Florestas Estacionais Decíduas de Terras Baixas no Agreste da Paraíba, Brasil: Mata Atlântica, ecótono ou Caatinga?

Autori

DOI:

https://doi.org/10.21826/2446-82312023v78e2023006

Parole chiave:

Área de transição, Florestas secas, Florestas úmidas, PAE, Similaridade

Abstract

As Florestas Estacionais Decíduas de Terras Baixas (FEDTB) na Paraíba apresentam relações florísticas complexas, ora sendo consideradas mais relacionadas à Mata Atlântica, ora sendo entendidas como mais próximas à Caatinga, ou mesmo como áreas transicionais (ecótonos). Desta forma, tem-se como objetivo analisar as relações florísticas do componente lenhoso ocorrente nas FEDTB do Agreste Pré-Litorâneo da Paraíba com a Mata Atlântica litorânea e a Caatinga interiorana. Foram selecionados 22 levantamentos florísticos e realizadas análises de Similaridade Florística e Análise de Parcimônia de Endemismo (PAE). Ambas as análises revelaram que as FEDTB formam um grupo mais relacionado à Caatinga s.l., não constituindo um ecótono. A presença de elementos da Mata Atlântica nas FEDTB é marcada especialmente por espécies amplamente distribuídas em ecossistemas florestais do Brasil. Maiores precipitações e sazonalidade menos acentuada em relação à Caatinga podem explicar a ocorrência de espécies típicas das matas úmidas nas FEDTB.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografie autore

Joel M. P. Cordeiro, Universidade Estadual da Paraíba

Departamento de Geociências, Centro de Ciências Exatas e da Natureza,

Leonardo P. Felix, Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Biociências, Centro de Ciências Agrárias.

Bartolomeu Israel de Souza, Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Geociências, Centro de Ciências Exatas e da Natureza.

Edlley Pessoa, Universidade Federal do Mato Grosso

Departamento de Botânica e Ecologia.

Riferimenti bibliografici

Alcoforado-Filho, F. G., Sampaio, E. V. S. B. & Rodal, M. J. N. 2003. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruarú, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica 17(2): 287-303.

Allen, K., Dupuy, J. M., Gei, M. G., Hulshof, C., Medvigy, D., Pizano, C., Salgado-Negret, B., Smith, C. M., Trierweiler, A., Van Bloem, S. J., Waring, B. G., Xu, X. & Powers, J. S. 2017. Will Seasonally Dry Tropical Forests be sensitive or resistant to future changes in rainfall regimes? Environmental Research Letters 12(2): 023001. https://doi.org/10.1088/1748-9326/aa5968

Almeida Neto, J. X., Andrade, A. P., Lacerda, A. V., Felix, L. P. & Bruno, R. L. A. 2009. Composição florística, estrutura e análise populacional do feião-bravo (Capparis flexuosa L.) no semiárido paraibano, Brasil. Revista Caatinga 22(4): 187-194.

Álvarez-Yépiz, J. C., Martínez-Yrízar, A., Búrquez, A. & Lindquist, C. 2008. Variation in vegetation structure and soil properties related to land use history of old-growth and secondary tropical dry forests in northwestern Mexico. Forest Ecology and Management 256(3): 355-366.

Alves, L. L. B., Alves, A. R., Barreto, F. R. S. & Holanda, A. C. 2017. Análise florística e estrutural de uma área de Caatinga preservada no município de Mossoró/RN. Conexões-Ciência e Tecnologia 11(1): 8-15.

Amazonas, N. T. & Barbosa, M. R. V. 2011. Levantamento florístico das Angiospermas em um remanescente de Floresta Atlântica Estacional na microbacia hidrográfica do rio Timbó, João Pessoa, Paraíba. Revista Nordestina de Biologia 20(2): 67-78.

Andrade, K. V. S. A. & Rodal, M. J. N. 2004. Fisionomia e estrutura de um remanescente de floresta estacional semidecidual de terras baixas no Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27(3): 463-474.

Andrade, L. A., Oliveira, F. X., Neves, C. M. L. & Felix, L. P. 2007. Análise da vegetação sucessional em campos abandonados no agreste paraibano. Revista Brasileira de Ciências Agrárias 2(2): 135-142.

Andrade, W. M., Lima, E. A., Rodal, M. J. N., Encarnação, C. R. F. & Pimentel, R. M. M. 2009. Influência da precipitação na abundância de populações de plantas da Caatinga. Revista de Geografia (Recife), 26(2): 161-184.

Araujo, K. D., Parente, H. N., Éder-Silva, É., Ramalho, C. I., Dantas, R. T., Andrade, A. P. & Silva, D. S. 2010. Levantamento florístico do estrato arbustivo-arbóreo em áreas contíguas de Caatinga no Cariri Paraibano. Revista Caatinga 23(1): 63-70.

Barbosa, H. A. & Kumar, T. V. L. 2016. Influence of rainfall variability on the vegetation dynamics over Northeastern Brazil. Journal of Arid Environments 124: 377-387.

Barbosa, M. R. V., Agra, M. F., Sampaio, E. V. S. B., Cunha, J. P. & Andrade, L. A. 2004. Diversidade Florística na Mata do Pau-Ferro, Areia, Paraíba. In Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: história natural, ecologia e conservação (K. C. Pôrto, J. J. P. Cabral & M. Tabarelli, orgs.). Ministério do Meio Ambiente (Série Biodiversidade, 9), Brasília, p. 111-121.

Barbosa, M. R. V. et al. 2011. Checklist of the vascular plants of the Guaribas Biological Reserve, Paraiba, Brazil. Revista Nordestina de Biologia 20(2): 79-106.

Barbosa, M. D., Marangon, L. C., Feliciano, A. L. P., Freire, F. J. & Duarte, G. M. T. 2012. Florística e fitossociologia de espécies arbóreas e arbustivas em uma área de Caatinga em Arcoverde, PE, Brasil. Revista Árvore 36(5): 851-858.

Borges, S. H. 2007. Análise biogeográfica da avifauna da região oeste do baixo Rio Negro, Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Zoologia 24(4): 919-940.

Cordeiro, J. M. P. & Félix, L. P. 2013. Levantamento fitossociológico em mata de encosta no Agreste paraibano. Geoambiente on-line 21: 13-28.

Cordeiro, J. M. P., Almeida, E. M., Araújo, J. P., Souza, B. I. & Felix, L. P. 2015. Levantamento florístico preliminar da Caatinga Sublitorânea na Paraíba, Nordeste do Brasil. Geografia, Rio Claro 40(2): 241-257.

Cordeiro, J. M. P., Souza, B. I. & Felix, L. P. 2017. Florística e fitossociologia em Floresta Estacional Decidual na Paraíba, Nordeste do Brasil. Gaia Scientia 11(1): 01-16.

Costa, L. R. F., Maia, R. P., Barreto, L. L. & Sales, V. C. C. 2020. Geomorfologia do Nordeste Setentrional brasileiro: uma proposta de classificação. Revista Brasileira de Geomorfologia 21(1): 185-208.

Echeverry, A. & Morrone, J. J. 2010. Parsimony analysis of endemicity as a panbiogeographical tool: an analysis of Caribbean plant taxa. Biological Journal of the Linnean Society 101(4): 961-976.

Erixon, P., Svennblad, B., Britton, T. & Oxelman, B. 2003. Reliability of Bayesian posterior probabilities and bootstrap frequencies in phylogenetics. Systematic Biology 52: 665-673.

Feliciano, M. L. M. & Melo, R. B. 2003. Atlas do Estado da Paraíba – informações para gestão do patrimônio natural (Mapas). SEPLAN/ IDEME/APAN/UFPB, João Pessoa. 58 p.

Ferreira, D. M. C., Amorim, B. S., Maciel, J. R. & Alves, M. 2019. Floristic checklist from an Atlantic Forest vegetation mosaic in Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Tabatinga, Pernambuco, Brazil. Check List 12(6): 1-18.

Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. Acessado em 27.01.2023.

Guedes, R. S., Zanella, F. C. V., Costa Júnior, J. E. V., Santana, G. M. & Silva, J. A. 2012. Caracterização florístico-fitossociológica do componente lenhoso de um trecho de caatinga no semiárido paraibano. Revista Caatinga 25(2): 99-108.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 2012. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. IBGE, Rio de Janeiro. 275p.

Kent, M. & Coker, P. 1992. Vegetation description and analysis: a practical approach. John Willey & Sons, London. 384 p.

Lima, I. B. & Barbosa, M. R. V. 2014. Composição florística da RPPN Fazenda Almas, no Cariri paraibano, Paraíba, Brasil. Revista Nordestina de Biologia 23(1): 49-67.

Lima, R. B. A., Silva, R. K. S., Paula, M. D., Guimarães, E. T. R. & Braga, E. C. B. 2017. Estrutura fitossociológica e diamétrica de um fragmento de Mata Atlântica, Pernambuco, Brasil. Desafios - Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins 4(4): 143-153. Magurran, A. E. 2004. Measuring biological diversity. Blackwell Publishing, Oxford. 215 p.

Mendes, K., Gomes, P. & Alves, M. 2010. Floristic inventory of a zone of ecological tension in the Atlantic Forest of Northeastern Brazil. Rodriguésia, 61(4): 669-676.

Moro, M. F., Lughadha, E. N., Filer, D. L., Araújo, F. S. & Martins, F. R. 2014. A catalogue of the vascular plants of the Caatinga Phytogeographical Domain: a synthesis of floristic and phytosociological surveys. Phytotaxa 160(1): 001-118.

Moro, M. F., Lughadha, E. N., Filer, D. L., Araújo, F. S. & Martins, F. R. 2016. A Phytogeographical Metaanalysis of the Semiarid Caatinga Domain in Brazil. Botanical Review 82: 91-148.

Morrone, J. J. 2014. Parsimony analysis of endemicity (PAE) revisited. Journal of Biogeography 41(5): 842-854.

Odum, E. P. 1988. Ecologia. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. 1988. 448p.

Oliveira, K. M. M., Nogueira, G. E. C. & Hamada, M. O. S. 2019. Levantamento fitossociológico de uma área de floresta nativa no PDS Virola-Jatobá, Anapú, estado do Pará. In Botânica aplicada 2 (A. L. O. Francisco, org.). Atena Editora, Ponta Grossa (PR), p. 229-239.

Pereira, M.S. & Alves, R.R.N. 2007. Composição Florística de um remanescente de Mata Atlântica na Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape, Paraíba, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra 6(1): 357-366.

Pereira, I. M., Andrade, L. A., Barbosa, M. R. V. & Sampaio, E. V. S. B. 2002. Composição florística e análise fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de um remanescente florestal no Agreste Paraibano. Acta botanica brasílica, 16(3): 357-369.

Pessoa, L. M., Pinheiro, T. S., Alves, M. C. J. L., Pimentel, R. M. M. & Zickel, C. S. 2009. Flora lenhosa em um fragmento urbano de floresta atlântica em Pernambuco. Revista de Geografia 26(3): 247-262.

Pessoa, E., Viruel, J., Alves, M., Bogarín, D., Whitten, W. M. & Chase, M. W. 2018. Evolutionary history and systematics of Campylocentrum (Orchidaceae: Vandeae: Angraecinae): a phylogenetic and biogeographical approach. Botanical Journal of the Linnean Society 186: 158-178.

Ribeiro, E. M. S., Arroyo‐Rodríguez, V., Santos, B. A., Tabarelli, M. & Leal, I. R. 2015. Chronic anthropogenic disturbance drives the biological impoverishment of the Brazilian Caatinga vegetation. Journal of Applied Ecology 52(3): 611-620.

Rodal, M. J. N., Barbosa, M. R. V. & Thomas, W. W. 2008. Do the seasonal forests in northeastern Brazil represent a single floristic unit? Brazilian Journal of Biology 68(3): 467-475.

Rosen, B. R. & Smith, A. B. 1988. Tectonics from fossils? Analysis of reef-coral and sea-urchin distributions from late Cretaceous to Recent, using a new method. Geological Society, London, Special Publications 37(1): 275-306.

Sabino, F. G. S., Cunha, M. C. L. & Santana, G. M. 2016. Estrutura da vegetação em dois fragmentos de caatinga antropizada na Paraíba. Floresta e Ambiente 23(4): 487-497.

Santana, J. A. S. & Souto, J. S. 2006. Diversidade e estrutura fitossociológica da Caatinga na Estação Ecológica do Seridó-RN. Revista de Biologia e Ciências da Terra 6(2): 232-242.

Santos, A. M. M., Cavalcanti, D. R., Silva, J. M. C. & Tabarelli, M. 2007. Biogeographical relationships among tropical forests in north‐eastern Brazil. Journal of Biogeography 34(3): 437-446.

Seabra, G. 2014. Paraíba. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. 352 p.

Shepherd, G. J. 2010. Fitopac. Versão 2.1. Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP). 93 p.

Sigrist, M. S. & Carvalho, C. J. B. 2008. Detection of areas of endemism on two spatial scales using Parsimony Analysis of Endemicity (PAE): the Neotropical region and the Atlantic Forest. Biota Neotropica 8(4): 33-42.

Silveira, M. H. B., Mascarenhas, R., Cardoso, D. & Batalha-Filho, H. 2019. Pleistocene climatic instability drove the historical distribution of forest islands in the northeastern Brazilian Atlantic Forest. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 527: 67-76.

Simmons, M. P., Pickett, K. M., Miya, M. 2004. How meaningful are Bayesian support values? Molecular Biology and Evolution 21: 188-199.

Srivastava, S. & Shukla, R. P. 2016. Similarity and difference of species among various plant communities across grassland vegetation of north-eastern Uttar Pradesh. Tropical Plants Research, 3(2): 364-369.

Swofford, D. L. 2002. PAUP: phylogenetic analysis using parsimony and other methods. Version 4. Sunderland: Sinauer.

Terra, M. C. N. S., Santos, R. M., Prado Júnior, J. A., Mello, J. M., Scolforo, J. R. S., Fontes, M. A. L., Schiavini, I., Reis, A. A., Bueno, I. T., Magno, L. F. S. & Ter Steege, H. 2018. Water availability drives gradients of tree diversity, structure and functional traits in the Atlantic–Cerrado–Caatinga transition, Brazil. Journal of Plant Ecology 11(6): 803-814.

Torres, R. R., Lapola, D. M. & Gamarra, N. L. R. 2017. Future climate change in the Caatinga. In Caatinga: the largest tropical dry forest region in South America (J. M. C. Silva, I. R. Leal & M. Tabarelli, eds.). Springer, Cham. p. 383-410.

Vega, I. L., Ayala, O. A., Organista, D. E. & Morrone, J. J. 1999. Historical relationships of the Mexican cloud forests: a preliminary vicariance model applying Parsimony Analysis of Endemicity to vascular plant taxa. Journal of Biogeography 26(6), 1299-1305.

Velloso, A. L., Sampaio, E. V. S. B. & Pareyn, F. G. C. 2002. Ecorregiões propostas para o bioma Caatinga. Associação Plantas do Nordeste - Instituto de Conservação Ambiental – The Nature Conservancy do Brasil, Recife. 75 p.

Vieira, L. T. A., Castro, A. A. J. F., Coutinho, J. M. C. P., Sousa, S. R., Farias, R. R. S., Castro, N. M. C. F. & Martins, F. R. 2019. A biogeographic and evolutionary analysis of the flora of the North- eastern Cerrado, Brazil. Plant Ecology & Diversity 12(5): 475-488.

Werneck, F. P., Costa, G. C., Colli, G. R., Prado, D. E. & Sites Jr, J. W. 2011. Revisiting the historical distribution of Seasonally Dry Tropical Forests: new insights based on palaeodistribution modelling and palynological evidencegeb. Global Ecology and Biogeography 20(2): 272-288.

Pubblicato

2023-05-24

Come citare

Cordeiro, J. M. P., Felix, L. P., Souza, B. I. de, & Pessoa, E. (2023). Florestas Estacionais Decíduas de Terras Baixas no Agreste da Paraíba, Brasil: Mata Atlântica, ecótono ou Caatinga?. Iheringia, Série Botânica., 78. https://doi.org/10.21826/2446-82312023v78e2023006

Fascicolo

Sezione

Artigos