Caracterização edáfica de um ecótono savânico-florestal no sudeste brasileiro
Parole chiave:
decomposição, matéria orgânica, lençol freático, fogo.Abstract
A escassez de estudos envolvendo descrições de horizontes edáficos na transição entre formações savânicas e florestais motivou este trabalho, cujos objetivos foram comparar atributos químicos e físicos de solos savânico e florestal em um ecótono, considerando possíveis influências edáficas sobre a vegetação. Trincheiras abertas com profundidade de 2m, em diferentes pontos na floresta estacional semidecidual e savana florestada, em área pertencente ao Jardim Botânico de Bauru, estado de São Paulo, foram usadas para coleta de amostras de solo, diretamente nos diferentes horizontes. Os resultados das análises físico-químicas indicaram elevados teores para diferentes nutrientes, e.g., Ca e Mg, e baixos teores de Al em horizontes superficiais na floresta estacional, que foram classificados como eutróficos. Na savana florestada, ao contrário, todos os horizontes foram considerados distróficos. Essas diferenças edáficas tiveram origem, possivelmente, de microambientes distintos, existentes nas fitocenoses estudadas.
Downloads
Riferimenti bibliografici
BARNES, B.V.; ZAK, D.R.; DENTON, S.H.; SPURR, S.H. 1998. Forest Ecology. New York: John Wiley. 774p.
BOTREL, R.T.; OLIVEIRA-FILHO, A.T.; RODRIGUES, L.A.; CURI, N. 2002. Influência do solo e topografia sobre as variações da composição florística e estrutura da comunidade arbóreo-arbustiva de uma floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG. Revista Brasileira de Botânica, v.25, n.2, p.195-213.
CESAR, O. 1993. Nutrientes minerais da serapilheira produzida na mata mesófila semidecídua da fazenda Barreiro Rico, município de Anhembi, SP. Revista Brasileira de Biologia, v.53, n.4, p.659-669.
COLE, M.M. 1992. Infl uence of physical factors on the nature and dynamics of forest-savanna boundaries. In: FURLEY, P.A.; RATTER, J.A. (Ed.). Nature and dynamics of forest-savanna boundaries. London:
Chapman & Hall. p. 417-429.
COUTINHO, L.M. 1990. Fire in the ecology of the brazilian cerradão. In: GOLDAMMER, J.G. (Ed.). Fire in the tropical biota . Berlin: Springer-Verlag. p. 81-105.
______. 2002. O bioma cerrado. In: KLEIN, A.L. (Org.). Eugen Warming e o cerradão brasileiro: um século depois. São Paulo: Editora UNESP. p. 77-91.
EITEN, G. 1970. A vegetação do Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Botânica. 147p.
______. 1972. The cerrado vegetation of Brazil.Botanical Review, v.38, n.2, p.201-341.
______. 1977. Delimitação do conceito cerrado. Arquivos do Jardim Botânico, v.21, p.125-134.
EMBRAPA. 1997. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisas de Solos. 212p.
______. 2006. Sistema Brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa em Solos. 306p.
FERNANDES, A. 2000. Fitogeografia brasileira. Fortaleza: Multigraf. 340p.
GOODLAND, R.; POLLARD, R. 1973. The Brazilian cerrado vegetation: a fertility gradient. Journal of Ecology, v. 61, p. 219-224.
GOWER, S.T. 1987. Relations between mineral nutrients availability and fi ne root biomass in two Costa Rica Tropical wet forest: a hypothesis. Biotropica, v.19, n.2, p.171-175.
GRUBB, P.J. 1995. Mineral nutrition and soil fertility in tropical rain forests. In: LUGO, A.E.; LOWE, C. (Ed.). Tropical forests: management and ecology. New York: Springer. p. 308-330.
HAMMER, R.D. 1998. Space and time in the soil landscape: the ill-defi ned ecological universe. In: PETERSON, D.L.; PARKER, V.T. Ecological scale:theory and applications. New York: Columbia University
Press. p. 105-140.
HARIDASAN, M. 1992. Observations on soils, foliar nutrient concentrations and fl oristic composition of cerrado sensu stricto and cerradão communities in central Brazil. In: FURLEY, P.A.; RATTER, J.A. (Ed.). Nature and dynamics of forest-savanna boundaries. London:
Chapman & Hall. p. 171-184.
IVANAUSKAS, N.M.; MONTEIRO, R.; RODRIGUES, R.R. 2003. Alterations following a fi re in a forest community of Alto Rio Xingu. Forest Ecology and Management, v.184, n.1/3, p.239-250.
JACKSON, R.B.; POCKMAN, W.T.; HOFFMANN, W.A.; BLEBY, T.M.; ARMAS, C. 2007. Structure and Function of Root Systems. In: PUGNAIRE, F.; VALLADARES, F. (Ed.). Functional plant ecology.
Boca Raton: CRC Press. p.151-173.
LATHWELL, D.J.; GROVE, T.L. 1986. Soil-plant relationship in the tropics. Annual Review of Ecology and Systematics, v.17, p. 1-16.
LAVELLE, P.; BLACHART, E.; MARTIN, A.; MARTIN, S. 1993. A hierarchical model for decomposition in terrestrial ecosystems: application to soil of the humid tropics. Biotropica, v.25, n.2, p.130-151.
LEMOS, R.C.; SANTOS, R.D. 1996. Manual de descrição e coleta de solos no campo. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciencias do Solo. 84p.
LOPES, A.S.; COX, F.R. 1977. Cerrado vegetation in Brazil: an edaphic gradient. Agronomy Journal, v.69, n.5, p.828-831.
MARTINS, F.R. 1991. Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: Editora da UNICAMP. 246 p.
MEDINA, E. 1993. Mineral nutrition: tropical savannas. Progress in Botany, v. 54, p. 237-253.
MIRANDA, H. S.; BUSTAMANTE, M.M.; MIRANDA, A.C. 2002. The fi re factor. In: OLIVEIRA, P.S.; MARQUIS, R.J. (Ed.). The cerrado biome: ecology and natural history of a neotropical savanna. New York: Columbia University Press. p. 51-68.
MOTTA, P.E.F.; CURI, N.; FRANZMEIER, P. 2002. Relations of soils and geomorphic surfaces in the Brazilian cerrado. In: OLIVEIRA, P.S.; MARQUIS, R.J. (Ed.). The cerrado biome: ecology and natural history of
a neotropical savanna. New York: Columbia University Press. p. 13-32.
OLIVEIRA-FILHO, A.T.; RATTER, J.A. 2002. Vegetation physiognomies and woddy fl ora of the cerrado Biome. In: OLIVEIRA, P.S.; MARQUIS, R.J. (Ed.). The cerrado biome: ecology and natural history of a
neotropical savanna. New York: Columbia University Press. p. 91-120.
PINHEIRO, M.H.O.; MONTEIRO, R.; CESAR, O. 2002. Levantamento fi tossociológico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botânico Municipal de Bauru, São Paulo. Naturalia, v.27, p.145-164.
PINHEIRO, M.H.O.; MONTEIRO, R. 2006. Contribution of forest species to the fl oristic composition of a forested savanna in southeastern Brazil. Brazilian Archives of Biology And Technology, v.49, n.5, p. 763-774.
______. 2008. Florística de uma floresta estacional semidecidual, localizada em ecótono savânico-florestal, no município de Bauru, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 22, n. 4, p. 1085-1094.
______. 2009. Análise estrutural e considerações sobre a dinâmica sucessional de um fragmento florestal semidecidual do Jardim Botânico Municipal de Bauru, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 23, n. 4, p. 968-975.
RAIJ, B. Van. 1991. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba: Ceres. 343p.
RAIJ, B. Van; QUAGGIO, L.A.; CANTARELLA, H. 1987. Análise química do solo para fins de fertilidade. Campinas: Fundação Cargill. 170p.
RANZANI, G. 1971. Solos do cerrado. In: FERRI, M.G. (Ed.). Simpósio sôbre o cerrado. São Paulo: Editora Edgard Blücher e Editora da Universidade de São Paulo. p. 37-74.
RATTER, J.A. 1992. Transitions between cerrado and forest vegetation in Brazil. In: FURLEY, P.A.; RATTER, J.A. (Ed.). Nature and dynamics of forest-savanna boundaries. London: Chapman & Hall. p. 417-429.
RESENDE, M.; CURI, N.; SANTANA, D.P. 1988. Pedologia e fertilidade do solo: interações e aplicações. Brasília: Ministério da Educação. 83p. (Série Agronomia).
RIZZINI, C.T. 1997. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural. 747p.
ROSS, J.L.S.; MOROZ, I.C. 1997. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo: Laboratório de Geomorfologia. v.1. escala 1:500.000.
ROTTA, C.L. 1972. Noções gerais de geologia. In: MONIZ, A.C. (Coord.). Elementos de pedologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Editora Polígono. p. 289-303.
RUGGIERO, P.G.C.; BATALHA, M.A.; PIVELLO, V.R.;MEIRELLES, S.T. 2002. Soil-vegetation relationships in cerrado (Brazilian savanna) and semideciduous Forest, southeastern Brazil. Plant Ecology, v.160, n.1, p.1-16.
SARMIENTO, G. 1984. The ecology of neotropical savannas. Cambridge: Harvard University Press. 235p.
SAUNDERS, D.A.; HOBBS, R.J.; MARGULES, C.R. 1991. Biological consequences of ecosystem fragmentation: a review. Conservation Biology, v. 5, n. 1, p. 18-32.
SCHULZE, E.D.; BECK, E.; MÜLLER-HOHENSTEIN,K. 2005. Plant ecology. Heindelber: Springer. 702p.
SOLBRIG, O.T. 1996. The diversity of the savanna ecosystem. In: SOLBRIG, O.T.; MEDINA, E.; SILVA, J.F. (Ed.). Biodiversity and savanna ecosystem processes: a global perspective. Berlin: Springer. p. 1-27.
VALENTI, M.W.; CIANCIARUSO, M.V.; BATALHA, M.A. 2008. Seasonality of litterfall and leaf decomposition in a cerrado site. Brazilian Journal of Biology, v.68, n.3, p. 459-465.
VELOSO, H.P. 1992. Sistema fitogeográfico. In: FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro. p. 9-38.
