Florística dos ecossistemas do Campus Carreiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil

Autores

  • Ubiratã Soares Jacobi
  • Caroline Igansi Duarte
  • Renan Serpa Gonçalves
  • Johnny de Souza Acunha
  • Sonia Marisa Hefler

Palavras-chave:

plantas nativas e exóticas, riqueza, espécies ameaçadas

Resumo

O Campus Carreiros da Universidade Federal de Rio Grande é uma área de 227 hectares e a cobertura vegetal está distribuída em ecossistemas naturais e antropizados. Realizamos um levantamento da vegetação levando em consideração a classifi cação das espécies quanto a sua origem e a sua distribuição nos diferentes ecossistemas encontrados neste Campus. A fl ora esteve composta por 392 espécies distribuídas em 286 gêneros e 101 famílias. As famílias que apresentaram maior número de espécies foram Asteraceae, Poaceae, Fabaceae e Cyperaceae. A forma de vida predominante foi à herbácea mostrando uma relação com o campo, ecossistema predominante na área estudada. Quanto à origem foram registradas 266 (68%) espécies nativas e 126 (32%) exóticas. Os ecossistemas apresentaram riqueza diferenciada, tendo, em número de espécies, as áreas ajardinadas (128), banhados (110), campos (103), campos antropizados (95), lagos (63), dunas (58) e monocultivos de exóticas arbóreas (31). Dentre estas cabe registrar a ocorrência de oito espécies ameaçadas de extinção, encontradas pincipalmente nos ecossistemas de banhados. O levantamento mostrou as maiores riquezas de espécies nativas nos ecossistemas banhados e campos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Angyosperm Phylogeny Group III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classifi cation for the orders and families of fl owering plants. APG III. Botanical Journal Linnean Society, 161:105-121.

Backes, P. & Irgang, B. 2004. Árvores cultivadas no sul do Brasil: guia de identifi cação e interesse paisagístico das principais espécies exóticas. Paisagens do Sul, Porto Alegre. 204p.

Batista, T. L., Canteiro, R.C.A., Dorneles, L.P.P. & Colares, I.G. 2007. Levantamento fl orístico das comunidades vegetais na Área de Proteção Ambiental da LagoaVerde, Rio Grande, RS. Revista Brasileira

Biociências, 5(2):225-227.

Beretta, M.E., Fernandes, A.C., Schneider, A.A. & Ritter, M.R. 2008. A família Asteraceae no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil, Porto Alegre. Revista Brasileira Biociências, 6(3):189-216.

Boldrini, I.I. 1997. Campos do Rio Grande do Sul: caracterização fi sionômica e problemática ocupacional. Boletim Instituto Biociências, 56:1-39.

Brito, I.C., Queiroz, L.P., Guedes, M.L.S., Oliveira, N.C. & Silva, L.B. 1993. Flora Fanerogâmica das dunas e 46.

Buck, W. R. & Goffi net, B. 2000. Morphology and classifi cation of mosses. In: Bryophyte Biology (A.J. Shaw & B. Goffi net, eds.). Cambridge University Press, Cambridge. p. 71-123.

Cabrera, A.L. 1967. Flora de la Provincia de Buenos Aires. Tomo IV: Parte III. Coleccion Científi ca del Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuaria, Buenos Aires.

Carneiro, A.M. & Irgang, B.E. 2005. Origem e distribuição geográfica das espécies ruderais da Vila de Santo Amaro, General Câmara, Rio Grande do Sul. Iheringia. Série Botânica, 60(2):175-188.

Carrasco-Letelier, L.,Eguren, G., Castiñeira, C., Parra, O. & Panario, D. 2004. Preliminary study of prairies forested with Eucalyptus sp. at the northwestern Uruguayan soils. Environmental Pollution, 127:49-55.

Catalogue of Life. 2012. Disponível em: http://www. catalogueofl ife.org/details/species/id/. Acesso em 26.07.2012.

Cordazzo, C.V. & Seeliger, U. 1987. Composição e distribuição da vegetação nas dunas costeiras ao sul de Rio Grande (RS). Ciência Cultura, 39(3):321-324.

Cordazzo, C.V. & Seeliger, U. 1995. Guia ilustrado da vegetação costeira no extremo sul do Brasil. Editora Fundação Universiddae de Rio Grande, Rio Grande. 275p.

Cordazzo, C.V., Paiva, J.B. & Seeliger, U. 2006. Plantas das Dunas da Costa Sudoeste Atlântica. União Sul- Amaericana de Estudos da Biodiversidade, Pelotas. 107p.

Costa, C.S.B., Irgang, B.E., Peixoto, A.R. & Marangoni, J.C. 2003. Composição fl orística das formações vegetais sobre uma turfeira topotrófi ca da planície costeira do Rio Grande do Sul, Brasil. Acta Botânica Brasilica, 17(2):203-212.

Delfi no, L. & Masciadri, S. 2005. Relevamiento fl orístico en el Cabo Polonio, Rocha, Uruguay. Iheringia. Série Botânica, 60(2):119-128.

Delgado, S.A. 1981. Macroptilium gibbosifolium (Ortega) A. Delgado, the correct name for M. heterophyllum (Willd.) Marechal & Baudet (Fabaceae: Phaseolinae). Systematic Botany, 6(3):294–296.

Dietrich, W. 1984. Onagraceas. Parte 2 Oenothera. In Flora Ilustrada Catarinense (R. Reitz, ed.). Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, p.9-33.

Dimitri, M.J. 1978 e 1980. Enciclopédia Argentina de agricultura y jardineria. Tomo I e II. Ed. Acme S.A.C.I., Buenos Aires. 1161p.

Filgueiras, T.S., Nogueira, P.E., Brochado, A.L. & Guala II, G.F. 1994. Caminhamento: um método expedito para levantamentos fl orísticos qualitativos. Cadernos Geociências, 12:39-43.

Forzza, R.C., Leitman, P.M., Costa, A.F., Carvalho Jr., A.A., Peixoto, A.L., Walter, B.M.T., Bicudo, C.; Zappi, D., Costa, D.P., Lleras, E., Martinelli, G., Lima, H.C., Prado, J.; Stehmann, J.R.; Baumgratz, J.F.A.; Pirani, J.R.; Sylvestre, L.; Maia, L.C.; Lohmann, L.G.; Queiroz, L.P.; Silveira, M.; Coelho, M.N.; Mamede, M.C.; Bastos, M.N.C.; Morim, M.P.; Barbosa, M.R.; Menezes, M.; Hopkins, M.; Secco, R.; Cavalcanti, T.B. & Souza, V.C. 2010. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em: http://fl oradobrasil.jbrj.gov.br/2012. Acesso em 18.12.2012.

Fundação Universidade de Rio Grande-FURG. 2012. História, Galeria. Disponível em: www.furg.br. Acesso em 10.11.2012.

Guimarães, E.F.; Ichaso, C.L.F. & Costa, C.G. 1984. Piperaceas. Parte I Peperomia. In Flora Ilustrada Catarinense (R. Reitz, ed.). Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, p.1-136.

Hurrell, J.A. 2004. Plantas de la costa. L.O.L.A., Buenos Aires. 200p.

Hurrell, J.A.; Bazzano, D.H. & Delucchi, G. 2005. Monocotiledóneas herbáceas: nativas y exóticas. L.O.L.A., Buenos Aires. 320p.

Hurrell, J.A.; Bazzano, D.H. & Delucchi, G. 2006. Dicotiledóneas Herbáceas vol 1: nativas y exóticas. L.O.L.A., Buenos Aires. 288p.

Hurrell, J.A.; Bazzano, D.H. & Delucchi, G. 2007. Dicotiledóneas Herbáceas vol 2: nativas y exóticas. L.O.L.A., Buenos Aires. 288p.

Irgang, B. E. 1974. Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul. Umbelliferae II, Gênero Eryngium L. Boletim Instituto Central Biociências, Série Botânica, 32(9):1-86.

Irgang, B.E. & Gastal, C.V.S. 1996. Macrófitas aquáticas da planície costeira do RS. Editores Bruno Irgang e Cláudio Vinicius Gastal Jr., Porto Alegre. 290p.

Jacobi, U.S.; Ferreira & A.G. 1991. Efeitos alelopáticos de Mimosa bimucronata (DC) OK. sobre espécies cultivadas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 26(7):935-943.

Januário, Q.; Duarte, C.I.; Coelho, G.C. & Jacobi, U.S. 2012. Plant richness in exotic tree plantations in Rio Grande municipality, Rio Grande do Sul State, Brazil.Brazilian Journal of Ecology, 1(14):43-50.

Judd, W.S; Campbell, C.S.; Kellogg, E.A & Stevens, P.F. 1999. Plant systematics: a phylogenetic approach. Sinauer Associates Inc., Sunderland. 464p.

Kissmann, K.G. 1997. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I. Basf, São Paulo. 825p.

Kissmann, K.G. & Groth, D. 1999. Plantas infestantes e nocivas. Tomo II. Basf, São Paulo. 978p.

Krusche, N.; Saraiva, J. M. B. & Reboita, M. S. 2002. Normais Climatológicas Provisórias de 1991 a 2000 para Rio Grande, RS. Imprensa Universitária, Santa Maria. 84p.

Lahitte, H.B. & Hurrell, J.A. 2000. Plantas trepadoras: nativas y exóticas. L.O.L.A., Buenos Aires. 264p.

Lorenzi, H. 2000. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. Instituto Plantarum, Nova Odessa. 640p.

Lorenzi, H.; Souza, H.M.; Torres, M.A.V. & Bacher, L.B.2003. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa. 384p.

Lorenzi, H. & Souza, H.M. 2008. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. Instituto Plantarum, Nova Odessa. 1119p.

Ludtke, R.; Souza-Chies, T.T. & Miotto, S.T.S. 2009. O gênero Monnina (Polygalaceae) na Região Sul do Brasil. Acta Botânica Brasilica, 23(1):175-195.

Matzenbacher, N.I. 2003. Diversidade Florística dos campos Sul-Brasileiros: Asteraceae. In Anais 54 Congresso Sociedade Botânica Brasil. Belém, p.124-127.

Moreno, J.A. 1961. Clima do Rio Grande do Sul. Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 42p.

Neri, A.V.; Campos, E. P. & Duarte, T. G. 2005. Regeneração de espécies nativas lenhosas sob plantio de Eucalyptus em área de Cerrado na Floresta Nacional de Paraopeba, MG, Brasil. Acta Botânica Brasilica,

(2):369-376.

Nosetto, M.D; Jobbágy, E.G.; Tóth, T & Jackson, R.B. 2008. Regional patterns and controls of ecosystem salinization with grassland afforestation along a rainfall gradient. Global Biogeochemical Cycles, 22(2):1-12.

Oldeman, R.A.A. 1990. Forests: elements of silvology. Springer-Verlag, Berlim. 624p.

Ortega-Olivencia, A. & Devesa, J.A. 2002. Proposal to conserve the name Scrophularia auriculata (Scrophulariaceae) with a conserved type. Taxon,

(1):101-102.

Pietrobom, M.R.; Maciel, S.; Costa, J.M.; Souza, M.G.C.; Trindade, M.J. & Fonseca, M.S.S. 2009. Licófi tas ocorrentes na Floresta Nacional de Caxiuanã, estado do Pará, Brasil: Lycopodiaceae e Selaginellaceae. Boletim Museu Paraense Emilio Goeldi, 4(1):37-45.

Porto, M.L. & Dillenburg, L.R. 1986. Fisionomia e composição fl oristica de uma mata de restinga da Estação Ecológica do Taim, Brasil. Ciência Cultura, 38(7):1228-1236.

Quintela, F.M.; Loebmann, D. & Gianuca, N.M. 2006. Répteis continentais do município de Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Biociências, 14 (2):180-188.

Saporetti, A.W.; Neto, J.A.A.M. & Almado, R. 2003. Fitossociologia de Sub-bosque de Cerrado em Talhão de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden no Município de Bom Despacho - MG. Revista Arvore, 27(6):905-

Schneider, A.A. 2007. A fl ora naturalizada no estado do Rio Grande do Sul, Brasil: herbáceas subespontâneas. Biociências, 15(2):257-268.

Sehnem, A. Polipodiáceas. 1970. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, n. POLI, p.1-173.

Secretaria Municipal do Meio Ambiente-SEMA. 2003. Diário Ofi cial Decreto 42099-01/01/2003. Disponível em: http://www.fzb.rs.gov.br/extincao.htm. Acesso em 23.2.2012.

Smith, A.R.; Kathleen, M.P.; Schuettpelz, E.; Korall, P.; Schneider, H. & Wolf, P.G. 2006. A classifi cation for extant ferns. Taxon, 55(3):705-731.

Sobral, M.; Jarenkow, J.A.; Brack, P.; Irgang, B.E.; Larocca, J. & Rodrigues, R.S. 2006. Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. RiMa: Novo Ambiente, São Carlos. 350p.

Voltolini, J.C. & Zanco, L. 2010. Densidade de plântulas e jovens de espécies nativas de Floresta Atlântica em áreas com e sem o pinheiro americano (Pinus elliottii). Revista Biociências, 16(2):102-108.

Waechter, J.L. & Jarenkow, J.A. 1998. Composição e estrutura do componente arbóreo nas matas turfosas do Taim, Rio Grande do Sul. Biotemas, 11(1):45-68.

Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J. & Giulietti, A.M. 2001. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo vol. 1 Poaceae. Fapesp: Hucitec, São Paulo. 292p.

Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. 2003. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo vol. 3. Fapesp: RiMa, São Paulo. 367p.

Downloads

Publicado

2013-06-18

Como Citar

Jacobi, U. S., Duarte, C. I., Gonçalves, R. S., Acunha, J. de S., & Hefler, S. M. (2013). Florística dos ecossistemas do Campus Carreiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica., 68(1), 73–89. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/40

Edição

Seção

Artigos