Plasticidade da folha e lenho de cinco espécies lenhosas em duas áreas de restinga no Sul do Brasil
Palavras-chave:
Anatomia de madeira, morfologia foliar, respostas plásticas.Resumo
O presente estudo verificou comparativamente a plasticidade de Clusia criuva Cambess., Myrsine venosa A. DC., Ocotea pulchella (Nees e Mart.) Mez, Pera glabrata (Schott) Poepp. Ex Baill e Ternstroemia brasiliensis Cambess. Foram mensurados atributos funcionais de folha e caule, e em campo foram tomados a altura e diâmetro caulinar à altura do peito. A heterogeneidade ambiental foi caracterizada pela análise química dos solos, espessura da serapilheira e umidade gravimétrica. Para cada atributo morfoanatômico calculou-se o índice de plasticidade fenotípica. Os atributos foliares apresentaram variação entre as restingas em todas as espécies estudadas, destacando-se a área específi ca foliar. Atributos da madeira pouco variaram, mostrando maior herdabilidade de caracteres ou condição hídrica similar do ponto de vista do uso do recurso hídrico. Os resultados corroboram com outros estudos e indicam que a folha é mais plástica, respondendo às variações do hábitat.Downloads
Referências
Amaral Filho, J.P.R, Fornasieri Filho, D., Farinelli, R. & Barbosa, J.C. 2005. Espaçamento, densidade populacional e adubação nitrogenada na cultura do milho. Revista Brasileira de Ciência do Solo 29(3):467-473.
Anjos Silva, L. 2010. Plasticidade e aclimatação foliar à irradiância em
espécies da floresta atlântica. Tese 120f. Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa.
Araújo, D.S.D. & Lacerda, L.D. 1987. A natureza das restingas. Ciência Hoje 6(33):42-48.
Baas, P. & Carlquist, S.A. 1985. Comparison of the ecological wood anatomy of the floras of southern California and Israel. International associate of Wood Anatomists Journal 6(4):349-353.
Baas, P., Wheeler, E. & Fahn, A. 1983. Some ecological trends in vessel
characters. International Associate of Wood Anatomists Journal 4(2-3): 141-159.
Barros, C.F., Callado, C.H., Marcon, M.L., Costa, C.G., Cunha, M., Lima,
H.R.P. & Marquete, O. 2001. Madeiras da mata atlântica: anatomia do lenho de espécies ocorrentes nos remanescentes florestais do estado do
Rio de Janeiro – Brasil. Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 100 p.
Berlyn, G.P. & Miksche, J.P. 1976. Botanical microtechnique and cytochemistry. Iowa State University, Ames. 326 p.
Boeger, M.R.T., Espíndola Júnior, A., Macari Júnior, A., Reissmann, C.B.,
Alves, A.C.A. & Rickli F. L. 2009. Variação estrutural foliar de espécies medicinais em consórcio com erva-mate, sob diferentes intensidades luminosas. Floresta 31(1):215-225.
Boeger, M.R.T. & Gluzezak, R.M. 2006. Adaptações estruturais de sete
espécies de plantas para as condições ambientais da área de dunas de Santa Catarina, Brasil. Iheringia. Série Botânica 61:73-82.
Boeger, M.R.T, Gluzezak, R.M, Pil, M.W., Goldenberg, R. & Medri, M. 2008. Variabilidade morfológica foliar de Miconia sellowiana (DC.) Naudin (Melastomataceae) em diferentes fitofisionomias no estado do Paraná. Revista Brasileira de Botânica 31(3):443-452.
Carlquist, S. 1977. Ecological factors in wood evolutions: a floristic approach. American Journal of Botany 64(7):887-896.
Climate-Data. 2014. Available at: http://pt.climatedata.org/location/194495/.
Acessed on 10 December 2014.
Crawley, M.J. 2007. The R book. John Wiley and Sons, Chichester. 950 p.
Denardi, L. & Marchiori, J.N.C. 2005. Anatomia ecológica da madeira de Blepharocalyx salicifolius (H. B. K.) Berg. Ciência Florestal 15(2):119-127.
Dickison, W.C. 2000. Integrative plant anatomy. Academy Press, California.
p.
EMBRAPA. 1997. Manual de métodos de análise de solo. Centro Nacional
de Pesquisa de Solos, Riode Janeiro. 212 p. Dispnível em: https://
www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Manual+de+Metodos_0
fzvhotqk02wx5ok0q43a0ram31wtr.pdf. Acessado em 01/02/2016.
Ennos, A.R. 1999. The aerodynamics and hydrodynamics of plants. The
Journal of Experimental Biology 202(23):3281-3284.
Faquin, V. 2005. Nutrição mineral de plantas. Monografia 186 f. Universidade Federal de Lavras, Lavras.
Franklin, G.L. 1945. Preparation of thin sections of synthetic resins and
wood-resin composites, and a new macerating method for wood. Nature
(3924):51.
Gondim, A.R.O., Puiatti, M., Ventrella, M.C. & Cecon, P.R. 2008. Plasticidade anatômica da folha de taro cultivado sob diferentes condições de sombreamento. Bragantia 67(4):1037-1045.
Gratani, L. 2014. Plant phenotypic plasticity in response to environmental
factors. Advances in Botany 313:1-17.
Hodgson, J.G., Montserrat-Marti, G., Charles, M., Jones, G., Wilson, P.,
Shipley, B., Sharafi, M., Cerabolini, B.E.L., Cornelissen, J.H.C., Band, S.R., Bogard, A., Castro-Díez, P., Guerrero-Campo, J., Plamer, C., Pérez-Rontomé, M.C., Carter, G., Hynd, A., Romo-Díez, A., Espuny, L.T. & Pla, F.H. 2011. Is leaf dry matter content a better predictor of soil fertility than specific leaf area? Annals of Botany 108:1337-1345.
IAWA Committee. 1989. List of microscopic features for hardwood identification. International Association of Wood Anatomists Journal 10(3):219-332.
IBGE. 2012. Manual técnico da vegetação brasileira. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, São Paulo. 271 p.
Johansen, D.A. 1940. Plant microtechnique. McGraw-Hill, New York. 423 p.
Knie, J.L.W. 2002. Atlas ambiental da região de Joinville, complexo hídrico
da Baía da Babitonga. Fundação de Amparo à Tecnologia e ao Meio Ambiente, Deutsch Gesellschaft Für Technische Zusammernarbeit, Joinville. 144 p.
Kraus, J.E. & Arduin, M. 1997. Manual básico de métodos em morfologia
vegetal. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica. 198 p.
Kroon, H., Huber, H., Stuefer, J.F. & Groenendael, J.N. 2005. A modular
concept of phenotypic plasticity in plants. New Phytologist 166:73-82.
Larcher, W. 2000. Ecofisiologia vegetal. RiMa, São Carlos. 531 p. Leão, Z.M.A.N. & Dominguez, J.M.L. 2000. Tropical Coast of Brazil. Marine Pollution Bulletin 41:112-122.
Lima, M.A.O., Mielke, M.S., Lavinsky, A.O., França, S., Almeida, A.F.A. & Gomes, F.P. 2010. Crescimento e plasticidade fenotípica de três espécies arbóreas com uso potencial em sistemas agroflorestais. Scientias Forestalis 38(87):527-534.
Lopes, A.S. & Guidolin, J.A. 1989. Interpretação de análise de solo – conceitos e aplicações. Associação Nacional para Difusão de Adubos, São Paulo. 50 p.
Luchi, A.E. 2004. Anatomia do lenho de Croton urucurana Baill.
Euphorbiaceae) de solos com diferentes níveis de umidade. Revista Brasileira de Botânica 27(2):271-280.
Melo Júnior, J.C.F. & Boeger, M.R.T. 2015. Riqueza, estrutura e interações
edáficas em um gradiente de restinga do Parque Estadual do Acaraí, estado de Santa Catarina, Brasil. Hoehnea 42(2):207-232.
_____. 2016. Leaf traits and plastic potential of plant species in a lightedaphic gradient from a restinga in southern Brazil. Acta Biológica
Colombiana 21:51-62.
Melo Júnior, J.F.C., Bona, C. & Ceccantini, G. 2012. Anatomia foliar de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae): interpretações ecológicas em diferentes condições edáficas de Cerrado. Biotemas 25(4):29-36.
Miguel, P.S.B., Gomes, F.T., Rocha, W.S.D., Martins, C.E., Carvalho, C.A.
& Oliveira, A.V. 2010. Efeitos tóxicos do alumínio no crescimento das plantas: mecanismos de tolerância, sintomas, efeitos fisiológicos, bioquímicos e controles genéticos. CES Revista 24:13-29.
Noble, A.D., Gillman, G.P. & Ruaysoongnern, S.A. 2000. Cation exchange
index for assessing degradation of acid soil by further acidification under permanent agriculture in the tropics. European Journal of Soil Science 51(2):233-243.
Paiva, J.G.A., Fank-De-Carvalho, S.M., Magalhães, M.P. & Graciano-Ribeiro, D. 2006. Verniz vitral 500®: uma alternativa de meio de montagem
economicamente viável. Acta Botanica Brasilica 20(2):257-264.
Poorter, H. & Garnier, E. 1999. Ecological significance of inherent variation in relative growth rate and its components. In Handbook of functional plant ecology (F. Pugnaire & F. Valladares, eds.). CRC Press, New York, p. 81-120.
Ré-Jorge, L. 2007. Plasticidade fenotípica e herbivoria na uvira, Guapira
opposita (Nyctaginaceae) em ambiente de duna e restinga. In Workshop de Prática em Pesquisa em Ecologia da Mata Atlântica. Universidade de São Paulo, São Paulo, p. 1-3.
Ronquim, C.C. 2010. Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado
para as regiões tropicais. Embrapa, Campinas. 27 p.
Rosado, B.H.P. & Mattos, E.A. 2010. Interspecific variation of functional
traits in a CAM-tree dominated sandy coastal plain. Journal of Vegetable Science 21:43-54.
Sabbi, L.B.C., Ângelo, A.C. & Boeger, M.R.T. 2010. Influência da luminosidade nos aspectos morfoanatômicos e fisiológicos de folhas de Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae) implantadas em duas áreas com diferentes graus de sucessão, nas margens do Reservatório Iraí, Paraná, Brasil. Iheringia. Série Botânica 65(2):171-181.
Santos, M.L.M., Santos, H.G., Agilo, M.L.D., Souza, J.R.S. & Godoy, E.G. 2013. Calendário de solos. Embrapa Solos, Rio de Janeiro. 16 p.
SBCS. 2004. Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Porto Alegre. 400 p.
Scarano, F.R. 2002. Structure, function and floristic relantioships of plants communities in stressful habitats marginal to Brazilian Atlantic Rainforest. Annals of Botany 90:517-524.
Silva, K.R., Melo Júnior, J.C.F. & Boeger, M.R.T. 2016. Variações fenotípicas em Andira fraxinifolia Benth. (Fabaceae) em duas fitofisionomias de restinga. Hoehnea 43(2):229-237.
Smith, W.K., Volgelmann, T.C., Delucia, E.H., Bell, D.T. & Shepherd, K.A. 1997. Leaf form and photosynthesis: do leaf structure and orientation interact to regulate internal light and carbon dioxide?. Bioscience 47(11):785-793.
Sperry, J.S. 2003. Evolution of water transport and xylem structure. International Journal of Plant Science 164(3):S115-S127.
Sultan, S.E. 2000. Phenotypic plasticity for plant development, function and
life history. Trends in Plant Science 5(12):537-542.
Timm, L.C., Pires, L.F., Roveratti, R., Arthur, R.C.J., Reichard, K., Oliveira,
J.C.M., & Bacchi, O.O.S. 2006. Field spatial and temporal patterns of soil
water content and bulk density changes. Scientia Agricola 63(1):55-64.
Todorovisky, E.C.D., Melo Júnior, J.C.F., Amorim, M.W. & Silva, M.M. 2015. Potencial plástico de Nectandra oppositifolia Nees. (Lauraceae) em fisionomias de floresta ombrófila densa e restinga. Natureza online 13(12):70-76.