Contribuições e perspectivas da pesquisa brasileira sobre plantas alimentícias silvestres com foco no semiárido

Autores

  • Mirna Andrade Bezerra Universidade Federal do Piauí https://orcid.org/0000-0003-2617-5477
  • José Machado Moita Neto Universidade Federal do Piauí
  • Ivanilza Moreira Andrade Universidade Federal do Delta do Parnaíba
  • Francisco Soares Santos Filho Universidade Estadual do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.21826/2446-82312022v77e2022003

Palavras-chave:

etnobotânica, nordeste, plantas comestíveis silvestres, segurança alimentar

Resumo

As plantas alimentícias silvestres (PAS) têm amplo valor para diversos povos do mundo para alcançar a segurança alimentar. No entanto, apesar da rica biodiversidade, no Brasil a pesquisa sobre este tema é incipiente. Desta forma, objetivou-se mapear os artigos científicos brasileiros publicados sobre PAS e identificar as famílias e espécies alimentícias em trabalhos etnobotânicos, especialmente para a região semiárida. Na revisão científica realizada neste artigo utilizou os seguintes descritores: plantas alimentícias, silvestres, Brasil e Nordeste nas bases de dados “Web of Science” e “Scopus”. O levantamento em bases internacionais apontou o Brasil com 11 publicações, sugerindo que os estudos sobre PAS são desproporcionais à diversidade biológica. Destaca-se a necessidade de pesquisas futuras sobre a composição química e nutricional das espécies utilizadas pelas populações, valorização dos modos de vida que legitimaram o uso e aplicações das plantas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Akgul, A., Akgul, A., Senol, S. G., Yildirim, H. Secmen, O. & Dogan, Y. 2018. An ethnobotanical study in Midyat (Turkey), a city on the silk road where cultures meet. Journal ethnobiology and ethnomedicine, 14: 12.

Aworh, OC. 2018. From lesser-known to super vegetables: the growing profile of African traditional leafy vegetables in promoting food security and wellness. Society of Chemical Industrial, 98.

Barbieri, R.L., Gomes, J. C. C.; Alercia, A. & Padulosi, S. 2014. Agricultural Biodiversity in Southern Brazil: Integrating Efforts for Conservation and Use of Neglected and Underutilized Species. Sustainability 6: 741-757.

Bortolotto, I.M., Seleme, E. P., Araújo, I.P.P., Moura, S. S. & Sartori, A. L. B. 2019. Conhecimento local sobre plantas alimentícias nativas no chaco brasileiro. Oecologia Australis, 23 (4): 764–775

Bortolotto, I. M., Damasceno-Júnior, G. A. & Pott, A. 2018. Lista preliminar das plantas alimentícia. Iheringia Série Botânica, v. 73: 101-116.

Bortolotto, I.M., Hiane, P., Ishii, I. H., Souza, P. R., Campos, R. P., Gomes, R. J. B., Farias, C. S., Leme, F. M., Arruda, R. C. O., Lima, L. B. & Damasceno-Júnior, G. A. 2017. A knowledge network to promote the use and valorization of wild food plants in the Pantanal and Cerrado, Brazil. Regional Environmental Change, 17: 1329-1341

Campo, L. Z. O., Albuquerque, U. P., Peroni, N. & Araújo, E. L. 2015. Do socioeconomic characteristics explain the knowledge and use of native food plants in semiarid environments in Northeastern Brazil?. Journal of Arid Environments, 11 (5): 53-61.

Chaves, E. M. F., Siqueira, J. I. A., Morais, R. F. & Barros, R. F. M. 2019. Conocimiento y uso de plantas silvestres alimenticias en comunidades campesinas de la región semiárida de Piauí, noreste de Brasil. Ethnobotany Research and Applications, 18 (33): 1:20.

Chaves, M. F. C., Morais, R. F. & Barros, R. F. M. 2017. Práticas alimentares populares com uso de plantas silvestres: potencial para minimizar a insegurança nutricional no semiárido do Nordeste do Brasil. Gaia Scientia, 11 (2): 287-313.

Chaves, M. F. C. & Barros, R.F.M. 2015. Cactáceas: recurso alimentar emergencial no semiárido, Nordeste do Brasil. Gaia Scientia, 9 (2): 129-135.

Chaves, E. M. F., Silva, J. N., Lima, S., Albuquerque, U. P. & Barros, R. F. M. 2015. Potential of wild food plants from the semi-arid region of northeast Brazil: chemical approach ethnoguided. Espacios, 36 (16): 20.

Cruz-Garcia, G.S., Caffi, C., Zans, M. E. C. & Sanchez-Choy, J. 2018. Children's Knowledge of Wild Food Plants in the Forest-Agriculture Interface. Journal of Ethnobiology, 3 (2): 205-222.

Cruz, M. P., Medeiros, P., Sarmiento-Combariza, I., Peroni, N. & Albuquerque, U. P. 2014. “I eat the manofê so it is not forgotten”: local perceptions and consumption of native wild edible plants from seasonal dry forests in Brazil. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 10 (45): 1- 11.

Cruz, M. P., Peroni, N. & Albuquerque, U. P. 2013. Knowledge, use and management of native wild edible plants from a seasonal dry forest (NE, Brazil). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 9 (79): 1-10.•

Gomes, D.L., Ferreira, R. P. S., Santos, E. M. C., Silva, R. R. V. & Medeiros, P. M 2020. Local criteria for the selection of wild food plants for consumption and sale in Alagoas, Brazil. Ethnobiology and Conservation, 9 (10): 1-15.

Ichikawa, M. 1980. The Utilization of Wild Food Plants by the Suiei Dorobo in Northern Kenya. The Journal of the Anthropological Society of Nippon, 88 (1): 25-47.

Irvine, F.R. 1952. Supplementary and Emergency Food Plants of West Africa. Economic Botany, 6 (1): 23-40.

Jacob, M. C. M., Medeiros, M. F. A. & Albuquerque, U. P. 2020. Biodiverse food plants in the semiarid region of Brazil have unknown potential: A systematic review. Plos one, 15 (5): 1-24.

Kinupp, V. F. & Lorenzi, H. 2014. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, São Paulo. 768 p.

Kinupp, V. F. & Barros, I. B. I. 2008. Protein and mineral contents of native species, potential vegetables, and fruit. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 28 (4): 846-857.

Martinelli, G. & Moraes, M. A. 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Andrea Jakobsson Estúdio Editorial, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1100p.

Nascimento, V. T., Lucena, R. F. P., Maciel, M. I. S. & Albuquerque, U. P. 2013. Knowledge and Use of Wild Food Plants in Areas of Dry Seasonal Forests in Brazil. Ecology of Food and Nutrition, 52: 317 -343.

Nascimento, V. T., Moura, N. P., Vasconcelos, M. A. S., Maciel, M. I. S. & Albuquerque, U. P. 2011. Chemical characterization of native wild plants of dry seasonal forests of the semi-arid region of northeastern Brazil. Food Research International, 44: 2112-2119.

Nascimento, V. T., Vasconcelos, M. A. S., Maciel, M. I. S. & Albuquerque, U. P. 2012. Famine Foods of Brazil’s Seasonal Dry Forests: Ethnobotanical and Nutritional Aspects. Economic Botany, 66 (1): 23-34.

Pinto, A. L. A. 2016. Na nossa terra tem murici e batiputá: o conhecimento etnobotânico dos tremembé sobre as frutas nativas.. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis) - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção.

Raven, P. H., Evert, R. F. & Eichhorn, S. E. 2014. Biologia Vegetal. 8. ed. São Paulo: Editora Guanabara Koogan. 876 p.

Sansanelli, S., Ferri, M., Salinitro, M. & Tassoni, A. 2017. Ethnobotanical survey of wild food plants traditionally collected and consumed in the Middle Agri Valley (Basilicata region, southern Italy). Journal ethnobiology and ethnomedicine, 13 (50): 1-10.

Tomchinsk, B. & Ming, L. C. 2019. As plantas comestíveis no Brasil dos séculos XVI e XVII segundo relatos de época. Rodriguésia, 70: 1-16

Veasey, E. A., Piotto, F. A., Nascimento, W. F., Rodrigues, J. F., Mazette, T. F., Borges, A., Biguzzi, F. A., Santos, F. R. C., Sobierajski, G. R., Recchia, G. H., & Mistro, J. C. 2011. Processos evolutivos e a origem das plantas cultivadas. Ciência Rural, 41 (7): 1218 – 1228.

Downloads

Publicado

2022-01-17

Como Citar

Bezerra, M. A., Moita Neto, J. M., Andrade, I. M., & Santos Filho, F. S. (2022). Contribuições e perspectivas da pesquisa brasileira sobre plantas alimentícias silvestres com foco no semiárido. Iheringia, Série Botânica., 77. https://doi.org/10.21826/2446-82312022v77e2022003

Edição

Seção

Artigos