Anatomia ecológica do lenho de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae) distribuída em diferentes condições edáficas do cerrado sul-brasileiro

Autores

  • João Carlos Ferreira de Melo Júnior
  • Gregório Ceccantini
  • Cleusa Bona

Palavras-chave:

anatomia da madeira, xeromorfia, copaíba

Resumo

Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae, subfam. Caesalpinioideae) é uma planta de hábito arbóreo de ampla distribuição no Brasil, conhecida como copaíba. Este estudo discute, numa perspectiva ecológica, alterações estruturais em populações de copaíba em três substratos distintos do cerrado do Paraná: neossolo flúvico em margem de rio, afloramento arenítico e latossolo vermelho em campo cerrado. Caracteres como porosidade difusa, camada de crescimento delimitada pelo parênquima marginal, presença de fibras gelatinosas e cristais foram comuns entre os indivíduos estudados. Os resultados quantitativos mostram diferenças significativas entre vários parâmetros. Vasos de grande diâmetro e fibras de maior comprimento foram observadas em plantas de neossolo, sendo superiores aos demais substratos. Variações no comprimento dos vasos e na altura e largura dos raios também são pronunciadas. Sugere-se que a disponibilidade hídrica associada à estruturação e padrões geomórficos dos substratos deve ser o principal fator condicionante das variações anatômicas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alonso, O. 1998. Tratado de fitomedicina. Isis Editorial, Buenos Aires. 175 p.

Alves, E. S. & Angyalossy-Alfonso, V. 2000. Ecological trends in the wood anatomy of some Brazilian species. I: growth rings and vessels. IAWA Journal, 21:3-30.

Alves, E. S. & Angyalossy-Alfonso, V. 2002. Ecological trends in the wood anatomy of some Brazilian species. II: axial parenchyma, rays and fibres. IAWA Journal, 23(4):391-418.

Baas, P. & Carlquist, S. 1985. A comparison of the ecological wood anatomy of the floras of southern California and Israel. IAWA Bull, 6(4):349-354.

Baas, P. 1973. The wood anatomical range in Ilex (Aquifoliacea) and its ecological and phylogenetic significance. Blumea, 21:193-258.

Baas, P. 1976. Some functional and adaptative aspects of vessel member morphology. Leiden Botany Series, 3:157-181.

Baas, P.; Werker, E. & Fahn, A. 1983. Some ecological trends in vessel characters. IAWA Bulletin, 4:2-3.

Barajas-Morales, J. 1985. Wood structural difference between tress of the tropical forests in Mexico. IAWA Bulletin, 6(4):355-364.

Barbosa, O. 1981. Características estruturais do lenho de Copaifera langsdorffi Desf. e Copaifera lucens Dwyer. Silvicultura, 15(16):23-26.

Baretta-Kuipers, T. 1981. Wood anatomy of Leguminosae: its relevance to taxonomy. In Advances in legume systematics (R.M. Polhill & P.H. Raven, eds.). Royal Botanic Gardens, Kew. p. 677-715.

Botosso, P. & Tomazello, M. 1999. Aplicação das faixas dendrométricas na dendrocronologia: avaliação da taxa e do ritmo de crescimento em tronco de árvores tropicais e subtropicais. In Anais do 50 Congresso

Nacional de Botânica (K.E. Quadros, coord.). Fundação Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, p. 11.

Braun, H. J. 1984. The significance of the acessory tissues of the hydrosystem for osmotic water shifting as the second principle of water ascent, with some thoughts concerning the evolution of trees. IAWA Bulletin, 5:275-294.

Carlquist, S. & Hoekman, D.A. 1985. Ecological wood anatomy of the woody southern California flora. IAWA Bulletin, 6(4):319-348.

Carlquist, S. 1966. Wood anatomy of Compositae: a summary, with comments on factors controlling wood evolution. Aliso, 6(2):25-44.

Carlquist, S. 1975. Ecological estrategies of xylem evolution. University of California Press, Berkley. 243p.

Carlquist, S. 1980. Further concepts in ecological wood anatomy, with comments on recent work in wood anatomy and evolution. Aliso, 9(4):499-553.

Carlquist, S. 1988. Comparative wood anatomy: systematic, ecological and evolutionary aspects of dicotyledonous wood. Springer-Verlag, New York. 384 p.

Ceccantini, G. 1996. Anatomia ecológica do lenho de espécies de cerrado e mata: Casearia sylvestris Sw. e Machaerium villosum Vog. 105 f. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Chimelo, J. P. & Mattos-Filho, A. 1988. Observações preliminares na estrutura da madeira de cinco espécies de folhosas de diferentes locais do Brasil. International Union of Forest Research Organizations, São

Paulo. 117 p.

Cole, M. M. 1986. The savannas: biogeography and geobotany. Academy Press, London. 438 p.

Coutinho, L.M. 1978. O conceito de cerrado. Revista Brasileira de Botânica, 1:17-23.

Creber, G. T. & Chaloner, W. G. 1990. Enviromental influencis on cambial activity. In The vascular cambium (M. Iqbal, ed.). John Wiley and Sons, New York. p. 159-199.

Détienne, P. & Jacquet, P. 1983. Atlas d’identification des bois de l’amazone et des régions voisines. Centre Technique Forestier Tropical, Nogent-Sur-Marne. 640p.

Eckblad, J.W. 1991. How many samples should be taken? BioScience, 41:346-348.

Eiten, G. 1994. Vegetação. In Cerrado: caracterização, ocupação e perspectivas. (M.N. Pinto, ed.). Universidade de Brasília, Brasília. p. 17-73.

Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 1999. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Embrapa Solos, Rio de Janeiro. 412 p.

Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 1984. Levantamento de reconhecimento de solos do Estado do Paraná. Instituto Agronômico do Paraná, Londrina. 89 p.

Ewers, F. W. 1985. Xylem structure and water conduction in conifer trees, dicot trees and lianas. IAWA Bulletin, 6(4):309-317.

Ewers, F. W.; Fisher, J. B. & Chiu, S. T.. 1989. Water transport inthe liana Bauhinia fassoglensis (Fabaceae). Plant Physiology, 91:1625-1631.

Ewers, F. W.; Fisher, J. B. & Fichtner, K. 1991. Water flux and xylem structure in vines. In The biology of vines (H.A. Mooney & F.E. Putz, eds.). Cambridge University Press, Cambridge. p. 127-160.

Fahn, A.; Werker, E. & Baas, P. 1986. Wood anatomy and identification of trees and shurbs from the Israel and adjacent regions. The Israel Academy of Sciences of Humanities, Jerusalem. 82 p.

Fedalto, L. C.; Mendes, I. C. A. & Coradin, V. T. R.. 1989. Madeiras da amazônia: descrição do lenho de 40 espécies ocorrentes na floresta nacional dos tapajós. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Brasília. 156 p.

Ferreirinha, M. P. 1958. Elementos de anatomia de madeiras folhosas portuguesas. Memórias da Junta de Investigação do Ultramar, Lisboa. 89 p.

Gasson. 1994. Wood anatomy of the tribe Sophoreae and related Caesalpinioideae and Papilionoideae. In Ad vances in legume systematic (I. K. Ferguson & S. Tucker, eds.). p. 165-203.

Goodland, R. & Ferri, M. G. 1979. Ecologia do cerrado. Itatiaia, São Paulo. 193 p.

Hopkins, W. G. 1995. Introduction to plat physiology. John Wiley & Sons, New York. 464 p.

Instituto Ambiental do Paraná. 1999. Unidades de conservação do Estado do Paraná. Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas, Curitiba. 126 p.

International Association of Wood Anatomists Committee. 1989. List of microscopic features for hardwood identification.

IAWA Bulletin, 10(3):220-332.

Index Kewensis. 1996. Claredon Press, Oxford. Supl. XX. Johansen, D. A. 1940. Plant microtechnique. McGraw-Hill, New York. 523 p.

Kozlowski, T. T. 1971. Growth and development of trees. Academic Press, New York. 340 p.

Kramer, P J. 1964. The role of water formation. In The formation of wood in forest trees (M. H. Zimmermann ed.). Academic Press, New York. p. 515-532.

Kraus, J.E. & Arduin, M. 1997. Manual básico de métodos em morfologia vegetal. Edur, Seropédica. 197 p.

Lev-Yadun, S. & Liphschitz, N. 1986. Growth ring terminology – some proposals. IAWA Bulletin, 7:72.

Lopes, A. S. & Cox, F. R. 1977. Cerrado vegetation in Brazil: an edaphic gradient. Agronomy Journal, 69:828-831.

Loureiro, A. A. & Silva, M. F. 1968. Catálogo das madeiras da Amazônia. Sudam, Belém. 60 p.

Maack, R. 1968. Geografia física do Estado do Paraná. Secretaria da Cultura e do Esporte do Governo do Estado do Paraná, Curitiba. 230 p.

Machado, S. R.; Angyalossy-Alfonso, V. & Morretes, B. L. 1997.

Comparative wood anatomy of root and stem in Styrax camporum (Styracaceae). IAWA Bulletin, 18(1):13-25.

Mainieri, C. & Chimelo, J. P. 1989. Fichas de características das madeiras brasileiras. Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo. 420 p.

Marcati, C.; Angyalossy-Alfonso, V. & Benedeti, L. 2001. Anatomia comparada do lenho de Copaifera langsdorffii de floresta e cerradão. Revista Brasileira de Botânica, 24(3):311-320.

Metcalf, C. R. & Chalk, L. 1989. Anatomy of the dicotyledons. Wood structure and conclusion of the general introduction. Oxford University Press, Oxford. 297 p.

Oever, L. Van Den.; Baas, P. & Zandee, M. 1981. Comparative wood anatomy of Symplocos and latitude of provenance. IAWA Bulletin, 2(1):3-24.

Paiva, J. G. A.; Fank-De-Carvalho, S. M.; Magalhães, M. P. & Graciano-Ribeiro, D. 2006. Verniz vitral incolor 500: uma alternativa de meio de montagem economicamente viável. Acta Botanica Brasílica, 20(2):257-

Paviani, T. I. 1977. Estudo morfológico e anatômico de Brasilia sickii G. M. Barroso II: anatomia da raiz, do xilopódio e do caule. Revista Brasileira de Biologia, 37(2):307-324.

Paviani, T. I. 1978. Anatomia vegetal e cerrado. Ciência e Cultura, São Paulo. p. 1076-1086.

Priya, P. B. & Bhat, K. M. 1998. False ring formation in teak (Tectona grandis L.f.) and the influence of environmental factors. Forest Ecology and Management, 108: 215-222.

Record, S. J. & Hess, R. 1972. Timbers of the new world. Arno Press, New York. 642 p.

Rizzini, C. T. 1976. Tratado de fitogeografia do Brasil – aspectos ecológicos. Editora Hucitec, São Paulo. 327 p.

Rodrigues, V. E. G. & Carvalho, D. A. 2001. Plantas medicinais no domínio dos cerrados. Universidade Federal de Lavras, Lavras. 180 p.

Sarmiento, G. 1983. The Savanas of tropical america. In Ecosystem of the world: tropical savannas (F. Bourlière, ed.). Elsevier, Amsterdam. p. 245-288.

Sass, J. E. 1951. Botanical microtechnique. State College Press, Iowa. 228 p.

Swetnam, T. W. 1993. Fire history and climate change in Giant Sequoia groves. Science, 262:885-889.

Tsoumis, G. 1969. Wood as raw material. Pergamon Press, Oxford. 276 p.

Uhlmann A., Curcio, G. T. & Silva, S. .M. 1997. Relações entre a distribuição de categorias fitofisionômicas e padrões geomórficos e pedológicos em uma área de savana (cerrado) no Estado do Paraná. Arquivos de Biologia e Tecnologia, 40(2):473-484.

Uhlmann, A., Galvão, F. & Silva, S. M. 1998. Análise da estrutura de duas unidades fitosisionômicas de savana (cerrado) no sul do Brasil. Acta. Botanica Brasilica, 12(3):231-247.

Vasconcelos, M. S.; Milaneze-Gutierre, M. A. & Inada, P. 2006. Utilização de verniz vitral como meio de montagem de laminários permanentes de material vegetal. Arquivos do Mudi, 10(3):32-35.

Veiga Junior, V. & Pinto, A. C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova, 25(2):273-286.

Villagra, P. E. & Roig-Juñet, F. A. 1997. Wood structure of Prosopis alpataco and P. argentina growing under different edaphic condictions. IAWA Journal, 18(1):37-51.

Wheeler, E. A. & Bass, P. 1991. A survey of the fossil record for dicotyledonous wood and its significance for evolutionary and ecological wood anatomy. IAWA Bulletin, 2:3-24.

Worbes, M. 1989. Growth rings, increment and age of trees in inundation forests, savannas and a mountain forest in the Neotropics. IAWA Bulletin, 10:109-122.

Worbes, M. 1995. How measure growth dynamics in tropical trees – A review. IAWA Journal, 16(4):337-354.

Zimmermann, M. H. & Brown, C. L. 1971. Trees: structure and function. Springer-Verlag, New York. 336 p.

Zimmermann, M. H. 1983. Xylem structure and the ascent of sap. Springer Verlag, Berlin. 279 p.

Downloads

Publicado

2011-11-30

Como Citar

Melo Júnior, J. C. F. de, Ceccantini, G., & Bona, C. (2011). Anatomia ecológica do lenho de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae) distribuída em diferentes condições edáficas do cerrado sul-brasileiro. Iheringia, Série Botânica., 66(2), 189–200. Recuperado de https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/49

Edição

Seção

Artigos