Características reprodutivas de plantas em florestas de vegetação costeira tropical do Nordeste do Brasil

Autores

  • Daniel Portela Wanderley de Medeiros Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Eduardo Bezerra de Almeida Jr. Universidade Federal do Maranhão https://orcid.org/0000-0001-7517-4775
  • Brenda Hellen Izídio de Paiva Universidade Federal do Maranhão
  • Carmen Silvia Zickel Universidade Federal Rural de Pernambuco https://orcid.org/0000-0002-1323-4717

Palavras-chave:

atributos florais, centro de endemismo, recursos florais, restinga

Resumo

Estudos relacionados a estratégias ecológicas são importantes para o entendimento dos processos biológicos, principalmente às interações planta-animal. O objetivo desse estudo foi descrever os atributos biológicos da vegetação lenhosa das restingas do Centro de Endemismo Pernambuco (CEP) para compreender a diversidade vegetal e comparar com estudos realizados nas restingas e ecossistemas adjacentes. Foi montado um banco de dados das espécies lenhosas a partir de levantamentos florísticos e fitossociológicos com informações sobre: forma biológica, atributos florais e carpológicos, síndromes de polinização e frutificação. Os resultados mostraram atributos biológicos similares aos de outras florestas tropicais, variando conforme as diferenças fisionômicas e abióticas. Destacaram-se as flores inconspícuas, tamanho médio, hermafroditas, com néctar, polinizadas por abelhas, frutos carnosos e síndromes de dispersão biótica, características da maioria das espécies das restingas do CEP. Pesquisas assim fornecem dados sobre o funcionamento das restingas, servindo como uma importante ferramenta para aplicação da restauração de ecossistemas antropizado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniel Portela Wanderley de Medeiros, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada.

Eduardo Bezerra de Almeida Jr., Universidade Federal do Maranhão

Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Biologia

Brenda Hellen Izídio de Paiva, Universidade Federal do Maranhão

Universidade Federal do Maranhão, Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação.

Carmen Silvia Zickel, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Área de Botânica.

Referências

Arbelelas, M. V. & Parrado-Rossell, A. 2005. Seed dispersal modes of the sandstone Plateau vegetation of the middle Caquetá river region, Colombiam Amazonia. Biotrópica 37: 64-72.

Ayres, M.; Ayres Jr., M.; Ayres, D. L. & Santos, A. S. S. 2007. Biostat: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. Brasil.

Batalha, M. A. & Mantovani, W. 2000. Reproductive phenological patterns of cerrado plant species at the Pé de Gigante Reserve (Santa Rita do Passa Quatro, SP, Brazil): a comparison between the herbaceous and woody floras. Revista Brasileira de Biologia 60: 129-145.

Bawa, K. S. 1974. Breeding systems of tree species of lowland tropical community. Evolution 28: 85-92.

Bawa, K. S. & Opler, P. A. 1975. Dioecism in tropical forest trees. Evolution 29: 167-179.

Bawa, K. S. 1980. Evolution of dioecy in flowering’ plants. Annual Review of Ecology and Systematics 11: 15-39.

Bawa, K. S.; Bullock, S. H.; Perry, D. R.; Coville, R. E. & Grayum, M. H. 1985. Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees. II. Pollination systems. American Journal of Botany 72: 346–356.

Bullock, S. H. 1995. Plant reproduction in neotropical dry forests. In Seasonally dry tropical forests (Bullock, S. H., Mooney, H. A. & Medina, E., eds.). Cambridge University Press, Cambridge, p. 277303.

Costa, I. R.; Araújo, F. S. & Lima-Verde, L. W. 2004. Flora e aspectos auto-ecológicos de um encrave de cerrado na chapada do Araripe, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica 18: 759-770.

Cunha, A. A.; Cruz, C. B. M. & Fonseca, G. A. B. 2019. Legal Atlantic Forest (Mata Atlântica Legal): integrating biogeography to public policies towards the conservation of the biodiversity hotspot. Sustainability in Debate 10(3): 320-353.

Dafni, A. & O’Toole, C. 1994. Pollination syndromes in the Mediterranean: generalizations and peculiarities. In Plant–animal interactions in Mediterranean-type ecosystems (M. Arianoutsou & R.H. Groves, eds.). Netherlands: Kluwer Academic Publishers, p. 125-135.

EMBRAPA. 1999. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de Solos.

Endress, P. K. 1994. Diversity and evolutionary biology of tropical flowers. Cambridge: Cambridge University Press.

Faegri, K. & van der Pijl, L. 1979. The principles of pollination ecology, 3rd edition. Oxford: Pergamon.

Ferraz, K. D.; Artes, R.; Mantovani, W. & Magalhães, L. M. 1999. Fenologia de árvores em fragmento de mata em São Paulo, SP. Revista Brasileira Biologia 59: 305-315.

Fleming, T. H. 1979. Do tropical frugivores compete for food? American Zoologist 19: 1157-1172.

Fournier, L. A. 1974. Un método cuantitativo para la medición de características fenológicas en arboles. Turrialba 24: 422-423.

Frankie, G. W.; Baker, H. G. & Opler, P. A. 1974. Comparative phonological studies of trees in tropical wet and dry forest in the lowlands Costa Rica. Journal of Ecology 62: 881-919.

Freire, M. S. B. 1990. Levantamento florístico do Parque Estadual das Dunas do Natal. Acta Botanica Brasilica 4: 41-59.

Gentry, A. H. 1988. Changes in plant community diversity and floristic composition on environmental and geographical gradients. Annals of the Missouri Botanical Garden 75: p.1-34.

Givnish, T. J. 1980. Ecological constraints on the evolution of bre6ding systems in seed plants: dioecy and dispersal in gymnosperms. Evolution 34: 959-972.

Griz, L. M. S. & Machado, I. C. 1998. Aspectos morfológicos e síndromes de dispersão de frutos e sementes na Reserva Ecológica de Dois Irmãos. In Reserva Ecológica de Dois Irmãos: Estudos em um remanescente de Mata Atlântica em área urbana (I. C. Machado, A. V. Lopes & K. C. Porto, eds.). Recife: Dois Irmãos, p. 197-224.

Griz, L. M. S. & Machado, I. C. 2001. Fruiting phenology and seed dispersal syndromes in Caatinga, a tropical dry forest in the northeast of Brazil. Journal of Tropical Ecology 17: 303-321.

Hilty, S. L. 1980. Flowering and fruiting periodicity in a premontane rain forest in pacific Colombia. Biotropica 12: 292-306.

Howe, H. F. & Smallwood, J. 1982. Ecology of seed dispersal. Annual Review of Ecology and Systematics 13: 201-228.

Ibarra-Manriquez, G. & Oyama, K. 1992. Ecological correlates of reproductive traits of Mexican rain forest trees. American Journal of Botany 79: 283-394.

Kato, M. 1996. Plant-pollinator interactions in the understory of a lowland mixed dipterocarp forest in Sarawak. American Journal of Botany 83: 732-743.

Kress, W. J. & Beach, J. H. 1994. Flowering plant reproductive systems. In La Selva: ecology and natural history of a neotropical rain forest (L.A. Mcdade, K.S. Bawa, H. Hespenheide & G. Hartshorn, eds.). Chicago: University of Chicago Press, p. 161-182.

Macedo, M. 1977. Dispersão de plantas lenhosas de uma campina amazônica. Acta Amazônica 7: 1-69.

Machado, I. C. S.; Barros, L. M. & Sampaio, E. V. S. B. 1997. Phenology of Caatinga species at Serra Talhada, PE, Northeastern Brazil. Biotropica 29: 57-68.

Machado, I. C. & Lopes, A. V. 2004. Floral traits and pollination systems in the Caatinga, a Brazilian tropical dry forest. Annals of Botany 94: 365-376.

Machado, I. C.; Lopes, A. V. & Sazima, M. 2006. Plant sexual systems and a review of the breeding system studies in the caatinga, a Brazilian tropical dry forest. Annals of Botany 97: 277-287.

Martins, F. Q. & Batalha, M. A. 2006. Pollination systems and floral traits in cerrado woody species of the upper Taquari Region (central Brazil). Brazilian Journal of Biology 66: 543-552.

Matallana, G.; Wendt, T.; Araujo, D. S. D. & Scarano, F. R. 2005. High abundance of dioecious plants in a tropical coastal vegetation. American Journal of Botany 92: 1513-1519.

Medeiros, D. P. W.; Lopes, A. V. & Zickel, C. S. 2007. Phenology of woody species in tropical coastal vegetation, northeastern Brazil. Flora 202: 513-520.

Medeiros, D. P. W.; Alves, M. C. J. L.; Lima, P. B.; Almeida Jr., E. B. & Zickel, C. S. 2012. Síndromes de polinização, dispersão e tipologia de frutos: uma análise das espécies lenhosas da restinga da RPPN de Maracaípe, Ipojuca, PE. In Ecologia e conservação de ecossistemas no Nordeste do Brasil (A. C. A. El-Deir, G. J. B. Moura & E. L. Araújo, orgs.). Recife, PE: NUPEEA, p. 163-188.

Metzger, J. P.; Martensen, A. C.; Dixo, M.; Bernacci, L. C.; Ribeiro, M. C.; Teixeira, A. M. G. & Pardini, R. 2009. Time-lag in biological responses to landscape changes in a highly dynamic Atlantic Forest region. Biological Conservation 142: 1166–1177.

Nascimento, A. D.; Costa, L. B. S.; Lacerda, D. M. A. & Almeida Jr., E. B. 2021. Woody plants phenology of the coastal dunes in eastern Amazon, Brazil. Brazilian Journal of Botany 44(2): 1-12.

Oliveira, P. E. & Gibbs, P. E. 2000. Reproductive biology of woody plants in a cerrado community of Central Brazil. Flora 195: 311-329.

Ormond, W. T.; Pinheiro, M. C. B.; Lima, H. A.; Correia, M. C. R. & Pimenta, M. L. 1993. Estudo das recompensas florais das plantas da restinga de Marica – Itaipuaçu, RJ. I – Nectaríferas. Bradea 6: 179-195.

Pinheiro, T. S.; Lima, L. F.; Lima, P. B.; Almeida Jr., E. B.; Santos-Filho, F. S. & Zickel, C. S. 2013. Síndromes de polinização e dispersão de espécies arbustivo-arbóreas da restinga de Luiz Correia, Piauí. In Biodiversidade do Piauí: pesquisas & perspectivas (F. S. SantosFilho, E. B. Almeida Jr. & A. F. C. L. Soares, orgs.). v. 2. Curitiba: CRV, p. 61-72.

Pires, C. S.; Nascimento, A. D. & Almeida Jr., E. B. 2021. Dispersão de frutos e sementes do componente lenhoso nas dunas da Praia de São Marcos, São Luís, Maranhão, Brasil. Biota Amazonia 11(1): 68-74.

Piña-Rodrigues, F. C. M. & Aguiar, I. B. 1993. Maturação e dispersão de sementes. In Sementes florestais tropicais (I. B. Aguiar, F. C. M. PiñaRodrigues, M. B. Figliolia, eds.). Brasília: ABRATES, p. 215-274.

Proctor, M.; Yeo, P. & Lack, A. 1996. The natural history of pollination. London: Harper Collins Publishers.

RADAMBRASIL. 1983. Folhas SB. 24/25 Jaguaribe/Natal. Projeto RADAMBRASIL, Rio de Janeiro, p. 301-339.

Ramírez, N. & Brito, Y. 1990. Reproductive biology of a tropical palm swamp community in the Venezuelan Llanos. American Journal of Botany 77: 1260-1271.

Ramírez, N.; Gil, C.; Hokche, O.; Seres, A. & Brito, Y. 1990. Biologia floral de una comunidad arbustiva tropical en la Guayana Venezolana. Annals of the Missouri Botanical Garden 77: 383-397.

Renner, S. & Rickleffs, R. 1995. Dioecy and its correlates in the flowering plants. American Journal of Botany 82: 596-606.

Ribeiro, L. F. & Tabarelli, M. 2002. A structural gradient in cerrado vegetation of Brazil: changes in woody plant density, species richness, Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, 78: e2023011, 2023

life history and plant composition. Journal of Tropical Ecology 18: 775-794.

Richards, A. J. 1986. Plant breeding systems. London: George Allen e Unwin.

Ruiz-Zapata, T. & Arroyo, M. T. K. 1978. Plant reproductive ecology of a secondary deciduous tropical forest in Venezuela. Biotropica 10: 221-230.

Scarano, F. R. 2002. Structure, function and floristic ralationships of plant communities in stressful habitats marginal to the Brazilian Atlantic rainforest. Annals of Botany 90: 517-524.

Selwyn, M. A. & Parthasarathy, N. 2006. Reproductive traits and phenology of plants in tropical dry evergreen forest on the Coromandel coast of India. Biodiversity and Conservation 15: 3207-3234.

Silberbauer-Gottsberger, I. & Gottsberger, G. 1988. A polinização de plantas do Cerrado. Revista Brasileira de Biologia 48: 651-663.

Silva, A. G.; Guedes-Bruni, R. R. & Lima, M. P. M. 1997. Sistemas sexuais e recursos florais do componente arbustivo-arbóreo em mata preservada na reserva ecológica de Macaé de Cima. In Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Conservação em Mata Atlântica (H. C. Lima & R. R. Guedes-Bruni, eds.). Rio de Janeiro: Jardim Botânico, p. 187-211.

Silva, J. M. C. & Casteleti C. H. M. 2003. Status of the biodiversity of the Atlantic Forest of Brazil. In The Atlantic Forest of South America: biodiversity status, threats, and outlook (C. Galindo-Leal & I. G. Câmara, eds.). Washington: Center for Applied Biodiversity Science and Island Press, p. 43-59.

Silva, S. S. L.; Medeiros, D. P. W.; Almeida Jr., E. B.; Pessoa, L. M. & Zickel, C. S. 2010. Fenologia de espécies lenhosas de uma restinga na APA de Guadalupe, litoral sul de Pernambuco. In Biodiversidade, potencial econômico e processos eco-fisiológicos em ecossistemas potencial econômico e processos eco-fisiológicos em ecossistemas nordestinos (U. P. Albuquerque, A. N. Moura & E. L. Araújo, eds.). v.2. Bauru, SP: Canal6/Recife, PE: NUPEEA, p. 413-435.

Spina, A. P.; Ferreira, W. M. & Leitão-Filho, H. F. 2001. Floração, frutificação e síndromes de dispersão de uma comunidade de floresta

de brejo na região de Campinas (SP). Acta Botanica Brasilica 3: 289-450.

Spjut, R. W. 1994. A systematic treatment of fruit types. Memoirs of the New York Botanical Garden, volume 70. Bronx, New York.

Tabarelli, M.; Aguiar, A. V.; Ribeiro, M. C.; Metzger, J. P. & Peres, C. A. 2010. Prospects for biodiversity conservation in the Atlantic Forest: Lessons from aging human-modified landscapes. Biological Conservation 143: 2328-2340.

Talora, D. C. & Morellato, L. P. C. 2000. Fenologia das espécies arbóreas em floresta de planície litorânea do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 1: 13-26.

Ule, E. 1901. Die vegetation von Cabo Frio na der Kuste von Brasilien. Botany Jarhburg Systematic 28: 511-528.

Van der Pijl, L. 1982. Principles of dispersal in higher plants. Berlim; Springer-Verlag.

Vasconcelos, S. F.; Araújo, F. S. & Lopes, A. V. 2010. Phenology and dispersal modes of wood species in the Carrasco, a tropical deciduous shrubland in the Brazilian semiarid. Biodiversity and Conservation 19: 2263-2289.

Vicente, A.; Santos, A. M. M. & Tabarelli, M. 2003. Variação no modo de dispersão de espécies lenhosas em um gradiente de precipitação entre floresta seca e úmida no nordeste do Brasil. In Ecologia e conservação da Caatinga (I. Leal, M. Tabarelli, J. M. C. Silva, eds.). Recife, Editora Universitária da UFPE, p. 657-694.

Vieira, D. L. M.; Aquino, F. G.; Brito, M. A.; Fernandes-Bulhão, C. & Henriques, R. P. B. 2002. Síndromes de dispersão de espécies arbustivo-arbóreas em cerrado sensu stricto do Brasil Central e savanas amazônicas. Revista Brasileira de Botânica 25: 215-220.

Yamamoto, L. F.; Kinoshita, L. S. & Martins, F. R. 2007. Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da floresta estacional semidecídua Montana, SP Brasil. Acta Botanica Brasilica 21: 553-573.

Zickel, C. S.; Vicente, A.; Almeida Jr., E. B.; Cantarelli, J. R. R. & Sacramento, A. C. 2004. Flora e vegetação das restingas no Nordeste Brasileiro. In Oceanografia: um cenário tropical (E. Eskinazi-Leça, S. Neumann-Leitão & M. F. Costa, eds.). Recife Bargaço, p. 689-701.

Downloads

Publicado

2024-01-03

Como Citar

Medeiros, D. P. W. de, Almeida Jr., E. B. de, Paiva, B. H. I. de, & Zickel, C. S. (2024). Características reprodutivas de plantas em florestas de vegetação costeira tropical do Nordeste do Brasil. Iheringia, Série Botânica., 78. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/965

Edição

Seção

Artigos