Flora de Inselbergues do Monumento Natural Monólitos de Quixadá, no sertão central do Ceará
DOI :
https://doi.org/10.21826/2446-8231201873110Mots-clés :
Afloramento rochoso, caatinga, forma de vida, micro-habitatRésumé
Inselbergues são ilhas rochosas que ocorrem em montes isolados ou aglomerados, como o Monumento Natural Monólitos de Quixadá no semiárido Cearense. Visamos conhecer a composição florística destes inselbergs, as síndromes de dispersão, as formas de crescimento e de vida predominantes e como a diversidade de micro-habitats influencia esses atributos. Para esse estudo realizamos coletas mensais da flora vascular durante dois anos em dois inselbergues Quixadaenses. Reconhecemos os micro-habitats cacimba, canal de drenagem, fenda, fissura, paredão rochoso, depressão rasa, depressão profunda, cinturão florestado e caverna. Registramos 107 espécies em 45 famílias, sendo Fabaceae (13 espécies), Apocynaceae (11), Euphorbiaceae (06), Bromeliaceae (05) e Cactaceae (04) as mais representativas. A riqueza e composição florística diferiram de outros inselbergues. Predominaram espécies zoocóricas (43), fanerófitas (64) e árvores (45), contrário ao esperado para regiões semiáridas. Concluímos que estas diferenças se devem às características intrínsecas dos nove micro-habitats reconhecidos, como quantidade de substrato e disponibilidade hídrica.
Téléchargements
Références
Almeida, A., Felix, W.P., Andrade, L.A. & Felix, L.P. 2008. A família Orchidaceae em inselbergues da Paraíba, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5(2):753-755.
Angiosperm Phylogeny Group - APG IV. 2016. An udpdate of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 85(4):531-553.
Associação Internacional das Montanhas Famosas - WFMA. 2015. Disponível em http://www.s.wfmainbrazil.com/index.php/montanhasno-brasil#axzz3v4C2d614 Acessado em 22.12.2015.
Araújo, F.S., Oliveira, R.F. & Lima-Verde, L.W. 2008. Composição, espectro biológico e síndromes de dispersão da vegetação de um Inselbergue no domínio da Caatinga, Ceará. Rodriguésia 59(4):659671. Araújo, F.S., Rodal, M.J.N., Barbosa, M.R.V. & Martins, F.R. 2005. Vegetação e flora fanerogâmica da área Reserva Serra das Almas, Ceará. In Análise das variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga suporte a estratégias regionais de conservação (F.S. Araújo, M.J.N. Rodal & M.R.V. Barbosa, orgs.). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, p. 94-121.
Barthlott, W., Gröger, A. & Porembski, S. 1993. Some remarks on the vegetation of tropical inselbergs: diversity and ecological differentiation. Biogeographica 69(3):105-124.
Burke, A. 2002. Island–matrix relationships in Nama Karoo inselberg landscapes Part II: Are some inselbergs better sources than others?. Plant Ecology 158(1):41-48. Burke, A. 2004. From plains to inselbergs: species in special habitats as indicators for climate change?. Journal of Biogeography 31(5):831841.
Caiafa, A.N. & Silva, A.F. 2007. Structural analysis of the vegetation on a highland granitic rock outcrop in Southeast Brazil. Brazilian Journal of Botany 30(4):657-664.
Carmo, F.F. & Jacobi, C.M. 2013. A vegetação de canga no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: caracterização e contexto fitogeográfico. Rodriguésia 64(3):527-541.
Costa, R.C., Araújo, F.S. & Lima-Verde, L.W. 2007. Flora and life-form spectrum in an area of deciduous thorn woodland (caatinga) in northeastern, Brazil. Journal of Arid Environments 68(2):237-247.
França, F., Melo, E. & Santos, C.C. 1997. Flora de inselbergs da região de Milagres Bahia, Brasil: I. Caracterização da vegetação e lista de espécies de dois inselbergs. Sitientibus 17(2):63-184.
França, F., Melo, E., Santos, A.K.A., Melo, J.G.A.N., Marques, M., SilvaFilho, M.F.B. & Machado, C. 2005. Estudo ecológico e florístico em ilhas de vegetação de um inselberg no semi-árido da Bahia, Brasil. Hoehnea 32(1):93-101.
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME. 2015. Dados dos postos pluviométricos do Ceará. Disponível em: http://www.funceme.br/app/calendario/produto/municipios/maxima/ diario?data=hoje Acessado em 15/10/2015.
Giulietti, A. M., Bocage Neta, A.L., Castro, A.A.J.F., Gamarra-Rojas, C.F.L., Sampaio, E.V.S.B., Virgínio, J.F. & Harley, R.M. 2004. Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga. In Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação (J.D. Silva, M. Tabarelli, M.D. Fonseca & L.V. Lins, orgs.) Ministério do Meio Ambiente, Brasília, p. 48-90.
Gomes, P. & Alves, M. 2009. Floristic and vegetational aspects of an inselberg in the Semi-Arid region of Northeast Brazil. Edinburgh Journal of Botany 66(2):329-346.
Griz, L.M.S. & Machado, I.C. 2001. Fruiting phenology and seed dispersal syndromes in caatinga, a tropical dry forest in the northeast Brazil. Journal of Tropical Ecology 17(2):303-321.
Gröger, A. & Huber, O. 2007. Rock outcrop habitats in the Venezuelan Guayana lowlans: their main vegetation types and floristic componentes. Revista Brasileira de Botânica 30(4):599-609.
Ibisch, P.L., Rauer, G., Rudolph, D. & Barthlott, W. 1995. Floristic, biogeographical, and vegetational aspects of pre-cambrian rocks outcrops (inselbergs) in eastern Bolivia. Flora 190(1):299-314.
Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. 2015. Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa. Disponível em: http://www. inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep.
International Plant Names Index - IPNI. 2015. Published on the Internet. Disponível em: <http://www.ipni.org>.
Jardim Botânico do Rio De Janeiro - JBRJ. 2016. Flora do Brasil 2020 em construção. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br>.
Lorenzi, H. 2008. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, São Paulo. 672 p.
Lumaret, R., Guillerm, J., Maillet, J. & Verlaque, R. 1997. Plant species diversity and polyploidy in islands of natural vegetation isolated in extensive cultivated lands. Biodiversity and Conservation 6(4):591-613.
MaCarthur, R.H. & Wilson, E.O. 1967. The Theory of Island Biogeography. Princeton University Press, Princeton. 224 p.
Martinelli, G. & Forzza, R.C. 2006. Pitcairnia L’Hér.(Bromeliaceae): a new species, P. azouryi Martinelli & Forzza, and notes on P. encholirioides LB Sm. Brazilian Journal of Botany 29(4):603-607.
Martins, S. & Alves, M. 2008. Aspectos anatômicos de espécies simpátridas de Mandevilla (Apocynaceae) ocorrentes em três inselbergues de Pernambuco-Brasil. Rodriguésia 59(2):369-380.
Medina, B.M.O., Ribeiro, K.T. & Scarano, F.R. 2006. Plant-plant and plant-topography interactions on a rock outcrop at high altitude in southeastern Brazil. Biotrópica 38(1):27-34.
Meirelles, S.T., Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26(1):10-20.
Menezes, M.O.T., Araújo, F.S. & Romero, R.E. 2010. O sistema de conservação biológica do Estado do Ceará: diagnóstico e recomendações. Rede 5(2):7-31.
Moraes, A.O., Melo, E.G, Agra, M.F. & França, F. 2009. A família Solanaceae nos inselbergues do semi-árido da Bahia, Brasil. Iheringia. Série Botânica 64(2):109-122.
Noort, S.V., Gardiner, A.J. & Tolley, K.A. 2007. New records of Ficus (Moraceae) species emphasize the conservation significance of inselbergs in Mozambique, South African. Journal of Botany 73(4):642-649.
Parmentier, I. 2003. Study of the vegetation composition in three inselbergs from continental Equatorial Guinea (Western Central Africa): Efects of site, Soil factors and position relative to forest fringe. Belgian Journal of Botany 136(1):63-72.
Parmentier, I., Stévart, T. & Hardy, O. J. 2005. The inselberg flora of Atlantic Central Africa. I. Determinants of species. Journal of Biogeography 32(4):685-696.
Porembski, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Brazilian Journal of Botany 30(4):579-586.
Porembski, S. & Barthlott, W. 2000. Granitic and gneissic outcrops (inselbergs) as centers of desiccation-tolerant vascular plants. Plant Ecology 151(1):19-28.
Porembski, S., Martinelli, G., Ohlemüller, R. & Barthlott, W. 1998. Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic rainforest. Diversity and distributions 4(3):107-119.
Porembski, S., Seine, R. & Barthlott, W. 1997. Inselberg vegetation and biodiversity of granite outcrops. Journal of the Royal Society of Western Australia 80(3):193-199.
Porto, P.A.F., Almeida, A., Pessoa, W.J., Felix, L.P. & Trovão, D. 2008. Composição florística de um inselbergue no Agreste paraibano, município de Esperança, Nordeste do Brasil. Revista Caatinga 21(2):214-223.
Ratter, J.A., Bridgewater, S., Atkinson, R. & Ribeiro, J.F. 1996. Analysis of the floristic composition of the Brazilian cerrado vegetation II: comparison of the woody vegetation of 98 areas. Edinburgh Journal of Botany 53(2):153-180.
Raunkiaer, C. 1934. The life forms of plants and statistical plant geography. Clarendon Press, Oxford. 632 p.
Ribeiro, S.C., Marçal, M.S. & Correa, A.C.B. 2010. Geomorfologia de áreas semi-áridas: uma contribuição ao estudo dos sertões nordestinos. Revista de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco 27(1):120-137.
Silva, J.B. 2016. Panorama sobre a vegetação em afloramentos rochosos do Brasil. Oecologia Australis 20(4):451-463.
Sarthou, C., Kounda-Kiki, C., Vaçulik, A., Mora, P., & Ponge, J. F. (2009). Successional patterns on tropical inselbergs: A case study on the Nouragues inselberg (French Guiana). Flora-Morphology, Distribution, Functional Ecology of Plants 204(5):396-407.
Scarano, F.R. 2007. Rock outcrop vegetation in Brazil: a brief overview. Brazilian Journal of Botany 30(4):561-568.
Van der Pijl, L. 1982. Principles of dispersal in higher plants. Springer Verlag, Berlin. 215p.