Florística e padrões estruturais de um fragmento fl orestal urbano, região metropolitana de Porto Alegre, RS, Brasil
Schlagworte:
conservação, mata Atlântica, remanescentes, parque municipalAbstract
A urbanização resulta em fragmentação, perda de espécies e mudanças ecossistêmicas. Porém, remanescentes de áreas naturais em zonas urbanas podem constituir refúgios ou corredores para diversas espécies. Este estudo apresenta a caracterização fl orística e estrutural dos estratos arbóreo e arbustivo de um fragmento fl orestal urbano, em Cachoeirinha, Rio Grande do Sul. Foram registradas 90 espécies arbóreas e 15 arbustivas, sendo duas ameaçadas, duas protegidas, e nove exóticas. Na amostragem quantitativa, foram contempladas 54 espécies no estrato arbóreo e 45 no arbustivo. O fragmento caracteriza-se como Floresta Estacional Semidecidual e apresenta uma elevada diversidade e equabilidade de espécies arbóreas. Estruturalmente, não há características de uma área núcleo mais conservada, embora algumas espécies tendem a ocorrer próximas às bordas. Pela representatividade fl orística e por manter características das fl orestas da região, consideramos que a preservação de fragmentos como este em áreas urbanas contribui para a manutenção de hábitats, da diversidade, e para a conectividade entre remanescentes fl orestais no âmbito regional.
Downloads
Literaturhinweise
APG III (The Angiosperm Phylogeny Group). 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classifi cation for the orders and families of fl owering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, n. 2, p. 105-121.
ARAÚJO, M.M.; LONGHI, S.J.; BRENA, D.A.; BARROS, P.L.C.; FRANCO, S. 2004. Análise de agrupamento da vegetação de um fragmento de floresta estacional decidual aluvial, Cachoeira do Sul, Brasil.
Ciência Florestal, v. 14, n. 1, p. 133-147.
AZAMBUJA, B.O.; GABRIEL, C.; GIEHL, E.L.H.; EISINGER, S.M. 2007. Estrutura do componente arbustivo de uma Floresta Estacional no Sul do Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. 2, p. 768-770.
BIONDI, D.; PEDROSA-MACEDO, J.H. 2008. Plantas invasoras encontradas na área urbana de Curitiba (PR). Floresta, v. 28, n. 1, p. 129-144.
BRACK, P.; RODRIGUES, R.S.; SOBRAL, M.; LEITE, S.L. de C. 1998. Árvores e arbustos na vegetação natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série. Botânica, v. 51, p. 139-166.
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. 1986. Levantamento de Recursos Naturais. Folha SH. 22 Porto Alegre e parte das folhas SH. 21 Uruguaiana e SI. 22 Lagoa Mirim: geologia, morfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro. 796p.:il. (Levantamento de recursos naturais, v. 33)
BROWER, J.E.; ZAR, J.H.; ENDE, C.N. von. 1997. Field and laboratory methods for general ecology. 4. ed. Boston: WCB MacGraw-Hill.
CARVALHO, D.A.; OLIVEIRA-FILHO, A.T.; VILELA, E.A.; CURI, N. 2000. Florística e estrutura da vegetação arbórea de um fragmento de fl oresta semidecidual às margens do reservatório da Usina Hidrelétrica Dona Rita
(Itambé do Mato Dentro, MG). Acta Botanica Brasilica, v. 14, p. 37-55.
CIELO-FILHO, R.; SANTIN, D.A. 2002. Estudo florístico e fitossociológico de um fragmento florestal urbano – Bosque dos Alemães, Campinas, SP. Revista Brasileira de Botânica, v. 25, n.3, p. 291-301.
COTTAM, G.; CURTIS, J.T. 1956. The use of distance measures in phytosociological sampling. Ecology, v. 37, n. 3, p. 451-460.
CULLEN JR., L.; BELTRAME, T.P.; LIMA, J.F.; PADUA, C.V.; PADUA, S.M. 2003. Trampolins ecológicos e zonas de benefício múltiplo: ferramentas agroflorestais para a conservação de paisagens rurais fragmentadas na Floresta Atlântica Brasileira. Revista Natureza e Conservação, v. 1, n. 1, p. 37-46
DILLENBURG, L.R.; WAECHTER, J.L.; PORTO, M.L. 1992. Species composition and structure of a sandy coastal plain forest in northern Rio Grande do Sul, Brazil. In: SEELIGER, U. (Ed.). Coastal plant communities of Latin America. San Diego: Academic Press. 392p.
FERNANDEZ, F.A.S. 2004. O poema imperfeito: crônicas de biologia, conservação da Natureza e seus heróis. 2. ed. Curitiba: Editora UFPR. 257p.
FERRARI-SOBRINHO, F. 2005. Componente e estrutura do componente arbóreo/ arbustivo da floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras, Canoas/RS. 108 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
FIGUEIREDO, N. 1993. Estudo fitossociológico em uma floresta mesófila semidecídua secundária na Estação Experimental de Angatuba, município de Angatuba, SP. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
FILGUEIRAS, T.S. 1994. Caminhamento - um método expedito para levantamentos fl orísticos qualitativos. Cadernos de Geociências, n. 12, p. 39-43.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. 2010. Atlas dos remanescentes fl orestais da Mata Atlântica – Período 2008-2010. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Disponível em: <http://www.sosmatatlantica.org.br> Acesso em: 04 nov.
GANDOLFI, S. LEITÃO-FILHO, H.F.; BEZERRA, C.L.F. 1995. Levantamento fl orístico e caráter sucessional das espécies arbustivo-arbóreas de uma fl oresta mesófi la semidecídua no município de Guarulhos, SP. Revista Brasileira de Biologia, v. 55, p. 753-767.
GERLACH, G.; MUSOLF, K. 2000. Fragmentation of landscapes as a cause for genetic subdivision in bank voles. Conservation Biology, v. 14, p. 1066-1074.
GUREVITCH, J.; SCHEINER, S.M.; FOX, G.A. 2009. Ecologia Vegetal. 2. ed. Porto Alegre: Artmed Editora. 592p.
HACK, C.; LONGHI, S.J.; BOLIGON, A.A.; MURARI, A.B.; PAULESKI, D.T. 2005. Análise fi ossociológica de um fragmento de floresta estacional decidual no município de Jaguari, RS. Ciência Rural, v. 35, n. 5, p. 1083-1091.
INSTITUTO HÓRUS DE DESENVOLVIMENTO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL. 2005. Levantamento de Espécies Exóticas Invasoras: Resultados preliminares. Disponível em http://www.institutohorus.
org.br/trabalhosa_basedados.htm Acesso em: 15 jun. 2005.
JARENKOW, J.A. 1994. Estudo fi tossociológico comparativo entre duas áreas com mata de encosta no Rio Grande do Sul. 125f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) - Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos.
JARENKOW, J.A.; BAPTISTA, L.R.M. 1987. Composição fl orística e estrutura da mata com araucária na Estação Ecológica de Aracuri, Esmeralda, Rio Grande do Sul. Napaea, v. 3, p. 9-18.
JURINITZ, C.F.; JARENKOW, J. 2003. A estrutura do componente arbóreo de uma fl oresta estacional na Serra do Sudeste, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 26, n. 4, p. 475-487.
MAGURRAN, A.E. 1988. Ecological diversity and its measurement. London: Croom Helm. 179p.
MARTINS, F.R. 1993. Estrutura de uma floresta mesófila. 2. ed. Campinas: Editora da UNICAMP. 246p.
MCKINNEY, M.L. 2006. Urbanization as a major cause of biotic homogenization. Biological Conservation, v. 127, p. 247-260
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. 1974 Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley. 574p.
PILLAR, V.D. 2006. MULTIV: Multivariate exploratory analysis, randomization Testing and bootstrap resampling. User’s Guide v. 2.4. Porto Alegre: Departamento de Ecologia da UFRGS. 51p.
PODANI J. 2000. Introduction to the exploration of multivariate biological data. Leiden: Backhuys Publishers. 407p.
PRIMACK, R.B.; RODRIGUES, E. 2001. Biologia da conservação. Londrina: E. Rodrigues, 328 p.
RIO GRANDE DO SUL. Decreto Nº 34.256, de 02 de abril de 1992. Sistema Estadual de Unidades de Conservação. Disponível em:<http://www.sema.rs.gov. br/sema/html/dec 34256> Acesso em: 16 de abr. 2008.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual do Meio Ambiente. 2002. Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: FATEC/SEMA. Disponível em:<http://www.ufsm.br/ifcrs> Acesso em: 10 de abr. 2008.
RODOLFO, A.M.; CANDIDO JR., J.F.; TEMPONI, L.G.; GREGORINI, M.Z. 2008. Citrus aurantium L. (laranjaapepu) e Hovenia dulcis Thunb. (uva-do-japão): Espécies exóticas invasoras da trilha do Poço Preto no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 6, n. 1, p. 16-18.
SAMPAIO, A.B. 2001. Efeito de borda nas espécies arbóreas de uma Floresta Estacional Decidual no vale do Paraná. 80f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade de Brasília, Brasília.
SHOCHAT, E.; WARREN, P.S.; FAETH, S.H.; MCINTYRE, N.E.; HOPE, D. 2006. From patterns to emerging processes in mechanistic urban ecology. Trends in Ecology and Evolution, v. 21, p. 186-191.
SILVA-JÚNIOR, F.M.R.; THEY, N.H.; TROIAN, V.R.R.; KINDEL, A. 2007. Densidade populacional e relações alométricas de Psychotria leiocarpa Cham. e Schltdl. (Rubiaceae) em paisagem fragmentada no Morro Santana (Porto Alegre, RS). Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. 1, p. 486-488.
SOBRAL, M.; JARENKOW, J.A.; BRACK, P.; IRGANG, B.; LAROCCA, J.; RODRIGUES, R.S. 2006. Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. São Carlos: RiMa Editora. 350p.
TEIXEIRA, M.B. (Coord.) 2007. Plano ambiental municipal de Cachoeirinha. Porto Alegre: MCT. 4v.,il. Disponível em: http://www.cachoeirinha.rs.gov.br Acesso em: 10 de abr. 2008.
WAECHTER, J.L.; JARENKOW, J.A. 1998. Composição e estrutura do componente arbóreo nas matas turfosas do Taim, Rio Grande do Sul. Biotemas, v. 11, p. 45-69.
WAECHTER, J.L.; MÜLLER, S.C., BREIER, T.B.; VENTURI, S. 2000 Estrutura do componente arbóreo em uma fl oresta subtropical de planície costeira interna. In: SIMPÓSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS, 5,
, São Paulo. Anais... São Paulo: ACIESP.2000. p. 92-112.