Composição florística e distribuição ecológica de epífitos vasculares na Floresta Nacional de Passo Fundo, Rio Grande do Sul

Autores/as

  • Cristiano Roberto Buzatto
  • Branca Maria Aimi Severo
  • Jorge Luiz Waechter

Palabras clave:

epifitismo, florística, Floresta Ombrófila Mista.

Resumen

O epifitismo vascular constitui uma característica comum de florestas tropicais e subtropicais úmidas de todo o mundo. Um inventário florístico foi realizado em uma área de floresta com araucária na Floresta Nacional de Passo Fundo (29º16’ S, 52º18’ W), próximo à Mato Castelhano, Rio Grande do Sul. O levantamento florístico resultou em 44 espécies, pertencentes a 28 gêneros e 12 famílias. Orchidaceae (13), Polypodiaceae (8) e Bromeliaceae (6) foram as famílias mais diversificadas. A riqueza variou de 9 a 30 espécies, respectivamente nos troncos de samambaias arborescentes e na copa de árvores do dossel. As espécies mais freqüentes foram Peperomia catharinae (Piperaceae) e três espécies das pteridófitas, Campyloneurum nitidum, Microgramma squamulosa e Pleopeltis angusta (Polypodiaceae). A análise multivariada distinguiu dois grupos, um incluindo fustes e copas de árvores com ritidoma áspero e outro hábitats mais especializados, como ramos de araucária, espécies de Myrtaceae com ritidoma liso e cáudices de Dicksonia sellowiana. A riqueza epifítica na área estudada é menor do que em outros estandes de floresta mista com araucária do sul do Brasil, provavelmente como conseqüência da situação relativamente austral e continental, que reduz a influência das florestas atlânticas altamente diversificadas.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

BACKES, A. 1981. Composição florística de epífitos vasculares numa área localizada nos municípios de Montenegro e Triunfo, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, n. 28, p. 55-93.

ARÉVALO, R.; BETANCUR, J. 2004. Diversidad de epífitas vasculares en cuatro bosques del sector suroriental de la serranía de Chiribiquete, Guayana Colombiana. Caldasia, v. 26, n. 2, p. 359-380.

BARTHOLOTT, W.; SCHIMIT-NEUERBURG, V.; NIEDER, J.; NGWALD, S. 2001. Diversity and abundance of vascular epiphytes: a comparasion of secondary vegetation and primary montane rain forest in the Venezuelan Andes. Plant Ecology, n. 152, p. 145-156.

BENZING, D.H. 1990. Vascular epiphytes: general biology and related biota. New York: Cambridge University Press. 354p.

BØGH, A. 1992. Composition and distribution of the vascular epiphyte flora of an Ecuadorian Montane Rain Forest. Selbyana, v. 13, p. 25-34.

BORGO, M.; SILVA, S.M. 2003. Epífitos vasculares em fragmentos de Floresta Ombrófila Mista, Curitiba, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, n. 26, v. 3, p. 391-401.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Unidades de conservação: Florestas Nacionais. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 18 maio 2005.

BURNS, K.C.; DAWSON, J. 2005. Patterns in the diversity and distribution of epiphytes and vines in a New Zealand forest. Austral Ecology, n. 30, p. 883-891.

CALLAWAY, R.M.; REINHART, K.O.; MOORE, G.W.; MOORE, D.J.; PENNINGS, S.C. 2002. Epiphyte host preferences and host traits: mechanisms for species-specific interactions. Oecologia, n. 132, p. 221-230.

CARDELÚS, C.L.; COLWELL, R.K.; WATKINS, J.E. 2006. Vascular epiphyte distribution patterns: explaining the mid-elevation richness peak. Journal of Ecology, n. 94, p. 144-156.

CARLSEN, M. 2000. Structure and diversity of the vascular epiphyte community in the overstory of a tropical rain forest in Surumoni, Amazonas State, Venezuela. Selbyana, n. 1-2, v. 21, p. 7-10.

CERVI, A.C.; ACRA, L.A.; RODRIGUES, L.; TRAIN, S.; IVANCHECHEN, S.L.; MOREIRA, A.L.O.R. 1988. Contribuição ao conhecimento das epífitas (exclusive Bromeliaceae) de uma floresta de Araucária do Primeiro Planalto Paranaense. Insula, n. 18, p. 75-82.

CORTEZ, L. 2001. Pteridófitas epífitas encontradas en Cyatheaceae y Dicksoniaceae de los bosques nublados de Venezuela. Gayana Botanica, n. 58, v. 1, p. 13-23.

DISLICH, R. 1996. Florística e estrutura do componente epifítico vascular na mata da reserva da cidade universitária “Armando de Salles Oliveira”, São Paulo, SP. 175f. Dissertação (Mestrado em Ciências, área Ecologia) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

DITTRICH, V.A.O.; KOZERA, C.; MENEZES-SILVA, S. 1999.

Levantamento florístico dos epífitos vasculares do Parque Barigüi,

Curitiba, Paraná, Brasil. Iheringia, Série Botânica, n. 52. p. 11-21.

DUBUISSON, J.Y.; HENNEQUIN, S.; RAKOTONDRAINIBE, F.; SCHNEIDER, H. 2003. Ecological diversity and adaptative tendencies in the tropical fern Trichomanes L. (Hymenophyllaceae) with special reference to climbing and epiphytic habits. Botanical Journal of the Linnean Society, n. 142, p. 41-63.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Embrapa Trigo. Clima de Passo Fundo: normais climatológicas. Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/agromet/cli_pf1.html>. Acesso em: 18 maio 2005.

FLORES-PALACIOS, A.; GARCÍA-FRANCO, J.G. 2004. Effect of isolation on the structure and nutrient content of oak epiphyte communities. Plant Ecology, n. 173, p. 259-269.

GIONGO, C.; WAECHTER, J.L. 2004. Composição florística e estrutura comunitária de epífitos vasculares em uma floresta de galeria na Depressão Central do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Botânica, n. 27, v. 3, p. 563-572.

GONÇALVES, C.N.; WAECHTER, J.L. 2002. Epífitos vasculares sobre espécimes de Ficus organensis isolados no norte da planície costeira do Rio Grande do Sul: padrões de abundância e distribuição. Acta botanica brasilica, n. 16, v. 4, p. 429-441.

GONÇALVES, C.N.; WAECHTER, J.L. 2003. Aspectos flo-

rísticos e ecológicos de epífitos vasculares sobre figueiras isoladas no norte da planície costeira do Rio Grande do Sul. Acta botanica brasilica, n. 17, v. 1, p. 89-100.

HIETZ-SEIFERT, U.; HIETZ, P.; GUEVARA, S. 1996. Epiphyte vegetation and diversity on remnant trees after forest clearance in southern Veracruz, Mexico. Biological Conservation, n. 75, p. 103-111.

INMET. Balanço hídrico climático 1961-1990. Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/html/agro.php?lnk=Hídrico%20Climático>. Acesso em: 16 jun. 2006.

IPNI. The International Plant Names Index. Plant names. Disponível em: <http://www.ipni.org>. Acesso em: 15 maio 2006.

KERSTEN, R.A.; SILVA, S.M. 2001. Composição florística do componente epifítico vascular em floresta da planície litorânea na Ilha do Mel, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, n. 2, v. 24, p. 213-226.

KERSTEN, R.A.; SILVA, S.M. 2002. Florística e estrutura do componente epifítico vascular em floresta ombrófila mista aluvial do rio Barigüi, Paraná Brasil. Revista Brasileira de Botânica, n. 25, v. 3, p. 259-267.

KLEIN, R.M. 1960. O aspecto dinâmico do pinheiro brasileiro. Sellowia, n. 12, p. 17-44.

MAUHS, J. 2002. Fitossociologia e regeneração natural de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista exposto a perturbações antrópicas. 66f. Tese (Mestrado em Biologia: Diversidade e manejo da vida silvestre) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo.

MORI, S.A.; SILVA, L.A.M.; LISBOA, G.; CORADIN, L. 1985. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Ilhéus: Centro de Pesquisas do Cacau. 97 p.

MYNSSEN, C.M.; WINDISCH, P.G. 2004. Pteridófitas da reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, RJ, Brasil. Rodriguésia, v. 85, n. 55, p. 125-156.

NEGRELLE, R.A.B.; SILVA, F.C. 1992. Fitossociologia de um trecho de floresta com Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. no município de Caçador-SC. Boletim de Pesquisa Florestal, n. 24-25, p. 37-54, jan./dez.

NIEDER, J.; ENGWALD, S.; BARTHLOTT, W. 1999. Patterns of neotropical epiphyte diversity. Selbyana, n. 1, v. 20, p. 66-75.

NIEDER, J.; IBISCH, P.L.; BARTHLOTT, W. 1996-1997. Biodiversidad de epifitas: una cuestión de escala. Revista del Jardín Botánico Nacional, v. 17-18, p. 59-62.

NIEDER, J.; PROSPERI, J.; MICHALOUD, G. 2001. Epiphytes

and their contribution to canopy diversity. Plant Ecology, n. 153, p. 51-63.

NUNES, V.F.; WAECHTER, J.L. 1998. Florística e aspectos fitogeográficos de Orchidaceae epifíticas de um morro granítico subtropical. Pesquisas. Botânica, n. 48, p. 127-191.

OLIVEIRA, R.R. 2004. Importância das bromélias epífitas na ciclagem de nutrientes da Floresta Atlântica. Acta botanica brasilica, v. 18, n. 4, p. 793-799.

PADMAWATHE, R.; QURESHI, Q.; RAWAT, G.S. 2004. Effects of selective logging on vascular epiphyte diversity in a moist lowland forest of Eastern Himalaya, India. Biological Conservation, n. 119, p. 81-92.

PEREIRA, O.L.; KASUYA, M.C.M.; ROLLEMBERG, C. L.; CHAER, G.M. 2005. Isolamento e identificação de fungos micorrízicos rizoctonióides associados a três espécies de orquídeas epifíticas neotropicais no Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, n. 29, p. 191-197.

PODANI, J. 2001. Syn-tax 2000 computer programs for data analysis in ecology and systematics: user’s manual. Budapest: Scientia Publishing. 53p.

PUPULIN, F. 1998. Orchid florula of Parque Nacional Manuel Antonio, Quepos, Costa Rica. Revista de Biologia Tropical,

v. 46, n. 4, p. 961-1031.

REITZ, R.; KLEIN, R.M. 1966. Araucariáceas. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 62p.

ROCHA, E.A.; AGRA, M.F. 2002. Flora do pico do Jabre, Paraíba, Brasil: Cactaceae Juss. Acta botanica brasilica, v. 16, n. 1, p. 15-21.

ROGALSKI, J.M.; ZANIN, E.M. 2003. Composição florística de epífitos vasculares no estreito de Augusto César, Floresta Estacional Decidual do Rio Uruguai, RS, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, n. 26, v. 4, p. 551-556.

SCHIMITT, J.L.; BUDKE, J.C.; WINDISCH, P.G. 2005. Aspectos florísticos e ecológicos de pteridófitas epifíticas em cáudices de Dicksonia sellowiana Hook. (Pteridophyta, Dicksoniaceae), São Francisco de Paula, RS, Brasil. Pesquisas. Botânica, n. 56, p. 161-172.

SCHWESINGER, L.H.; PRIETO, R.O. 2002. Epiphytic angiosperms of Cuba. Selbyana, n. 2, v. 23, p. 224-244.

WAECHTER, J.L. 1986. Epífitos vasculares da mata paludosa do Faxinal, Torres, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, n. 34, p. 39-49.

WAECHTER, J.L. 1992. O epifitismo vascular na planície costeira do Rio Grande do Sul. 163f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

WAECHTER, J.L. 1998. Epifitismo vascular em uma floresta de restinga do Brasil subtropical. Ciência e Natura, n. 20,

p. 43-66.

WAECHTER, J.L.; BAPTISTA, L.R.M. 2004. Abundância e distribuição de orquídeas epifíticas em uma floresta turfosa do Brasil Meridional. In: BARROS, F.; KERBAUY, G.B. (Org.). Orquideologia sul-americana: uma compilação científica. São Paulo: Centro de Editoração da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2004. p. 135-145.

ZOTZ, G.; VOLLRATH, B. 2002. Substrate preferences of epiphytic bromeliads: an experimental approach. Acta Oecologica, n. 23, p. 99-102.

Publicado

2008-12-17

Cómo citar

Buzatto, C. R., Severo, B. M. A., & Waechter, J. L. (2008). Composição florística e distribuição ecológica de epífitos vasculares na Floresta Nacional de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Iheringia, Série Botânica., 63(2), 231–240. Recuperado a partir de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/144

Número

Sección

Artigos