.S. 1997. Fenologia de espécies arbóreas em floresta Montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: LIMA, H.C.; GUEDES-BRUNI, R.R. (Ed.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade florística e conservação em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, p. 169-186.

DAUBENMIRE, R. 1972. Phenology and other characteristics of tropical semi-deciduous forest in north-western Costa Rica. Journal of Ecology, n. 60, p. 147-170.

DAVIS, D.E. 1945. The annual cycle of plants, mosquitoes birds and mammals in two Brazilian forests. Ecological Monographs, n.15, p. 243-95.

FERRAZ, D.K.; ARTES, R.; MANTOVANI, W.; MAGALHÃES, L.M. 1999. Fenologia de arvores em fragmento de mata em São Paulo, SP. Revista Brasileira de Biologia, v. 59, n. 2, p. 305-317.

FRANKIE, G.W.; BAKER, H.G.; OPLER, P.A. 1974. Comparative phenological studies of trees in tropical lowland wet and dry forest sites of Costa Rica. Journal of Ecology, n. 62, p. 881-913.

GUEDES-BRUNI, R.R.; S. NETO, S.J. da; MORIM, M.P.; MANTOVANI, W. 2006. Composição florística e estrutura de dossel em trecho de floresta ombrófila densa atlântica sobre morrote mamelonar na Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v. 57, n. 3, p. 429-442.

INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL. 1981. Plano de Manejo da Reserva Biológica de Poço das Antas. Brasília. p. 37-39.

JACKSON, J.F. 1978. Seasonality of flowering and leaf-fall in a Brazilian subtropical lower montane moist forest. Biotropica, v. 10, p. 38-42.

JANZEN, D.H. 1967. Synchronization of sexual reproduction of trees within the dry season in Central America. Evolution, n. 21, p. 620-27.

KAGEYAMA, P.Y. 1987. Conservação in-situ de recursos genéticos de plantas. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, n. 5, p.7-37.

KANG, H.; BAWA, K. 2003. Effects of successional status, habitat, sexual systems, and pollinators on flowering patters in tropical rain forest trees. American Journal of Botany, v. 90, n. 6, p. 865-876.

LEMOS-FILHO, J.P.; MENDONÇA-FILHO, C.V. 2000. Seasonal changes in the water status of three woody legumes from the Atlantic forest, Caratinga, Brazil. Journal of Tropical Ecology, v. 16, p. 21-32.

LIMA, H.C., PESSOA, S.V. A., GUEDES-BRUNI, R.R., MORAES, L.F.D., GRANZOTTO, S.V., IWAMOTO, S.; CIERO, J.D. 2006. Caracterização fisionômico-florística e mapeamento da vegetação da Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v. 57, n. 3, p. 369-389.

LONGMAN, K.A.; JENIK, J. 1987. Tropical forest and its enviroments. New York: Longman. 237p.

MANTOVANI, M.; RUSCHEL, R.A.; REIS, M.S.; PUCHALSKI, A.; NODARI, R.O. 2003. Fenologia reprodutiva de espécies arbóreas em uma formação secundária da floresta atlântica. Revista Árvore, v. 27, n. 4, p. 451-458.

MARIOT, A.; MANTOVANI, A.; REIS, M.S. 2003. Uso e conservação de Piper cernuum Vell. (Piperaceae) na Mata Atlântica: I. Fenologia reprodutiva e dispersão de sementes. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 5, n. 2, p.1-10.

MORAES, L.F.D.; ASSUMPÇÃO, J.M.; PEREIRA, T.S.; LUCHIARI, C. 2006a. Manual técnico para a restauração de áreas degradadas no estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Foco Design. 80p.

MORAES, L.F.D.; ASSUMPÇÃO, J.M.; LUCHIARI, C.; PEREIRA, T.S. 2006b. Plantio de espécies arbóreas nativas para a restauração ecológica na Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v. 57, n. 3, p. 477-489.

MORAES, L.F.D.; PEREIRA, T.S. 2003. Restauração eco-

lógica em Unidades de Conservação. In: KAGEYAMA, P.Y.; OLIVEIRA, R.E.; MORAES, L.F.D.; ENGEL, V.; GANDARA, F.B. Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais. p. 295-330.

MORELLATO, L.P.C. 1991. Estudo da fenologia de árvores, arbustos e lianas de uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil. 176f. Tese (Doutorado em Ecologia) – Instituto de Biologia, UNICAMP, Campinas.

______. 1992. Sazonalidade e dinâmica de ecossistemas flores-

tais na Serra do Japi. In: MORELLATO, L.P.C. (Org.). História Natural da Serra do Japi: ecologia e preservação de uma área florestal no sudeste do Brasil. Campinas: Editora da Unicamp. p. 98-141.

______. 1995. As estações do ano na floresta. In: LEITÃO FILHO, H.F.; MORELLATO, L.P.C. (Org.). Ecologia e preservação de uma floresta tropical urbana: Reserva de Santa Genebra. Campinas: UNICAMP. p.187-192.

MORELLATO, L.P.C.; RODRIGUES, R.R., LEITÃO FILHO, H.F.; JOLY, C.A. 1989. Estudo comparativo da fenologia de espécies arbóreas de floresta de altitude e floresta mesófila semidecídua na Serra do Japi, Jundiaí. Revista Brasileira de Botânica, n. 12, p. 85-98.

MORELLATO, L.P.C.; TALORA, D.C.; TAKAHASI, A.; BENKLE, C.C.; ROMERA, E.C.; ZIPPARRO, W.B. 2000. Phenology of Atlantic Rain Forest trees: a comparative study. Biotropica, v. 32, p. 811-823.

NEWSTRON, L.E.; FRANKIE, G.W.; COLWELL, R.K 1993. Diversity of flowering patterns at La Selva. In: McDADE, L.A., BAWA, K.S., HARTSHORN, G.S.; HESPENHEIDE, H.A. (Ed.). La Selva: ecology and natural history of a lowland tropical rainforest. Chicago: University of Chicago Press. p.119-147.

NEWSTRON, L.E.; FRANKIE, G.W.; BAKER, H.G. 1994. A new classification for plant phenology based on flowering patterns in lowland tropical forest trees at La Selva, Costa Rica. Biotropica, v. 26, n. 2, p.141-159.

PEDRONI, F.; SANCHEZ, M.; SANTOS, F.A.M. 2002. Fenologia da copaíba (Copaifera langsdorfii Desf. Leguminosae, Caesalpinoideae) em uma floresta semidecidua no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 25, n. 2, p. 183-194.

PESSOA, S. de V. A.; OLIVEIRA, R.R. 2006. Análise estrutural da vegetação arbórea em três fragmentos florestais na Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v. 57, n. 3, p. 391-411.

PEREIRA, T.S.; MANTOVANI, W. 2007. Fenologia reprodutiva de Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin (Melastomataceae), em floresta submontana no estado do Rio de Janeiro. Revista de Biologia Neotropical, v. 4, n.1, p. 31-45.

RATHCKE, B.; LACEY, E.P. 1985. Phenological patterns of terrestrial plants. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 16, p. 179-214.

REICH, P.B.; BORCHERT, R. 1984. Water stress and tree phenology in a tropical dry forest in the lowlands of Costa Rica. Journal of Ecology, n. 72, p. 61-74.

SAN MARTIN-GAJARDO, I.; MORELLATO, L.P.C. 2003. Fenologia de Rubiaceae do sub-bosque em floresta Atlântica no sudeste do Brasil. Revista Brasileira Botânica, v. 26, n. 3, p. 299-309.

SCHAIK, C.P. van; TERBORGH, J.W.; WRIGHT, S.J. 1993. The phenology of tropical forests: Adaptative significance and consequences for primary consumers. Annual Review of Ecology and Systematics, n. 24, p. 353-377.

STEEGE, S.T.; PERSAUD, C.A. 1991. The phenology of Guyanese timber: a compilation of a century of observations. Vegetatio, n. 95, p. 177-198.

TAKAHASI, A. 1998. Fenologia de espécies arbóreas de uma floresta atlântica no parque estadual da Serra do Mar. 157f. Dissertação(Mestrado em Ciências Biológicas) – Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.

TALORA, D.C.; MORELLATO, P.C. 2000. Fenologia de espécies arbóreas em floresta de planície litorânea do sudeste do Brasil. Revista Brasileira Botânica, v. 23, n. 1, p. 13-26.

WIKANDER, T. 1984. Mecanismos de dispersión de diasporas de una selva decidua en Venezuela. Biotropica, n. 16, p. 276-283.

WRIGHT, S.J. 1991. Seasonal drought and the phenology of understory shrubs in a tropical moist forest. Ecology, v. 72, n. 5, p. 1643-1657.

WRIGHT, S.J.; van SCHAIK, C.P. 1994. Light and the phenology of tropical trees. American Naturalist, n. 143, p. 192-199.

ZAMITH, L.R.; SCARANO, F.R. 2004. Produção de mudas de espécies das Restingas do município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 18, n. 1, p. 161-176.

ZAR, J.H. 1996. Biostatiscal analysis. Upper Sandle River: Prentice-Hall. 662p.

Downloads

Publicado

2008-12-19

Como Citar

Pereira, T. S., Costa, M. L. M. N. da, Moraes, L. F. D., & Luchiari, C. (2008). Fenologia de espécies arbóreas em Floresta Atlântica da Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil. Iheringia, Série Botânica., 63(2), 329–339. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/153

Edição

Seção

Artigos