Estrutura, diversidade e contingentes fitogeográficos do componente arbóreo de uma floresta ribeirinha no Planalto da Campanha, bioma Pampa
DOI:
https://doi.org/10.21826/2446-82312022v77e2022015Palavras-chave:
chaquenho, fitogeografia, pampiano, PPBio, QuaraResumo
O objetivo deste estudo foi descrever a estrutura e a diversidade de espécies arbóreas da floresta ribeirinha no arroio Pai Passo, município de Quaraí (RS), e avaliar as relações florísticas. Foram demarcadas três parcelas de 0,25 ha e amostradas todas as árvores com perímetro à altura do peito ≥ 15 cm. Em 0,75 ha, encontramos 1.050 indivíduos distribuídos em 36 espécies nativas e duas exóticas. As espécies estruturalmente mais importantes foram Pouteria salicifolia (Spreng.) Radlk., Gymnanthes klotzschiana Müll.Arg. e Eugenia uniflora L. A diversidade de Shannon foi de 12,38 espécies equivalentes, com índices de Shannon (H’) de 2,52 e de Pielou (J’) de 0,70. As espécies de ampla distribuição corresponderam a 50%, as do contingente paranense a 25% e as chaquenhas a 25%. A riqueza específica é alta para o Planalto da Campanha, devido à compensação de espécies chaquenhas ante a diluição de espécies paranenses, porém intermediária para o bioma Pampa.
Downloads
Referências
Alvares, C.A., Stape, J.L., Sentelhas, P.C., Gonçalvez, J.L.M. & Sparovek, G. 2014. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift 22(6):11-728.
Angiosperm Phylogeny Group - APG IV. 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181(1):1-20.
Araujo, A.C.B., Araujo, H.J.B., Callegaro, R.M., Andrzejewski, C. & Longhi, S.J. 2016. Estrutura de dois componentes arbóreos de floresta subtropical ripária na Campanha Gaúcha, Sant’Ana do Livramento, RS. Floresta 46(4):481-490.
Brancalion, P.H.S., Garcia. L.C., Loyola, R., Rodrigues, R.R., Pillar, V.D. & Lewinsohn, T.M. 2016. A critical analysis of the Native Vegetation Law of Brazil (2012): updates and ongoing initiatives. Natureza & Conservação 14:1-15.
Brasil. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, 28.05.2012, p. 1.
Budke, J.C., Giehl, E.L.H., Athayde, E.A., Eisinger, S.M. & Záchia, R.A. 2004. Florística e fitossociologia do componente arbóreo de uma floresta ribeirinha, arroio Passo das Tropas, Santa Maria, RS, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18 (3): 581-589.
Budke, J.C., Jarenkow, J.A. & Oliveira-Filho, A.T. 2007. Relationships between tree component structure, topography and soils of a riverside forest, Rio Botucaraí, Southern Brazil. Plant Ecology 189(2):187-200.
Cabido, M., Zeballos, S.R, Zak, M., Carranza, M.L., Giorgis, M.A., Cantero, J.J & Acosta, A.T.R. 2018. Native woody vegetation in central Argentina: Classification of Chaco and Espinal forests. Applied Vegetation Science 21(2):298-311.
Cabrera, A.L. 1976. Fitogeografia de la Republica Argentina. Boletin de la Sociedad Argentina de Botánica 14(1-2):1-50.
Cabrera, A.L. & Willink, A. 1980. Biogeografía de América Latina. 2 ed. Secretaria General de la Organización de los Estados Americanos - OEA, Washington, DC. Serie de Biología. Monografia, 13. 122 p.
Chao, A., Gotelli, N.J., Hsieh, T.C., Sander, E.L., Ma, K.H., Colwell, R.K. & Ellison, A.M. 2014. Rarefaction and extrapolation with Hill numbers: a framework for sampling and estimation in species diversity studies. Ecological Monographs 84(1):45-67.
Colwell, R.K., Chao, A., Gotelli, N.J., Lin, S.Y., Mao, C.X., Chazdon, R.L & Longino, J.T. 2012. Models and estimators linking individual-based and sample-based rarefaction, extrapolation and comparison of assemblages. Journal of Plant Ecology 5(1):3-21.
Costa, F.R.C. & Magnusson, W.E. 2010. The need for large-scale, integrated studies of biodiversity – the experience of the program for biodiversity research in brazilian Amazonia. Natureza & Conservação 8(1):3-12.
DeMarchi, T.C. & Jarenkow, J.A. 2008. Estrutura do componente arbóreo de mata ribeirinha no rio Camaquã, município de Cristal, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica 63(2):241-248.
Dorneles, L.P.P., Gutierres, V.S, Bianchin, A. & Telöken, F. 2012. Estrutura do componente arbóreo de uma floresta ribeirinha da Planície Costeira do Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica 68(1):37-46.
DRYFLOR. 2016. Plant diversity patterns in neotropical dry forests and their conservation implications. Science 353(6306):1383-1387.
DRYFLOR. 2019. Disponível em: http://www.neotroptree.info/. Acessado em 10.07.2019.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. 2014. Sistema brasileiro de classificação de Solos. 4 ed. EMBRAPA, Rio de Janeiro. 356 p.
Flora do Brasil 2020 (em construção). 2019. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. Acessado em 10.06.2019.
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 1986. Levantamento de Recursos Naturais. IBGE, Rio de Janeiro. v. 33. 795 p.
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 2004. Mapa de Biomas do Brasil. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acessado em 10.07.2019.
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 2012. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2 ed. IBGE, Rio de Janeiro. 274 p.
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 2019. Biomas e sistema costeiro-marinho do Brasil: compatível com a escala 1:250 000. IBGE, Rio de Janeiro. 168 p.
Giehl, E.L.H, Budke, J.C., Oliveira-Filho, A.T. & Jarenkow, J.A. 2011. Variações florísticas e relação com variáveis geográficas e climáticas em florestas ribeirinhas do sudeste da América do Sul. In Fitossociologia no Brasil - Métodos e estudos de casos (Felfili, J.M., Eisenlohr, P.V., Melo, M.M.R.F, Andrade, L.A., Meira-Neto, J.A.A., orgs.). Editora UFV, Viçosa, v. 1, p. 504-519.
Giehl, E.L.H. & Jarenkow, J.A. 2012. Niche conservatism and the differences in species richness at the transition of tropical and subtropical climates in South America. Ecography 35(10):933-943.
Hijmans, R.J., Cameron, S.E., Parra, J.L., Jones, P.G. & Jarvis, A. 2005. Very high resolution interpolated climate surfaces for global land areas. International Journal of Climatology 25:1965-1978.
Hsieh, T.C., Ma, K.H., Chao, A. iNEXT: iNterpolation and EXTrapolation for species diversity. Pacote R versão 2.0.12. Disponível em: http://chao.stat.nthu.edu.tw/blog/software-download. Acessado em 10.07.2018.
Jarenkow, J.A. & Waechter, J.L. 2001. Composição, estrutura e relações florísticas do componente arbóreo de uma floresta estacional no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 24(3):263-272.
Jost, L. 2006. Entropy and diversity. Oikos 113(2): 363-375.
Kersten, R.A. & Galvão, F. 2011. Suficiência amostral em inventários florísticos e fitossociológicos. In Fitossociologia no Brasil - Métodos e estudos de casos (Felfili, J.M., Eisenlohr, P.V., Melo, M.M.R.F, Andrade, L.A., Neto, J.A.A.M., orgs.). Editora UFV, Viçosa, v. 1, p. 156-173.
Kilca, R.V., Soares, J.C.W., Medeiros, E.M. & Jarenkow, J.A. 2012. Cambios florísticos y estructurales entre dos comunidades arbóreas de un bosque ripario bajo condiciones ambientales contrastantes en la Pampa sur brasileña. Iheringia. Série Botânica 67(2):165-175.
Kolb, R.M., Medri, M.E., Bianchini E., Pimenta, J.A., Giloni, P.C. & Correa, G.T. 1998. Anatomia ecológica de Sebastiania commersoniana (Baillon) Smith & Downs (Euphorbiaceae) submetida ao alagamento. Revista Brasileira de Botânica 21:305-312.
Leão, G.M. 2009. Florística e estrutura do componente arbóreo da floresta ribeirinha do arroio Imbaá, Pampa brasileiro. 58f. Trabalho de Conclusão de Curso, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Curso de Ciências Biológicas, Campus Uruguaiana.
Leite, P.F. 2002. Contribuição ao conhecimento fitoecológico do sul do Brasil. Ciência e Ambiente 24:51-74.
Magnusson, W.E., Lima, A.P., Luizão, R., Luizão, F., Costa, F.R.C., Castilho, C.V. & Kinupp, V.F. 2005. RAPELD: a modification of the Gentry method for biodiversity surveys in long-term ecological research sites. Biota Neotropica 5(2):1-6.
Magurran, A.E. 2004. Measuring biological diversity. Blackwell, Oxford. 256 p.
Malanson, G.P. 1993. Riparian landscapes. Cambridge University Press, Cambridge. 296 p.
Martinelli, G. & Moraes, M.A. (orgs.). 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1100 p.
Milanesi, L.S. & Leite, S.L.C. 2014. Fitossociologia de espécies arbóreas em dique marginal de floresta ribeirinha no Rio Grande do Sul, Brasil, e comparação com ambientes aluviais e não aluviais. Revista Brasileira de Biociências 12(2):72-80.
Moro, M.F., Souza, V.C, Oliveira-Filho, A.T., Queiroz, L.P., Fraga, C.N., Rodal, M.J.N., Araújo, F.S. & Martins, F.R. 2012. Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasilica 26(4):991-999.
Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. John Wiley, New York. 547 p.
Oksanen, J., Blanchet, F.G., Friendly, M., Kindt, R., Legendre, P., McGlinn, D., Minchin, P.R., O'Hara, R.B., Simpson, G.L., Solymos, P., Stevens, M.H.H., Szoecs, E. & Wagner, H. 2018. Vegan: Community Ecology Package. Pacote R versão 2.5-2. Disponível em: http://CRAN.R-project.org/web/packages/vegan. Acessado em 10.05.2018.
Oliveira-Filho, A.T., Jarenkow, J.A. & Rodal, M.J.N. 2006. Floristic relationships of seasonally dry forests of eastern South America based on tree species distribution patterns. In Neotropical savannas and dry forests: diversity, biogeography, and conservation (Pennington, R.T., Lewis, G.P.; Ratter, J.A., eds.). Systematics association, Boca Raton, n. 69. p. 159-192.
Oliveira-Filho, A.T. 2009. Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina tropical e subtropical: proposta de um novo sistema – prático e flexível – ou uma injeção a mais de caos? Rodriguésia 60(2):237-258.
Oliveira-Filho, A.T., Budke, J.C., Jarenkow, J.A., Eisenlohr, P.V. & Neves, D.R.M. 2015. Delving into the variations in tree species composition and richness across South American subtropical Atlantic and Pampean forests. Journal of Plant Ecology 8(3):242-260.
Oliveira-Filho, A.T. 2017. NeoTropTree, Flora arbórea da Região Neotropical: Um banco de dados envolvendo biogeografia, diversidade e conservação. Disponível em: http://www.neotroptree.info/. Acessado em 10.07.2019.
Oliveira, M.L.A.A., Grings, M., Richter, F.S., & Backes, A.R. 2015. Composição, estrutura e fatores edáficos condicionantes da distribuição das espécies do componente arbóreo em floresta ribeirinha do rio Ibirapuitã, Bioma Pampa. Iheringia, Série Botânica 70(2):245-263.
Oliveira, M.L.A.A., Grings, M., Richter, F.S., Lucas, D.B. & Oliveira, L.S. 2018. Florística, estrutura e fatores edáficos de comunidade arbórea ribeirinha na APA do rio Ibirapuitã, Alegrete, RS, Brasil. Pesquisas, Botânica 71:11-28.
Prado, D.E. 2000. Seasonally Dry Forests of Tropical South America: from forgotten ecosystems to a new phytogeographic unit. Edinburgh Journal of Botany 57(3):437-461.
Programa de Pesquisa em Biodiversidade - PPBio. 2019a. Disponível em: https://ppbio.inpa.gov.br/. Acessado em 10.07.2017.
Programa de Pesquisa em Biodiversidade - PPBio. 2019b. Métodos. Disponível em: https://ppbio.inpa.gov.br/metodos. Acessado em 10.07.2019.
R Core Team. 2018. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. Disponível em: https://www.R-project.org/. Acessado em 10.05.2018.
Rambo, B. 1951. O elemento andino no pinhal riograndense. Anais Botanicos do Herbario Barbosa Rodrigues 3(3):7-39.
Rambo, B. 1953. História da flora do planalto riograndense. Anais Botanicos do Herbario Barbosa Rodrigues 5(5):185-232.
Rambo, B. 1956. A fisionomia do Rio Grande do Sul: ensaio de monografia natural. Livraria Selbach, Porto Alegre. 471 p.
Rambo, B. 1958. Die Alte Südflora in Brasilien. Pesquisas, Série Botânica 2:177-198.
Rambo, B. 1960. Die Südgrenze des brasilianischen Regenwaldes. Pesquisas, Série Botânica 8:1-41.
Rambo, B. 1961. Migration routes of the south Brazilian rain forest. Pesquisas, Série Botânica 12:1-54.
Rede Campos Sulinos. 2019. Disponível em: http://www.ufrgs.br/redecampossulinos. Acessado em 10.07.2019.
Reitz, R., Klein, R.M. & Reis, A. 1988. Projeto madeira do Rio Grande do Sul. 2 ed. Corag, Porto Alegre. 525 p.
Rio Grande do Sul. Decreto n. 52.109 de 1° de dezembro de 2014. Diário Oficial [do] Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2.12.2014, p. 2-11.
Saraiva, D.D. 2011. Composição e estrutura de uma floresta ribeirinha no sul do Brasil. Biotemas, 24(4):49-58.
Soares, L.R. & Ferrer, R.S. 2009 Estrutura do componente arbóreo em uma área de floresta ribeirinha na bacia do rio Piratini, Rio Grande do Sul, Brasil. Biotemas 22(3): 47-55.
Sobral, M. 2003. A família Myrtaceae no Rio Grande do Sul. Editora Unissinos, São Leopoldo. 216 p.
Sobral, M., Jarenkow, J.A., Brack, P., Irgang, B., Laroca & Rodrugues, R.S. 2013. Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. 2 ed. RiMa, São Carlos. 357 p.
Spichiger, R., Bise, B., Calenge, C. & Chatelain, C. 2006. Biogeography of the Forests of the Paraguay-Paraná Basin. In Neotropical savannas and dry forests: diversity, biogeography, and conservation (Pennington, R.T., Lewis, G.P.; Ratter, J.A., eds.). Systematics association, Boca Raton, n. 69. p. 197-211.
SpeciesLink. 2019. Disponível em: http://www.splink.org.br/. Acessado em 10.07.2019.
Streck, E.V., Kämpf, N., Dalmolin, R.S.D., Klamt, E., Nascimento, P.C., Schneider, P., Giasson, E. & Pinto, L.F.S. 2008. Solos do Rio Grande do Sul. 2 ed. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul/Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural. Porto Alegre. 222 p.
The Plant List. 2013. Versão 1.1. Disponível em: http://www.theplantlist.org/. Acessado em 10.07. 2019.
Tuomisto, H. 2011. Commentary: do we have a consistent terminology for species diversity? Yes, if we choose to use it. Oecologia 167:903-911.
Waechter, J.L. 2002. Padrões geográficos na floral atual do Rio Grande do Sul. Ciência e Ambiente 24:91-108.