Comunidade de liquens foliosos em Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme (Asteraceae) em área de Floresta Ombrófila Mista no estado do Rio Grande do Sul, Brasil

Autores

  • Natália Mossmann Koch
  • Rage Weidner Maluf
  • Suzana Maria de Azevedo Martins

Palavras-chave:

ecologia de comunidades, fungos liquenizados, liquens corticícolas

Resumo

O presente estudo tem como objetivos caracterizar a comunidade de liquens corticícolas foliosos em Piptocarpha angustifolia quanto à composição, riqueza e cobertura das espécies, e verificar a influência de alguns fatores ambientais nessa comunidade. Os liquens foram amostrados nos troncos de 30 forófitos através do método do elástico e fatores ambientais como distância do forófito em relação à borda da floresta, abertura de dossel acima dos troncos, pH superficial da casca e o diâmetro destes forófitos foram considerados. No total, 70 espécies de liquens foram identificadas, distribuídas em 14 gêneros e cinco famílias. Punctelia sp 1 apresentou o maior valor de importância, seguida de Heterodermia obscurata (Nyl.) Trevis. Quanto à influência dos fatores ambientais, somente o diâmetro apresentou correlação significativa com a riqueza. Estes resultados contribuem para o conhecimento da organização das comunidades liquênicas corticícolas em área de Floresta Ombrófila Mista e ressaltam a importância de novos estudos com fungos liquenizados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ayres, M., Ayres, M. Jr., Ayres, D.L. & Santos, A.A.S. 2007. BioEstat Aplicações estatísticas nas áreas das ciências Bio-Médicas. Disponível em: (acesso em 19.06.2010).

Benatti, M.N. & Marcelli, M.P. 2007. Gêneros de fungos liquenizados dos manguezais do Sul-Sudeste do Brasil, com enfoque no manguezal do Rio Intanhaém, Estado de São Paulo. Acta Botanica Brasilica, 21(4):863-878.

Benatti, M.N. & Marcelli, M.P. 2008. Espécies de Parmotrema (Parmeliaceae, Ascomycetes liquenizados) com máculas reticulares do litoral centro-sul do Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea, 35:75-90.

Benatti, M.N. & Marcelli, M.P. 2010. Espécies de Parmotrema (Parmeliaceae, Ascomycota) do litoral centro-sul do estado de São Paulo III. Grupos químicos equinocárpico e stíctico. Acta Botanica Brasilica, 24(2):304-321.

Blanco, O., Crespo A., Divakar, P.K., Elix, J.A. & Lumbsch, H.T. 2005. Molecular phylogeny of parmotremoid lichens (Ascomycota, Parmeliaceae). Mycologia, 97:150-159.

Brodo, I.M. 1973. Substrate Ecology. In The Lichens (V. Ahmadjian, & M.E. Hale, eds.). Academic Press, London, p. 401-441.

Büdel, B. & Scheidegger, C. 2008. Thallus morphology and anatomy. In Lichen Biology (T.H. Nash III, ed.), 2a. edição. Cambridge University Press, Cambridge, p. 40-68.

Cáceres, M.E.S., Lücking, R. & Rambold, G. 2007. Phorophyte specificity and environmental parameters versus stochasticity as determinants for species composition of corticolous crustose lichen communities in the Atlantic rain forest of northeastern Brazil. Mycological Progress, 6:117-136.

Cáceres, M.E.S., Lücking, R. & Rambold, G. 2008. Corticolous microlichens in northeastern Brazil: habitat differentiation between coastal Mata Atlântica, Caatinga and Brejos de Altitude. The Bryologist, 111:98-117.

Canêz, L.S. 2009. Estudos taxonômicos em Punctelia (Parmeliaceae, Ascomycetes Liquenizados). 274 p. Tese de doutorado, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo.

Canêz, L.S. & Marcelli, M.P. 2006. Gêneros de Parmeliaceae (Ascomycetes liquenizados) na localidade de Fazenda da Estrela, Vacaria, Rio Grande do Sul, Brasil. Caderno de Pesquisa Série Biologia, 18(3):38-82.

Canêz, L.S. & Marcelli, M.P. 2010. The Punctelia microsticta-group (Parmeliaceae). The Bryologist, 113(4):728- 738.

Carvalho, P.E.R. 2006. Vassourão-branco. Circular técnica no. 115. Embrapa, Colombo. 6p.

Colwell, R.K. 2006. EstimateS: Statistical Estimation of Species Richness and Shared Species from Samples. Version 8. University of Connecticut, USA. Disponível em: (acesso em 05.04.2010).

Colwell, R.K., Chao, A., Gotelli, N.J., Lin, S.Y., Mao, C.X.,Chazdon, R. & Longino, J.T. 2012. Models and estimators linking individual-based and sample-based rarefaction, extrapolation and comparison of assemblages. Journal of Plant Ecology, 5:3-21.

Eliasaro, S. 1992. Liquens do gênero Heterodermia (Pyxinaceae – Ascomycotina) no Rio Grande do Sul, Brasil. 127 p. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Fleig, M. 1990. Liquens da Estação Ecológica de Aracuri. Novas ocorrências. Iheringia. Série Botânica, 4:121-125.

Fleig, M. & Filho, J.M.W. 1990. Gêneros dos Liquens Saxícolas, Corticícolas e Terrícolas do Morro Santana, Porto Alegre, RS, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 4(2):73-99.

Fleig, M., Ahti, T. & Stentroos, S. 1995. A família Cladoniaceae (Liquens) no Rio Grande do Sul, Brasil. Napaea, 11:1-29.

Fleig, M. & Grüninger, W. 2000a. Liquens do Pomar Cisne Branco e arredores, São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 53:67-78.

Fleig, M. & Grüninger, W. 2000b. Levantamento preliminar dos liquens do Centro de Pesquisas e Conservação da natureza Pró-Mata, São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. Napaea, 12:5-20.

Fleig, M. & Grüninger, W. 2008. Liquens da Floresta com Araucária no Rio Grande do Sul. Pró-Mata: Guia de Campo no. 3. University of Tübingen, Tübingen, 219 p.

Frazer, G.W., Canham, C.D. & Lertzman, K.P. 1999. Gap Light Analyzer (GLA), Version 2.0: Imaging software to extract canopy structure. Disponível em: <http://www.rem.sfu.ca/forestry/downloads/Files/GLAV2UsersManual. pdf> (acesso em 06.04.2010).

Goward, T., McCune, B. & Meidinger, D. 1994. The lichens of British Columbia: Part 1, Foliose and Squamulose species. Ministry of Forests Research Program, Victoria, 181 p.

Hale, M.E. 1979. How to know the lichens. W. M. Brown, Dubuque, 256 p.

Hawksworth, D.L. 1975. Lichens - New Introductory Matter and Supplementary Index. Index by Smith A. L. 1921. The Richmond Publishing, Surrey, 464p.

He, F. & Legendre, P. 1996. On species-area relations. The American Naturalist, 148(4):719-737.

Jungbluth, P. 2009. Estudos taxonômicos em Physcia (Schreber) Michaux e Pyxine Fries (Physciaceae, Ascomycota). 224p. Tese de doutorado, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo.

Käffer, M.I. & Martins-Mazzitelli, S.M.A. 2005. Fungos liquenizados corticícolas e terrícolas da área da sub-bacia do Sinos e Taquari-Antas, RS, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 19(4):813-817.

Käffer, M.I., Ganade, G. & Marcelli, M.P. 2007. Interação entre liquens e forófitos em quatro ambientes na FLONA Estadual de Itapuã, Viamão, RS. 145 p. Tese de doutorado, Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo.

Martins-Mazzitelli, S.M.A., Käffer, M.I. & Cardoso, N. 1999. Liquens corticícolas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 52:55-63.

Martins, S.M.A., Käffer, M.I. & Lemos, A. 2008. Liquens como bioindicadores da qualidade do ar numa área de termoelétrica, Rio Grande do Sul, Brasil. Hoehnea, 35(3):425-433.

Martins, S.M.A. & Marcelli M.P. 2011. Specific distribution of lichens on Dodonea viscosa L. in the restinga area of Itapuã State Park in Southern Brazil. Hoehnea, 38(3):397-411.

Moreno, J.A. 1961. Clima do Rio grande do Sul. Secretaria da Agricultura – Divisão de Terras e Colonização, Porto Alegre. 42 p.

Osorio, H.S. 1994. Contribution to the lichen flora of Brasil XXX. Additional records from the Municipality of Canela, Rio Grande do Sul State. Mycotaxon, 51:175-177.

Osorio, H.S. & Fleig, M. 1986a. Contribution to the lichen flora of Brazil XVII. Lichens from São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul State. Comunicaciones Botanicas del Museo de Historia Natural de Montevideo, 74(4):1-4.

Osorio, H.S. & Fleig, M. 1986b. Contribution to the lichen flora of Brazil XVIII. Lichens from Itaimbezinho, Rio Grande do Sul State. Comunicaciones Botanicas del Museo de Historia Natural de Montevideo, 75(4):1-8.

Osorio, H.S. & Fleig, M. 1988a. Contribution to the lichen flora of Brazil XXI. Lichens from Morro Santana, Rio Grande do Sul State. Comunicaciones Botanicas del Museo de Historia Natural de Montevideo, 86(5):1-14.

Osorio, H.S. & Fleig, M. 1988b. Contribution to the lichen flora of Brazil XX. Additional records from São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, State. Comunicaciones Botanicas del Museo de Historia Natural de Montevideo, 85(5):1-7.

Osorio, H.S. & Fleig, M. 1989. Contribution to the lichen flora of Brazil XXII. Lichens from Canela, Rio Grande do Sul State. Comunicaciones botanicas del museo de Historia Natural de Montevideo, 88(5):1-4.

Osorio, H.S. & Fleig, M. 1994. Contribution to the lichen flora of Brazil XXXI. Lichens from Julio de Castilhos, Rio Grande do Sul State. Comunicaciones botanicas del museo de Historia Natural de Montevideo, 101(5):1-7.

Renhorn, K.E., Esseen, P.A., Palmqvist, K. & Sundberg, B. 1997. Growth and vitality of epiphytic lichens: I. Responses to microclimate along a forest edge-interior gradient. Oecologia, 109:1-9.

Santos, A.J. 2004. Estimativas de riqueza em espécies. InMétodos de Estudo em Biologia da Conservação e Manejo da Vida Silvestre (Cullen-Jr. L., Rudran, R. & Valladares- Padua C., org.): UFPR – Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, Curitiba, p. 19-41.

Seitz, R.A. 1977. Algumas características ecológicas e silvilculturais do vassourão-branco (Piptocarpha angustifolia Dusén). Revista Floresta, 8:89-92.

Seaward, M.R.D. 2008. Environmental role of lichens. In Lichen Biology, Second Edition (Nash III, T.H, ed.). Cambridge University Press, Cambridge, p. 274-298.

Sipman, H.J.M. & Aptroot, A. 2001. Where are the missing lichens? Mycological Research, 105(12):1433-1439.

Spielmann, A.A. 2006. Checklist of lichens and lichenicolous fungi of Rio Grande do Sul (Brazil). Caderno de Pesquisa. Série Biologia, 18(2):7–25.

Spielmann, A.A. 2009. Estudos taxonômicos em Parmotrema s.l. (Parmeliaceae, Ascomycota liquenizados) com ácido salazínico. 147 p. Tese de doutorado, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo.

Spielmann, A.A. & Marcelli, M.P. 2008a. Parmeliaceae (Ascomycota liquenizados) nos barrancos e peraus da encosta da Serra Geral, Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Brasil. I. Introdução e chave para os gêneros. Iheringia. Série Botânica, 63:159-169.

Spielmann, A.A. & Marcelli, M.P. 2008b. Parmeliaceae (Ascomycota liquenizados) nos barrancos e peraus da encosta da Serra Geral, Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Brasil. II. Gêneros Canoparmelia, Hypotrachyna, Myelochroa, Parmelinopsis e Relicina. Iheringia. Série Botânica, 63(2):193-212.

Spielmann, A.A. & Marcelli, M.P. 2008c. Punctelia (Parmeliaceae, lichenized Ascomycota) from roadsides and slopes in the Serra Geral of Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, 16(2):79-91.

Spielmann, A.A. & Marcelli, M.P. 2009. Parmotrema s.l. (Parmeliaceae, lichenized Ascomycota) from Serra Geral slopes in central Rio Grande do Sul State, Brazil. Hoehnea, 36(4):551-595.

Swinscow, T.D.V. & Krog, H. 1988. Macrolichens of East Africa. British Museum (Natural History), London. 390 p.

Tehler, A. & Wedin, M. 2008. Systematics of lichenized fungi. In Lichen Biology (Nash III, T.H., ed.), Second Edition. Cambridge University Press, Cambridge, p. 337- 352.

Uliczka, H. & Angelstam, P. 2000. Assessing conservation values of forest stands based on specialised lichens and birds. Biological Conservation, 95:343-351.

Valencia, M.C. & Ceballos, J.A. 2002. Hongos liquenizados. Universidad Nacional de Colombia, Bogotá. 220 p.

Downloads

Publicado

2012-06-18

Como Citar

Koch, N. M., Maluf, R. W., & Martins, S. M. de A. (2012). Comunidade de liquens foliosos em Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme (Asteraceae) em área de Floresta Ombrófila Mista no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica., 67(1), 47–57. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/31

Edição

Seção

Artigos