Macroalgas do “Bostrychietum” aderido em pneumatóforos de duas áreas de manguezal do Estado de Pernambuco, Brasil

Autores

  • Khey Albert de Azevedo Fontes
  • Sonia Maria Barreto Pereira
  • Carmen Silvia Zickel

Palavras-chave:

manguezal, macroalgas, composição, “Bostrychietum”.

Resumo

Com o objetivo de analisar a estrutura e a distribuição das comunidades de macroalgas no “Bostrychietum” em duas áreas de manguezal, uma preservada e outra moderadamente impactada, no litoral do Estado de Pernambuco, observando parâmetros eficientes para o monitoramento ambiental de áreas de manguezal, foram traçados, em cada estação de coleta, cinco transectos de linha com comprimentos iguais aos das margens dos manguezais durante o período de maré baixa em março de 2004 (22/03 em Vila Velha e 24/03 em Suape). Foram identificadas 15 espécies de macroalgas nas duas áreas, sendo seis clorofíceas e nove rodofíceas. A composição das macroalgas do “Bostrychietum” das duas áreas foi semelhante à composição das macroalgas dos “Bostrychietum” estudados em outras áreas do Brasil e do mundo. Vila Velha registrou o maior número de espécies e os maiores valores de biomassa total. Foi observada uma tendência de aumento da biomassa o sentido da orla para a terra firme. As rodofíceas foram muito freqüentes na região superior dos pneumatóforos, enquanto que as clorofíceas, na região inferior. Os resultados obtidos sugerem que o Bostrychietum” pode ser considerado uma ferramenta eficiente para o monitoramento ambiental de áreas de manguezal relativamente impactadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AIKANATHAN, A.; SASEKUMAR, A. 1994. The community structure of macroalgae in a low shore mangrove forest in Selangor, Malaysia. Hidrobiología, v. 285, p. 131-137.

BEANLAND, W.R.; WOELKERLING, W.J. 1982. Studies on Australian mangrove algae: II. Composition and geographic distribution of communities in spencer Gulf, South Australia. Proceeding Royal Society of Victorian, v. 94, n. 2, p. 89-106.

BRAGA, R.A. 1986. Caracterização do rio Beberibe e propostas de recomposição. In: ESTUDOS Nordestinos do Meio Ambiente. Recife: Ed. Massangana. p. 161-207.

BRAGA, R.A.; UCHOA, T.M.M.; DUARTE, M.T.M.B. 1989. Impactos ambientais sobre o manguezal de Suape. Acta Botânica Brasílica, v.3, n. 2, p. 9-27.

BURKHOLDER, P.R.; ALMODOVAR, L.R. 1973-1974. Studies on mangrove algae communities in Puerto Rico. Florida Scientist, Orlando, v. 36, n. 1, p. 66-74.

COELHO, P.A.; TORRES, F.A. 1982. Áreas estuarinas de Pernambuco. Trabalhos Oceanográficos, v. 17, p. 67-80.

COX, E.J.; NORTON, T.A. 1994. The effects of stress on benthic algal communities. In: SUTCLIFFE, D.W. (Ed.). 1994. Water quality and stress indicators in marine and freshwater ecosystems: linking levels of organisation (individuals; populations; communities). Editora Edinburgh. 182 p.

CUNHA, S.R.; COSTA, C.S.B. 2002. Gradientes de salinidade e freqüência de alagamento como determinantes da distribuição e biomassa de macroalgas associadas a troncos de manguezais na Baía de Babitonga, SC. Notas Técnicas Facimar, v. 6, p. 93-102.

CURY, J.C. 2002. Atividade microbiana e diversidades metabólica e genética em solo de mangue contaminado por petróleo. 84f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade de São Paulo, Piracicaba.

CUTRIM, M.V.J. 1998. Distribuição espaço-temporal das macroalgas aderidas em troncos e pneumatóforos de Avicennia germinans (L.) Stearn em duas áreas da Ilha de São Luís – Maranhão. 158f. Tese (Doutorado em Botânica) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

DAVEY, A.; WOELKERLING, Wm. J. 1985. Studies on Australian mangrove algae. III. Victorian communities: structure and recolonization in Western Port Bay. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, v. 85, p. 177-190.

ESTON, V.R.; BRAGA, M.R.A.; CORDEIRO-MARINO, M.; FUJI, M.T.; YOKOTA, N.S. 1992. Macroalgal colonization patterns on artificial substrates inside southeastern Brazilian mangroves. Aquatic Botany, v. 42, p. 315-325.

FORTES, A.C.M. 1992. Estudo taxonômico e aspectos ecológicos das Rhodophyta no manguezal da Ilha de Santos (Complexo Estuarino Piauí-Fundo Real, SE). 194 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

HERZ, R. 1991. Manguezais do Brasil. São Paulo: Instituto Oceanográfico. 233 p.

LAURSEN, W.J.; KING, R.J. 2000. The distribution and abundance of macroalgae in Woolooware Bay, New South Wales, Australia. Botanica. Marina, v. 43, p. 377-384.

MIRANDA, P.T.C. 1985. Composição e distribuição das macroalgas bentônicas no manguezal do Rio Ceará, CE, Brasil. 96f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

OLIVEIRA, E.C. 1984. Brazilian mangal vegetation with special emphasis on the seaweeds. In: POR, F. D; DOR, I. (Ed.). 1984. Hydrobiology of the mangal. The Hague: W. Junk. p. 55-65.

OLIVEIRA, N.M.B. 2001. Levantamento e distribuição do gênero Sargassum C. Agardh (Fucales-Phaeophyta) no litoral do Estado de Pernambuco. 60f. Monografia (Bacharelado em Ciências biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

PEDROCHE, F.F.; WEST, J.A.; ZUCCARELLO, G.C.; SENTÍES, A.G.; KARSTEN, U. 1995. Marine red algae of the mangroves in Southern Pacific México and Pacific Guatemala. Botanica Marina, v. 38, p. 111-119.

PEREIRA, S.M.B. 2000. As algas bentônicas. In: BARROS, H.M; ESKINAZI-LEÇA, E.; MACEDO, S.J.; LIMA, T. (Ed.). Gerenciamento Participativo de Estuários e Manguezais. Recife: Ed. Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. p. 49-65.

PHILLIPS, A.; LAMBERT, G.; GRANGER, J.E.; STEINKE, T.D. 1996. Vertical zonation of epiphytic algae associated with Avicennia marina (Forssk.) Vierh. pneumatophore at Beachwood mangroves Nature Reserve, Durban. South Africa. Botanica Marina, v. 39, p. 167-175.

POR, F.D. 1984. The ecossystem of the mangal: General consideration. In: POR, F. D.; DOR, I. (Ed.). Hidrobiology of the mangal – the ecossystem of the mangrove forest. The Hague: W. Junk. p. 1-24.

POST, E. 1936. Systematische und pflanzengeographische Notizen zur Bostrychia-Caloglossa Assoziation. Revue Algologie, v. 9, p. 1-84.

SCHAEFFER-NOVELLI, Y. 1991. Manguezais brasileiros. 2v. Tese (Livre Docência) – Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, São Paulo.

SCHULER, C.A.B.; ANDRADE, V.C.; SANTOS, D.S. 2000. O manguezal: composição e estrutura. In: BARROS, H.M; ESKINAZI-LEÇA, E.; MACEDO, S.J.; LIMA, T. (Ed.). Gerenciamento Participativo de Estuários e Manguezais. Recife: Ed. Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. p. 27-38.

SOUZA, M.M.A. 1996. Variação temporal da estrutura dos bosques de mangue de Suape, PE. Recife. 93f. Dissertação (Mestrado em Oceanografia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

WALSH, G.E. 1974. Mangroves: a review. In: REINHOLD, R.; QUEEN, W. (Ed.). Ecology of Halophytes. New York: Academic Press. p. 51-74.

YOKOYA, N.S.; PLASTINO, E.M.; BRAGA, M.R.A.; FUJII, M.T.; CORDEIRO-MARINO, M.; ESTON, V.R.; HARARI, J. 1999. Temporal and spatial variations in the structure of macroalgal communities associated with mangrove trees of Ilha do Cardoso, São Paulo State, Brazil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 195-204.

Downloads

Publicado

2007-12-18

Como Citar

Fontes, K. A. de A., Pereira, S. M. B., & Zickel, C. S. (2007). Macroalgas do “Bostrychietum” aderido em pneumatóforos de duas áreas de manguezal do Estado de Pernambuco, Brasil. Iheringia, Série Botânica., 62(1/2), 31–38. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/170

Edição

Seção

Artigos