Vegetação campestre nativa do bioma Pampa, caracterização de fragmento e conservação pelo uso
DOI:
https://doi.org/10.21826/2446-82312023v78e2023014Parole chiave:
biodiversidade urbana, Campos SulinosAbstract
A urbanização é um dos principais fatores de conversão da vegetação natural e um forte filtro para a composição de espécies nas cidades. Em um estudo florístico e fitossociológico da vegetação campestre em uma praça urbana de 2,64 hectares, inserida no bioma Pampa (município de Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil), foram encontradas 216 espécies vegetais. Comparado com trabalhos realizados em ambientes conservados e em áreas maiores, o local apresenta importante biodiversidade, além de características que indicam a aptidão de uso da flora nativa no ambiente urbano. Os dados mostram que muitas plantas silvestres podem substituir espécies exóticas no paisagismo urbano, sendo que há um potencial praticamente inexplorado para utilização destas como ornamentais. A partir deste estudo de caso se discute o emprego da vegetação nativa campestre no contexto urbano e o potencial de uso de pequenos espaços para a conservação da biodiversidade.
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