Regeneração arbórea num capão de restinga no Rio Grande do Sul, Brasil

Autores

  • Adriano Scherer
  • Fabiana Maraschin-Silva
  • Luís Rios de Moura Baptista

Palavras-chave:

componente regenerante, restinga, Parque Estadual de Itapuã.

Resumo

Visando estudar as relações do componente regenerante com o arbóreo e aspectos da regeneração natural das espécies arbóreas, realizou-se o levantamento florístico e fitossociológico dos indivíduos regenerantes num capão de restinga no Parque Estadual de Itapuã, Viamão/RS. Amostraram-se parcelas de 1 e 4 m2 para plântulas (5 cm ≤ altura < 1 m) e juvenis (altura ≥ 1 m, DAP < 5 cm), respectivamente. Foram estimados parâmetros usuais em fitossociologia, o potencial e a taxa de regeneração das espécies, registrando-se também algumas características ecológicas. A riqueza e diversidade específica foram semelhantes entre os três estágios de crescimento, com similaridades maiores que 70%. A maioria das espécies apresentou taxa de regeneração negativa e espécies de Myrtaceae somaram mais de 60% de potencial de regeneração. Das espécies levantadas, 91,3% eram zoocóricas, 34,8%, pioneiras, 39,1%, secundárias iniciais e 26,1%, secundárias tardias. Concluiu-se que a maioria das espécies apresenta boa capacidade de regeneração.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

APG II 2003. An update of the angiosperm phylogeny group classification of the orders and families of flowering plants: APGII. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 141, p. 399-436.

BACKES, P.; IRGANG, B.E. 2002. Árvores do sul: guia de identificação e interesse ecológico. Rio de Janeiro: Instituto Souza Cruz-Clube da Árvore. 326 p.

BARREIRA, S. SCOLFORO, J.R.S.; BOTELHO, S.A.; MELLO, J.M. 2002. Estudo da estrutura da regeneração natural e da vegetação adulta de um cerrado sensu stricto para fins de manejo florestal. Scientia Forestalis, v. 61, p. 64-78.

CARAUTA, J.P.P. 1989. Ficus (Moraceae) no Brasil: conservação e taxonomia. Albertoa, v. 2, p. 1-365.

CARVALHO, J.O.P. 1982. Análise estrutural da regeneração natural em floresta tropical densa na região de Tapajós no estado do Pará. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

CENTRO ESTADUAL DE PESQUISAS EM SENSORIAMENTO REMOTO E METEOROLOGIA. CEPSRM. 2001. Projeto Mosaico de Imagem do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS. Disponível em: <http://www.sct.rs.gov.br/ programas/mosaico/index.htm>. Acesso em 15 jun. 2004.

CITADINI-ZANETTE, V. 1995. Florística, fitossociologia e aspectos da dinâmica de um remanescente de Mata Atlântica na Microbacia do Rio Novo, Orleans, SC. 236 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

COSTA, LG.S. 1992. Estrutura e dinâmica de um trecho de Mata Mesófila Semidecídua, na Estação Ecológica de Ibicatú, Piracicaba, SP. 187 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.

DENSLOW, J.S. 1980. Patterns of plant species diversity during succession under different disturbance regimes. Oecologia,

v. 46, p. 18-21.

DILLENBURG, L.R.; WAECHTER, J.L.; PORTO, M.L. 1992. Species composition and structure of a sandy coastal plain forest in northern Rio Grande do Sul, Brazil. In: SEELIGER, U. (Org.) Coastal Plant Communities of Latin America. New York: Academic Press. p. 349-366.

DORNELES, L.P.; NEGRELLE, R.R.B. 2000. Aspectos da regeneração natural de espécies arbóreas da Floresta Atlântica. Iheringia, Série Botânica, v. 53, p. 85-100.

DORNELES, L.P.P.; WAECHTER, J.L. 2004. Estrutura do componente arbóreo da floresta arenosa de restinga do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Rio Grande do Sul. Hoehnea, v. 31, n. 1, p. 61-71.

DURIGAN, G. 2003. Métodos para análise de vegetação arbórea. In: CULLEN-JR, L.; RUDRAN, R.; VALLADARESPADUA, C. (Org.). Métodos de estudos em Biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: UFPR. p. 455-480.

FINOL, U.H. 1971. Nuevos parámetros a considerarse en el análisis estructural de las selvas vírgenes tropicales. Revista Forestal Venezolana, v. 14, n. 21, p. 29-42.

FONSECA, R.C.B.; RODRIGUES, R.R. 2000. Análise estrutural e aspectos do mosaico sucessional de uma floresta semidecídua em Botucatu, SP. Scientia Forestalis, v. 57, p. 27-43.

GAMA, J.R.V.; BOTELHO, S.A.; BENTES-GAMA, M.M. 2002. Composição florística e estrutura da regeneração natural de floresta secundária de várzea baixa no estuário amazônico. Revista Árvore, v. 26, n. 5, p. 559-566.

GANDOLFI, S.; LEITÃO-FILHO, H.; BEZERRA, C.L.F. 1995. Levantamento florístico e caráter sucessional das espécies arbustivo-arbóreas de uma floresta mesófila semidecídua no município de Guarulhos-SP. Revista Brasileira de Biologia, v. 55, n. 4, p. 753-767.

HOWE, H.F.; SMALLWOOD, J. 1982. Ecology of seed dispersal. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 13, p. 201-228.

JANZEN, D.H. 1971. Seed predation by animals. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 2, p. 465-492.

JARDIM, F.C.S. 1986-1987. Taxa de regeneração natural na floresta tropical úmida. Acta Amazonica, v. 16/17, p. 401-410.

KENT, M.; COKER, P. 1995. Vegetation description and analysis: a practical approach. Chichester: John Wiley. 363 p.

KINDEL, A. 2002. Diversidade e estratégicas de dispersão de plantas vasculares da Floresta Paludosa do Faxinal, Torres-RS. 102 f. Tese (Doutorado em Botânica) – Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

MORAES, D.; MONDIN, C.A. 2001. Florística e fitossociologia do estrato arbóreo e mata arenosa no balneário do Quintão, Palmares do Sul, Rio Grande do Sul. Pesquisas, Série Botânica, v. 51, p. 87-100.

MOTA, F.S. 1951. Estudos do clima do Estado do Rio Grande do Sul, segundo o sistema de W. Köppen. Revista Brasileira de Geografia, v. 13, n. 2, p. 275-284.

MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley. 547 p.

NUNES, Y.R.F.; MENDONÇA, A.V.R.; BOTEZELLI, L.; MACHADO, E.L.M.; OLIVEIRA-FILHO, A.T. 2003. Variações da fisionomia, diversidade e composição de guildas da comunidade arbórea em um fragmento de Floresta Semidecidual em Lavras, MG. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 2, p. 213-229.

OLIVEIRA, R.J.; MANTOVANI, W.; MELO, M.M.R.F. 2001. Estrutura do componente arbustivo-arbóreo da Floresta Atlântica de encosta, Peruíbe, SP. Acta Botanica Brasilica, v. 15, n. 3, p. 391-412.

OLIVEIRA-NEVES, P. 2003. Análise estrutural do componente regenerante arbóreo-arbustivo de uma floresta estacional no sul do Brasil. 67 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

PIJL, L. Van Der. 1982. Principles of seed dispersal in higher plants. 3. ed. Berlin: Springer-Verlag. 215 p.

PIMM, S.L. 1991. The Balance of nature? Ecological issues in the Conservation of species and communities. Chicago: The University of Chicago Press. 434p.

RAMBO, B. 1954. Análise histórica da flora de Porto Alegre. Sellowia, Itajaí, v. 6, p. 9-112.

______. 1956. A fisionomia do Rio Grande do Sul. 2. ed. Porto Alegre: Livraria Selbach. 472 p.

REIS, A.; ZAMBONIN, R.M.; NAKAZONO, E.M. 1999. Recuperação de áreas degradadas utilizando a sucessão e as interações planta-animal. São Paulo: Conselho Nacional da Reserva da Mata Atlântica. (Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, série 3, n. 14).

RIO GRANDE DO SUL. Departamento de Recursos Naturais Renováveis. 1997. Plano de manejo Parque Estadual de Itapuã/RS. Porto Alegre. 158 p.

RODRIGUES, R.R.R.; GANDOLFI, S. 2000. Conceitos, tendências e ações para recuperação de florestas ciliares. In: RODRIGUES, R.R.R.; LEITÃO-FILHO, H.F. (Ed.) Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Editora da USP. p. 235-247.

ROSSONI, M.G.; BAPTISTA, L.R.M. 1994/1995. Composição florística da mata de restinga, Balneário Rondinha Velha, Arroio do Sal, RS, Brasil. Pesquisas, Série Botânica, v. 45, p. 115-131.

SÁ, C.F.C. 2002. Regeneração de um trecho de floresta de restinga na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema, Estado do Rio de Janeiro: II – Estrato arbustivo. Rodriguesia, v. 53, n. 82, p. 5-23.

SALIMON, C.I.; NEGRELLE, R.R.B. 2001. Natural regeneration in a quaternary coastal plain in southern Brazilian Atlantic Rain Forest. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 44, n. 2, p. 155-163.

SANCHOTENE, M.C.C. 1985. Frutíferas nativas úteis à fauna na arborização urbana. Porto Alegre: Ed. FEPLAM. 311 p.

SCHERER, A.; MARASCHIN-SILVA, F.; BAPTISTA, L.R.M. 2005. Florística e estrutura do componente arbóreo de matas de restinga arenosa no Parque Estadual de Itapuã, RS, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 19, n. 4, p. 717-727.

TABARELLI, M.; MANTOVANI, W. 1999. A regeneração de uma floresta tropical montana após corte e queima (São Paulo- Brasil). Revista Brasileira de Biologia, v. 59, n. 2, p. 239-250.

TABARELLI, M.; PERES, C.A. 2002. Abiotic and vertebrate seed dispersal in the Brazilian Atlantic Forest: implications for forest regeneration. Biological Conservation, v. 106, p. 165-176.

VOLPATO, M.M.L. 1993. Regeneração natural em uma floresta secundária no Domínio de Mata Atlântica: uma análise fitossociológica. 123 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

WAECHTER, J.L. 1985. Aspectos ecológicos da vegetação de restinga no Rio Grande do Sul, Brasil. Comunicações do Museu de Ciências da PUCRS, Série Botânica, v. 33, p. 49-68.

WAECHTER, J.L.; MÜLLER, S.C.; BREIER, T.B.; VENTURI, S. 2000. Estrutura do componente arbóreo em uma floresta subtropical de planície costeira interna. In: SIMPÓSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS, 2000, Vitória. Anais... Vitória: ACIESP. v. 3, p. 92-112.

Downloads

Publicado

2007-12-16

Como Citar

Scherer, A., Maraschin-Silva, F., & Baptista, L. R. de M. (2007). Regeneração arbórea num capão de restinga no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica., 62(1/2), 89–98. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/173

Edição

Seção

Artigos