Efeito do inseticida fipronil sobre os parâmetros fisiológicos e morfoanatômicos em espécie do Cerrado

Autores

  • Lícia Priscila Nogueira Azevedo Universidade Federal do Tocantins https://orcid.org/0000-0001-7690-0003
  • Tiago Borges Rocha Banco da Amazônia SA.
  • Flavia Barreira Gonçalves Universidade Federal do Tocantins
  • Ana Beatriz Nunes Ribeiro Universidade Federal do Tocantins
  • Victorina Bispo Aires Universidade Federal de Viçosa
  • Eduardo Andrea Lemus Erasmo Universidade Federal do Tocantins
  • Kellen Lagares Ferreira Silva Universidade Federal do Tocantins https://orcid.org/0000-0002-1810-4540

DOI:

https://doi.org/10.21826/2446-82312024v79e20241112

Palavras-chave:

agrotóxico, cagaita, fitotoxicidade

Resumo

O aumento no uso de agrotóxicos na região do Cerrado tem sido influenciado pela expansão da produção agrícola, impulsionado pelo agronegócio. Esses produtos podem atingir áreas não alvo, através de deriva, tornando-se uma grande ameaça às inúmeras espécies nativas com elevado potencial econômico, ecológico e social. No Brasil, o fipronil está entre os inseticidas mais comercializados para o controle de pragas resistentes a outros pesticidas. Sendo assim, objetivou-se identificar as respostas fisiológicas e morfoanatômicas de Eugenia dysenterica, quando exposta ao fipronil com a finalidade de avaliar seu potencial como espécie de áreas atingidas por esse inseticida. Foram analisadas a fitotoxicidade, as características fisiológicas e morfoanatômicas de E. dysenterica submetidas as seguintes concentrações do fipronil: 260, 520 e 1040 g.i.a.ha-1, respectivamente. Os indivíduos apresentaram sensibilidade ao inseticida com sintomas de fitotoxicidade, reduções nas taxas fotossintética, condutância estomática e transpiração, além de modificações anatômicas nos tecidos (mudanças no formato das células e na coloração do conteúdo no canal secretor, diminuição na espessura dos tecidos epidérmicos e do parênquima paliçádico). Essas alterações podem servir como indicador da presença do fipronil nessas plantas e abre a perspectiva para o uso de E. dysenterica como biomonitora de ambientes contaminados por esse inseticida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adalberto, P. R., Massabni, A. C., Goulart, A. J., Monti, R. & Lacava, P. M. 2004. Efeito do fósforo na captação de minerais e pigmentação de Azolla carolinian Willd. (Azollaceae). Brazilian Journal of Botany 27(3): 581-585.

Aguiar, T. V., Sant’anna-Santos, B. F., Azevedo, A. A. & Ferreira, R. S. 2007. Anati Quanti: software de análises quantitativas para estudos em anatomia vegetal. Planta daninha 25(4): 649-659.

Ahemad, M. & Khan, M. S. 2011. Comparative study of the growth parameters of legumes grown in fipronil-stressed soils. Eur Asian Journal of Bio Sciences 5:29-36

Andrei, E. (Coord.). 2005. Compêndio de defensivos agrícolas. Andrei, São Paulo. 7. ed. 1141p.

Azevedo, C. F., Bruno, R. L. A. & Quirino, Z. G. M. 2014. Anatomia de plântulas de erva doce (Foeniculum vulgare Mill.) sob o efeito de inseticida. Revista Biociências 20(1): 63-71.

Belayneh, Y. T. 1998. Amendment III to the USAID/Madagascar supplemental environmental assessment for locust control program: Options for including fipronil as an anti-locust insecticide. Unpublished report. USAID, Washington DC.

Bobe, A., Cooper, J. F. & Coste, C. M. 1997. Factors Influencing the adsorption of fipronil on soils. Journal of Agriculture and Food Chemistry 45: 4861- 4865.

Boldt, T. S. & Jacobsen, C. S. 1998. Different toxic effects of the sulfonylurea herbicides metsulfuron methyl, chlorsulfuron and thifensulfuron methyl on fluorescent pseudomonads isolated from an agricultural soil. FEMS Microbiology Letters 161(1): 29-35.

De Figueiredo Aquino, S. M., de Almeida, J. R., Cunha, R. R. R. S.

B. & Lins, G. A. 2011. Bioindicadores vegetais: uma alternativa para monitorar a poluição atmosférica. Revista Internacional de Ciências 1(1): 77-94.

Frans, R. E. 1972. Measuring plant responses. In: Wilkinson RE, editor. Research methods in weed science. Australian, Southern Weed Science Society, p. 28-41.

Ferreira, D. F. 2018. SisVar® (Software estatístico): Sistema de análise de variância para dados balanceados. Versão 5.7. Lavras, DEX/UFLA. Gerlach, D. 1984. Botanische Mikrotechnik: Eine Einführung. Georg Thieme, Stuttgart. 3. ed. p. 311.

Haupt, A. W. 1930. A gelatin fixative for paraffin sections. Stain Technology 5(3): 97-98.

Ignácio, N. F., Américo, J. H. P., Silva, M. A., Carraschi, S. P., Ikefuti, C. V., Cruz, C. & Machado-Neto, J. G. 2014. Classificação ecotoxicológica do inseticida Fipronil para o peixe de espécie pacu. In: 6º Congresso Nacional de Meio Ambiente de Poços de Caldas. p. 1-7.

Jorge, N., Moreno, D. M. & Bertanha, B. J. 2010. Eugenia dysenterica DC: actividad antioxidante, perfil de ácidos grasos y determinación de tocoferoles. Revista Chilena de Nutrición 37(2): 208-214.

Lucadamo, L., Corapi, A. & Gallo, L. 2018. Evaluation of glyphosate drift and anthropogenic atmospheric trace elements contamination by means of lichen transplants in a southern Italian agricultural district. Air Quality, Atmosphere & Health 11(3): 325-339.

Mansfield, Terry A., and Martin R. McAinsh. 1995. Hormones as regulators of water balance. Plant hormones: physiology, biochemistry and molecular biology. Dordrecht, Springer Netherlands, 1995. p. 598-616.

Martinotto, C., Paiva, R., Soares, F. P., Santos, B. R. & Nogueira, R. C. 2008. Cagaiteira (Eugenia dysenterica DC.). Boletim Técnico 78: 1-21

Oliveira, M. E. S., Pantoja, L.; Duarte, W. F., Collela, C. F., Valarelli, L. T., Schwan, R. F. & Dias, D. R. 2011. Fruit wine produced from cagaita (Eugenia dysenterica DC) by both free and immobilised yeast cell fermentation. Food Research International 44(7): 2391-2400.

Palhares, D. 2003. Caracterização farmacognóstica das folhas de Eugenia dysenterica DC (Myrtaceae Jussieu). Lecta-USF 21(1/2): 29-36.

Pereira, M. R. R., de Souza, G. S. F., Fonseca, E. D. & Martins, D. 2015. Subdoses de glyphosate no desenvolvimento de espécies arbóreas nativas. Bioscience Journal 31(2): 326-332.

Prestes, R. M. & Vincenci, K. L. 2019. Bioindicadores como avaliação de impacto ambiental. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research 2(4): 1473-1493.

Salamandane, A. R. 2015. Toxicidade de dimetoato e mancozeb a Brassica rapa L. Toxicity of dimethoate and mancozeb to Brassica rapa L. Ambiência 11(3): 603-610.

Sartorelli, P. A. R. & Campos Filho, E. M. 2017. Guia de plantas da regeneração natural do Cerrado e da Mata Atlântica. Agroicone, São Paulo. 140p.

Scariot, A. & Ribeiro, J. F. 2015. Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável da Cagaita. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília. 72p.

Rai, P. K. 2016. Impacts of particulate matter pollution on plants: Implications for environmental biomonitoring. Ecotoxicology and environmental safety 129: 120-136.

Ronen, R. & Galun, M. 1984. Pigment extraction from lichens with dimethyl sulfoxide (DMSO) and estimation of chlorophyll degradation. Environmental and Experimental Botany 24(3): 239-245.

Vieira, P. M., Veronezi, E., Silva, C. R. & Chen-Chen, L. 2012. Detection of genotoxic, cytotoxic, and protective activities of Eugenia dysenterica DC. (Myrtaceae) in mice. Journal of Medicinal Food 15(6): 563-567.

Wani, P. A., Zaidi, A., Khan, A. A. & Khan, M. S. 2005. Effect of phorate on phosphate solubilization and indole acetic acid releasing potentials of rhizospheric microorganisms. Annals of Plant Protection Sciences, 13: 139–144.

Wellburn, A. R. 1994. The spectral determination of chlorophylls a and b, as weel as total carotenoids, using various solvents with spectrophotometers of different resolution. Journal of Plant Physiology 144: 307-313.

Downloads

Publicado

2024-07-02

Como Citar

Azevedo, L. P. N., Rocha, T. B., Gonçalves, F. B., Ribeiro, A. B. N., Aires, V. B., Erasmo, E. A. L., & Silva, K. L. F. (2024). Efeito do inseticida fipronil sobre os parâmetros fisiológicos e morfoanatômicos em espécie do Cerrado. Iheringia, Série Botânica., 79. https://doi.org/10.21826/2446-82312024v79e20241112

Edição

Seção

Artigos